É gripe ou dengue? Essa pergunta é comum para muitas pessoas, já que alguns dos sintomas dessas doenças podem ser similares. Por isso, a Dra. Marcela Rodrigues, dermatologista, e o Dr. Marco César Roque, neurologista, fornecem informações sobre as condições e como se proteger.
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A gripe, também conhecida como influenza, é uma infecção viral respiratória altamente contagiosa. Causada pelo vírus influenza, ela se espalha facilmente de pessoa para pessoa através de gotículas respiratórias no ar. A dengue, por outro lado, é uma doença transmitida por mosquitos, especificamente pelo Aedes aegypti. Esse mosquito é comum em áreas tropicais e subtropicais e pode transmitir o vírus da dengue quando nos picam.
A gripe causa sintomas como febre alta, dores musculares e articulares, dor de cabeça intensa e fadiga. Em casos mais graves, pode levar a complicações como pneumonia e infecções bacterianas secundárias, por exemplo. É importante ressaltar que a gripe pode afetar pessoas de todas as idades, mas é especialmente perigosa para grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças pequenas e pessoas com condições médicas pré-existentes.
“Uma das melhores formas de prevenir a gripe é através da vacinação anual. A vacina da gripe é atualizada regularmente para proteger contra as cepas mais prevalentes do vírus. Além disso, medidas preventivas como a higiene das mãos e a etiqueta respiratória (como cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar) também são essenciais na redução da propagação do vírus”, informa a Dra. Marcela.
A dengue, por sua vez, causa sintomas como febre alta repentina, dores de cabeça intensas, erupção cutânea e dores nas articulações. Em casos mais graves, pode ocorrer a dengue hemorrágica, que é potencialmente fatal. Por isso, é fundamental estar atento aos sinais de alerta da dengue hemorrágica, como sangramento nas gengivas, vômitos persistentes e dificuldade respiratória, e procurar assistência médica imediatamente se esses sintomas se manifestarem.
De acordo com o Dr. Marco, a prevenção da dengue envolve a eliminação de criadouros de mosquitos, como recipientes com água parada, e a redução da população de mosquitos através de medidas de controle. Além disso, recomenda-se o uso de repelentes e roupas que cubram a pele exposta, especialmente em áreas onde a incidência da dengue é alta. Outra recomendação importante é tomar a vacina contra a dengue.
O Brasil sofreu em 2022 o mais alto número de mortes pelo vírus da dengue já registradas, ultrapassando pela primeira vez a quantia de mil óbitos no período de 12 meses. Muitas cidades encontram-se em estado de alerta devido à epidemia. A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a dengue como uma das dez principais ameaças à saúde global.
A taxa de mortes por dengue apresentou um aumento significativo de 2021 para 2022, o que desperta uma preocupação global em relação ao possível aumento exponencial do número de casos e óbitos pela doença no futuro. A falta de controle efetivo do mosquito, a falta de acesso a cuidados de saúde adequados e a falta de conscientização sobre prevenção contribuem para o aumento dos casos e das mortes.
Ainda segundo o Dr. Marco, apesar das diferenças, há algumas semelhanças cruciais entre a gripe e a dengue. Ambas podem levar a complicações graves e até mesmo à morte. A prevenção desempenha um papel fundamental na redução do impacto dessas doenças. A vacinação anual contra a gripe é altamente recomendada, assim como a adoção de medidas preventivas para evitar a dengue, como a eliminação de criadouros de mosquitos, o uso de repelentes e a vacinação.
“A gripe e a dengue são doenças que merecem atenção. Ao compreender as diferenças entre elas, podemos tomar medidas para nos protegermos e protegermos nossas comunidades. A vacinação anual contra a gripe e a dengue, além da adoção de medidas preventivas são ações que todos podemos tomar para promover a nossa saúde e o bem-estar coletivo”, finaliza a Dra. Marcela Rodrigues da Salus Imunizações.
Fontes:
Dra. Marcela Rodrigues, médica com graduação e residência em dermatologia pela faculdade ciências médicas de Santos, atuando há 25 anos na área da saúde. É Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Imunização. É diretora da Salus Imunizações.
Dr. Marco César Roque, Médico graduado pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos com residência em Neurologia Pediátrica pelo Hospital do Servidor Público Estadual- IAMSPE, responsável pelo setor de Neurologia Pediátrica do Grupo Santa Joana. Membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil. É diretor técnico da Salus Imunizações.