Guia de boas-vindas ao recém-nascido: da maternidade até os 28 dias
- 1. Primeiros dias: por que eles são tão importantes?
- 2. Amamentação: colostro
- 3. Guia do recém-nascido: Quando a primeira amamentação deve acontecer?
- 4. Como garantir a “pega” correta
- 5. Mecônio: as primeiras fezes do recém-nascido
- 6. Guia do recém-nascido: Como trocar a fralda do bebê?
- 7. Hora do banho
- 8. Guia do recém-nascido: Como cuidar do cordão umbilical
- 9. Primeiras noites dormindo em casa
- 10. Guia do recém-nascido: Primeira consulta médica
- 11. Vacinas
- 12. Observando o desenvolvimento
- 13. Programas Vitat
Após nove meses de espera, é hora de mergulhar no universo do cuidado com o recém-nascido, vivenciando as alegrias e desafios dessa fase única. Embora seja uma experiência muito esperada, a presença desse pequeno ser que demanda tantos cuidados pode gerar algumas preocupações nos pais: o primeiro banho, a amamentação, as vacinas, a troca de fraldas e muito mais. Então, se você está aguardando a chegada do seu bebê ou se ele já está ao seu lado, confira informações valiosas para dar as boas vindas ao seu pequeno com o Guia de boas-vindas ao recém-nascido.
Primeiros dias: por que eles são tão importantes?
Os primeiros cuidados ajudam a fortalecer o vínculo emocional entre os pais e o bebê. Essa conexão afetiva é fundamental para o desenvolvimento emocional saudável da criança.
Por outro lado, nos primeiros dias e semanas de vida, os bebês dependem completamente dos pais para atender às suas necessidades básicas, como alimentação, higiene e conforto. Esses cuidados iniciais garantem que o bebê esteja nutrido, limpo e seguro.
Portanto, os pais devem se preparar corretamente para prestar todo suporte que eles precisam. É o que diz a Dra. Patrícia Terrivel, pediatra e neonatologista:
“A primeira coisa: os pais precisam se preparar. Precisam fazer uma consulta pré-natal com pediatra para justamente entender esses cuidados”.
Ela recomenda que os pais busquem por um pediatra antes mesmo do nascimento, entre 30 e 32 semanas de gestação, dessa forma eles podem ser orientados sobre como cuidar do recém nascido com antecedência.
Amamentação: colostro
Logo depois do nascimento, um dos primeiros momentos de conexão entre mãe e bebê é a amamentação. É nessa fase que surge o primeiro leite materno, chamado colostro. Ele é conhecido como ouro líquido pois é fundamental para a imunidade dos bebês. Isso porque o leite é rico em proteínas, peptídeos antimicrobianos, anticorpos e propriedades anti-inflamatórias.
O leite é rico em anticorpos e pode ser considerado como a primeira vacina do recém nascido por conta das suas proteínas e anticorpos. A cor amarela do leite se deve ao fato dele ser rico em carotenóides, que são pigmentos lipossolúveis responsáveis pela coloração laranja, amarela e vermelha. Logo, os carotenoides são transformados em vitamina A, que por sua vez, apresentam grande importância para o recém-nascido com a função antioxidante
De acordo com a pediatra Maria Laura, o aleitamento materno é responsável pela proteção do recém nascido no início da vida, estimula o vínculo afetivo entre mãe e filho, não demanda tempo de preparo e não tem custo. Ou seja, só existem pontos positivos em amamentar o bebê com o colostro. Após os primeiros dias de amamentação, o colostro é substituído pelo leite materno, também chamado de leite maduro.
Guia do recém-nascido: Quando a primeira amamentação deve acontecer?
Segundo a Dra. Patrícia, a primeira amamentação pode ser feita já na sala de parto, na primeira hora de vida, que a gente fala que é a “golden hour”. No entanto, esse momento só é possível se a mãe e o bebê estiverem bem, sem a necessidade de intervenções médicas.
“É muito importante fazer essa amamentação já adequada para não machucar, porque se o bebê pegar direitinho, já com a boca bem aberta, e não machucar o peito da mãe, as chances dela continuar amamentando são bem maiores”, afirma.
Isso ocorre porque os bebês recém-nascidos têm um reflexo de busca natural e estão alertas nas primeiras horas após o nascimento. Essa primeira amamentação tende a ser mais lenta, e pode levar até 30 minutos.
Como garantir a “pega” correta
Esse é um dos momentos mais desafiadores para as mães que desejam amamentar. De um lado, existem grandes expectativas de conseguir alimentar o filho, de outro, o bebê está aprendendo e pode levar um tempo para fazer a sucção corretamente.
