Hérnia umbilical: o que é, causas, sintomas, tratamento e mais
Apesar de ser mais comum em crianças, a hérnia umbilical também pode afetar os adultos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hérnias e Parede Abdominal (SBH), aproximadamente 8% da população terá uma durante a vida. Além disso, ela possui alguns fatores de risco que exigem atenção. Saiba tudo sobre o distúrbio e quando ela se torna um sinal de preocupação.
Veja também: Pólipos no estômago: o que são, sintomas, causas e tratamento
O que é uma hérnia umbilical?
O organismo pode desenvolver diversos tipos de hérnia, dependendo da causa e histórico de saúde. Neste caso, a hérnia umbilical é um nódulo de gordura, fluidos ou que corresponde a um pedaço da alça do intestino, que se projeta para fora da parede abdominal. Como resultado, a pessoa apresenta um nódulo no umbigo, que pode ser aparente ou perceptível apenas ao toque.
Causas da hérnia umbilical
São variados os motivos que podem levar ao surgimento de uma hérnia desse tipo. Ela é consequência da malformação ou de alguma lesão na parede abdominal, que causa a formação do nódulo, seja de gordura ou de parte do intestino, que fica presa a um tecido do abdômen. Dentre os motivos, se destacam:
Alterações congênitas
A malformação do revestimento abdominal ainda na gestação é geralmente responsável pela hérnia em bebês.
Ascite
Provavelmente você conhece a doença por “barriga d’água”. Ela provoca o acúmulo excessivo de líquido nas cavidades do abdômen. Dessa forma, a barriga fica bastante inchada, o que pode gerar pressão no tecido abdominal, surgindo a hérnia. Essa enfermidade costuma ser efeito da cirrose hepática.
Esforço físico intenso
Atividades repetitivas que envolvem altas cargas de peso podem favorecer o problema. Além disso, a tosse crônica se enquadra nessa categoria, pois força continuamente a região abdominal.
Outros motivos
Gravidez (sobretudo a gemelar), cirurgia abdominal com incisão no umbigo, envelhecimento e doenças hepáticas e gastrointestinais.
Sintomas da hérnia umbilical
O nódulo no umbigo pode ser assintomático, situação que não atrapalha a vida da pessoa, tampouco apresenta riscos na maioria dos casos. No entanto, a hérnia pode entrar em um processo inflamatório bem grave se houver estrangulamento ou encarceramento. Explicamos: em algumas situações, um pedaço importante do intestino fica muito apertado no tecido da hérnia. Por isso, essa parte estrangulada fica sem receber sangue e corre o risco de infecção e necrose, ambas potencialmente fatais. Os sinais dessa complicação são agudos: febre alta, dor abdominal intensa, náusea e vômitos. Já o encarceramento é parecido, mas menos grave, e prende um trecho por onde passam as fezes. Nesse quadro, é mais comum ter prisão de ventre e fezes bem ressecadas.
Diagnóstico
A princípio, a identificação da hérnia no umbigo é clínica, tanto em crianças quanto em adultos. Em ambos, o médico também pode analisar o resultado de ultrassom abdominal ou ressonância magnética. Se o indivíduo estiver com sintomas típicos de uma hérnia inflamada, os exames laboratoriais são essenciais para descobrir infecções bacterianas e outras alterações.
Tratamento
A cirurgia é a única alternativa ao problema, mesmo que a hérnia não demonstre sinais de inflamação. Das opções, a mais atual é a videolaparoscopia, um método minimamente invasivo que utiliza câmeras que facilitam a visualização minuciosa do interior do paciente. Nele, a equipe médica consegue eliminar a hérnia e suturar o tecido abdominal. O pós-cirúrgico é praticamente sem dor, mas requer o uso de analgésicos e anti-inflamatórios. Além disso, o repouso deve ser de 15 dias, no mínimo.
Perguntas frequentes
Quem pode ter uma hérnia umbilical?
Qualquer pessoa pode desenvolver a condição. Há indivíduos que nascem com a hérnia, mas grande parte desaparece espontaneamente depois do primeiro ano de vida. Outros adquirem a saliência se enfrentarem doenças que exerçam maior pressão no abdômen. Porém, existem grupos e fatores que contribuem para o problema: mulheres, prisão de ventre crônica, pessoas com síndrome de Down, parto prematuro e predisposição a doenças hepáticas.
A hérnia umbilical em crianças pode ser perigosa?
A maioria das hérnias infantis pode sumir com o passar do tempo e sem a necessidade de cirurgia. No entanto, alguns raros casos podem, sim, causar as complicações que citamos anteriormente. Portanto, vale manter o acompanhamento com o pediatra.
Afinal, dá para prevenir?
É possível minimizar as chances de ter uma hérnia por meio de hábitos saudáveis: alimentação equilibrada e potente em fibras e hidratação e a prática de exercícios físicos ajudam bastante. Embora não sejam garantia de proteção definitiva, o estilo de vida favorece a prevenção. Por fim, as visitas periódicas ao médico reforçam o acompanhamento da saúde.
Quais médicos devo procurar?
Para as crianças, o pediatra é capaz de diagnosticar a saliência; aos adultos, clínico geral, gastroenterologista ou um cirurgião do aparelho digestivo pode auxiliar na jornada do tratamento.
As cirurgias de hérnia são comuns?
Segundo a Federação Brasileira de Hospitais, estima-se que 600 mil pessoas passem por uma cirurgia de reparo de hérnias umbilicais no Brasil. É um procedimento bem corriqueiro na rotina de hospitais, mas que previne complicações e salva vidas.
Referências: MSD Manuals; Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH); Federação Brasileira de Hospitais; e BVMS.