Gravidez de gêmeos é considerada de risco?

Gravidez e maternidade Saúde
19 de Abril, 2022
Gravidez de gêmeos é considerada de risco?

Na tarde da última segunda-feira (18), Cristiano Ronaldo, atacante do Manchester United e eleito o melhor jogador de futebol do mundo cinco vezes, anunciou que um dos filhos que esperava faleceu. Georgina Rodríguez, esposa do futebolista, estava grávida de gêmeos. A família preferiu não compartilhar mais detalhes sobre a perda. Além da comoção mundial, o caso traz dúvidas e questionamentos acerca da gestação gemelar. Afinal, a gravidez de gêmeos é considerada de risco?

De acordo com o especialista em reprodução humana Roberto Antunes, a gestação gemelar é considerada de maior risco se comparada a uma gestação simples. Ele explica que mesmo nos casos em que os bebês estão completamente separados, a gravidez segue sendo arriscada.

Em resumo, a gravidez de gêmeos pode acontecer de duas formas. A primeira e mais comum se dá a partir da fecundação de mais de um óvulo. Assim, os bebês não nascem idênticos, e as placentas são diferentes para cada feto.

Nos casos em que o óvulo fecundado se divide, as características físicas de ambos os bebês passam a ser as mesmas. Nesse cenário, uma única placenta abriga mais de um feto. 

Riscos da gravidez de gêmeos

O parto prematuro é um dos riscos mais comuns associados à gravidez de gêmeos. Não são raros os casos nos quais as mulheres entram em trabalho de parto antes da 37ª semana de gestação. Além disso, há o maior risco de desenvolvimento de condições como diabetes gestacional, hipertensão e pré-eclâmpsia.

Entretanto, com um bom acompanhamento médico e a realização de um pré-natal adequado, a gravidez pode ser bem mais tranquila. Não à toa, com o avanço da medicina, das técnicas de reprodução assistida e do adiantamento da gravidez, nunca houve tantos irmãos gêmeos ao redor do mundo quanto tem-se contabilizado atualmente.

Fertilização in vitro

Em média, a gravidez de gêmeos acontece em 1 a cada 80 gestações e carrega um forte fator hereditário familiar.  A fertilização in vitro, por muitos anos, foi associada ao aumento das gestações múltiplas. Atualmente, existem protocolos rígidos e recomendações expressas das entidades médicas para que, no tratamento de reprodução, seja implantado apenas um embrião por vez, o que diminui a chance de gemelaridade. 

“Está cada vez mais difícil ver gestações gemelares após fertilizações in vitro, pois assim como os marcadores epidemiológicos mostram, se tem a diminuição do número de embriões que estão sendo transferidos por tentativa, consequentemente, existem menos gestações de gêmeos”, esclarece o profissional.

Além disso, o médico destaca que mesmo quando apenas um único embrião é transferido, a possibilidade de uma gestação gemelar é muito baixa — em torno de 0,8 a 1,2% de chance. “Eu costumo falar para os meus pacientes que diferentemente do que a gente espera em uma fertilização in vitro, não é um beta HCG+, não é um teste de gravidez positivo, é um bebê saudável no colo. E, para isso, é muito melhor quando a gente consegue essa gravidez com a implantação de um embrião de cada vez”, finaliza Roberto Antunes.

Leia também: Gravidez após os 40 anos: conheça os riscos e cuidados

Luto

Cristiano Ronaldo compartilhou com seus 429 milhões de seguidores a dor de perder um filho. Na publicação, o português escreveu: “Nosso menino, você é nosso anjo. Nós sempre amaremos você”. 

O processo do luto é vivido de maneiras distintas por cada um. Muitas vezes, ele pode se expressar por meio de manifestações físicas, como o choro, e emocionais, como a raiva, a tristeza e a ansiedade. O ideal nesse momento é que exista, sobretudo, uma rede de apoio bem estruturada para acolher aquele que perdeu um ente querido. 

Além da presença de familiares e amigos, o acompanhamento com um psicólogo é muito bem-vindo. Especialistas afirmam que viver o luto é fundamental, já que, quando tal sentimento é reprimido, a condição pode se tornar patológica. Por isso, um psicoterapeuta pode auxiliar no enfrentamento desse momento de dor.

Fonte: Roberto Antunes, médico especialista em reprodução assistida e endoscopia ginecológica.

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