Contudo, algumas dicas auxiliam as mamães a ensinar a “pega” correta ao pequeno. Confira a seguir:
- Posicionamento: Na hora da amamentação, o bebê deve estar voltado para o seio, com a barriga encostada na da mãe, formando uma linha reta. Além disso, a mãe deve estar em um local confortável e tranquilo, certificando-se que há apoio para as costas.
- Estímulo: Ao oferecer o peito, toque o lábio inferior do bebê com o mamilo para estimulá-lo a abrir bem a boca. Espere até que a boca do bebê esteja bem aberta antes de trazê-lo para o seio.
- Observe: Em seguida, repare se a criança apresenta uma sucção rítmica e profunda, com a bochecha arredondada durante a mamada.
Além disso, a pega correta não deve causar dor ou desconforto nos seus mamilos. Se sentir dor, remova delicadamente o bebê do seio e tente novamente, ajustando a posição. Porém, se os problemas persistirem nessa etapa, o ideal é buscar uma consultora de amamentação para ajudar a ensinar a pega para o bebê.
Mecônio: as primeiras fezes do recém-nascido
O aspecto do primeiro cocô do bebê pode ser um tanto quanto estranho para os pais de primeira viagem. Isso porque, essas fezes, conhecidas como mecônio, são escuras, pegajosas e viscosas. Elas tendem a ser eliminadas pelo pequeno de 24 a 48 horas após o seu nascimento.
O mecônio é formado a partir dos materiais que o bebê ingeriu enquanto estava no útero, como células da pele, muco, líquido amniótico e outros resíduos.
Apesar disso, essas fezes são fáceis de limpar e logo nos primeiros dias, já começam a clarear à medida que o bebê recebe o leite materno. Com o tempo, as fezes se tornam amareladas e com uma textura mais pastosa.
Guia do recém-nascido: Como trocar a fralda do bebê?
De acordo com Thais Bustamante, pediatra e neonatologista, o pequeno deve ser trocado sempre que evacuar, ao final de cada mamada ou ainda a cada 3-4 horas. “O que vier primeiro”, orienta a especialista.
Porém, antes mesmo de trazer o bebê para ser trocado, os pais devem preparar o local em que ele será manuseado. Para isso, recomenda-se separar o trocador no fraldário ou estender uma toalha em uma superfície firme. Depois disso, é hora de separar os materiais que serão usados no processo. Confira a lista dos itens necessários para a higienização:
- 1 fralda limpa (descartável ou de pano);
- 1 recipiente com água morna;
- 1 pote com algodão;
- 1 toalha;
- 1 saco para o lixo;
- 1 creme para prevenção de assaduras.
Guia do recém-nascido: Por onde começar?
Para começar a trocar a fralda do bebê em si, os pais devem lavar corretamente as mãos. Em seguida, deve-se deitar o pequeno no trocador e, então, desabotoar apenas a parte debaixo da roupinha para que ele não venha a passar frio pela perda de calor.
Em seguida, os pais devem abrir a fralda do bebê e levantar suavemente o bumbum, segurando-o pelos tornozelos. Pegue a parte limpa da própria fralda e retire o cocô de cima para baixo. Depois que o excesso de fezes for retirado, comece a limpar os cantinhos com a ajuda de um algodão com água morna ou lenços umedecidos que não contenham álcool nem perfume em sua fórmula.
Com um dos itens em mão, deve-se limpar delicadamente toda a região que teve contato com fezes e urina. O movimento da higienização deve ser sempre da frente para trás, ou seja, dos genitais em direção ao ânus.
Ao limpar a região corretamente, o próximo passo é secá-la com a toalha que já estará por perto. Em seguida, os pais devem passar o creme preventivo de assaduras e vestir a fralda nova e seca no pequeno. Para isso, orienta-se que ela esteja firme, mas com um dedo de folga para não apertar o bebê.
Hora do banho
Os primeiros banhos geralmente são dados na maternidade e, de acordo com a OMS – Organização Mundial de Saúde, eles devem acontecer nas primeiras 24 horas. Mas, se isso não for possível por razões culturais, a instituição recomenda que seja adiado por pelo menos 6 horas.
Apesar de ser importante para a higienização do bebê, o banho não deve ser precoce, isso porque a camada branca de gordura que envolve o pequeno ajuda a manter a temperatura corporal. Além disso, quando precipitado, o banho interrompe a amamentação e o contato com a pele da mãe, que são essenciais nesses primeiros momentos de vida.
Então, no momento adequado, o banho do recém nascido deve ser por imersão, ou seja, bebê deve ser colocado na banheira com água até a cintura para evitar perda de calor e proporcionar mais conforto.
A duração deve girar em torno de 5 a 10 minutos, com a temperatura da água entre 37°C e 37,5°C. Já em casa, a Sociedade Brasileira de Pediatria orienta que o banho seja diário, mas também pode ser realizado 2 a 3 vezes por semana, desde que se higienize as pregas, o coto umbilical e a área de fraldas, respeitando os hábitos culturais de cada família.
Guia do recém-nascido: Como cuidar do cordão umbilical
O coto do cordão umbilical é o pedacinho de pele que fica na barriga do bebê. De 7 a 15 dias após o nascimento, esse coto necessita cuidados para garantir a cicatrização correta. Isso porque essa região ainda está sensível e suscetível a infecções.
Durante os primeiros dias após o nascimento, mantenha o cordão umbilical limpo e seco. Para essa tarefa, você pode usar uma bola de algodão estéril embebida em álcool 70% para limpar a base do cordão umbilical, próximo à pele do bebê, duas vezes ao dia.
Confira as dicas a seguir:
- Lave as mãos antes de começar a higiene.
- Remova a roupa do bebê.
- Use uma haste flexível umedecida com álcool para limpar a base, ou seja, entre o cordão e a pele. Depois, limpe o restante do cordão, fazendo movimentos circulares e suaves.
- Não reutilize a mesma compressa em locais diferentes.
- Coloque a fralda abaixo do umbigo, pois evita contaminação de urina ou fezes.
- Não esqueça de limpar o clipe plástico.
- Não é recomendável fechar a região com curativos e faixas, a cicatriz precisa ficar ao ar livre.
Primeiras noites dormindo em casa
Nos primeiros 3 meses de vida, a criança ainda não produz melatonina. Então, durante esse período, é normal que elas tenham mais dificuldades para dormir e não correspondam a uma rotina de sono.
Os recém-nascidos geralmente dormem em ciclos curtos, variando de 2 a 4 horas. Eles podem acordar várias vezes durante a noite para se alimentar, pois seus estômagos são pequenos e eles precisam se alimentar com frequência. Por outro lado, os pequenos tendem a dormir boa parte do tempo, com uma média de 16 a 17 horas por dia. Porém, sem distinguir dia e noite.
Como ajudar o bebê a dormir?
Os recém-nascidos muitas vezes precisam de apoio para adormecer. Eles podem se acalmar com o contato pele a pele, balanço suave ou sons calmantes, como ruídos brancos ou canções de ninar.
“Existe um termo que chama exterogestação, que são os 3 primeiros meses pós-parto, então a criança quer ficar grudadinha com os pais, ela precisa sentir o cheiro, precisa se sentir segura”, aponta a Dra. Patrícia.
Guia do recém-nascido: Primeira consulta médica
A primeira consulta deve ser realizada já na primeira semana de vida do bebê, entre o 3º e o 5º dia. Esse acompanhamento é fundamental para o pediatra dar apoio à família para acompanhar se a criança está ganhando peso adequadamente ou não. De acordo com a Dra. Patrícia, toda criança perde 10% de peso nos primeiros 10 dias de vida, porque ela nasce muito inchada, retém muito líquido, então é normal ter perdido peso a primeira vez que passar com o pediatra.
No entanto, é importante continuar passando em consultas para ver se está ganhando peso. Outros pontos analisados por um médico são: hidratação, amamentação, urina e fezes e comportamento.
Vacinas
Logo nos primeiros minutos de vida, os bebês já são vacinados com as doses únicas da BCG — famosa pela cicatriz no braço — e a da hepatite B.
“É importante conferir se recebeu as duas vacinas na maternidade, e se não, deve procurar o posto de saúde mais próximo.”
Nos meses seguintes, o bebê já deve tomar as próximas vacinas: hexavalente (DTPa + Hepatite B + Haemophilus + Poliomielite) e Pneumo 13 conjugada Rotavírus (Pentavalente).
Observando o desenvolvimento
Passados os 28 dias, o seu bebê passará a apresentar sutis mudanças, já que deixa de ser um recém nascido. Ele continua a crescer e ganhar peso rapidamente durante as primeiras semanas e meses de vida. Além disso, o seu desenvolvimento sensorial é nítido.
O bebê começa a desenvolver seus sentidos, como a visão, audição, paladar, olfato e tato. Eles podem começar a responder a estímulos visuais e auditivos, como seguir objetos em movimento com os olhos e se virar em direção a sons familiares.
Fontes:
- Dra. Patrícia Terrivel – Pediatra e neonatologista do Grupo Trasmontano.
- Dra. Thais Bustamante, pediatra e neonatologista
- Dra. Maria Laura Jóia, Pediatra do Grupo Prontobaby.
Programas Vitat
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