Grávidas podem tomar café? Veja se há uma quantidade segura
Durante a gestação, as futuras mamães costumam se preocupar bastante com a alimentação. Não é para menos: afinal, os nutrientes ingeridos por elas contribuem para a formação e a saúde dos bebês. Desse modo, é natural que surjam algumas dúvidas sobre o que é liberado ou não. Muita gente se pergunta, por exemplo, se grávidas podem tomar café.
Grávidas podem tomar café? O que dizem as pesquisas
Uma revisão de 48 estudos publicada no jornal BMJ Evidence-Based Medicine chegou à conclusão de que a ingestão da bebida não é recomendada. Segundo o artigo, a cafeína (substância presente em grande quantidade no café) eleva o risco de problemas na fase, como baixo peso ao nascer e até prematuridade.
No mesmo sentido, a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) divulgou um artigo publicado inicialmente no American Journal of Clinical Nutrition em 2018. Nele, 941 mães irlandesas foram analisadas quanto ao consumo de cafeína na gravidez — fosse ele derivado do café, do refrigerante ou dos alimentos contendo cacau.
Como resultado, os pesquisadores descobriram que aquelas que ingeriram maiores quantidades da substância tiveram filhos menores, com menos peso e mais prematuros.
Leia também: As melhores frutas para as grávidas e seus nutrientes
Possíveis explicações
De acordo com a própria ABRAN, isso aconteceria porque o metabolismo da cafeína diminui à medida que a gravidez progride. Além disso, a principal enzima envolvida na quebra da substância (citocromo P450 1A2) está ausente tanto na placenta quanto no feto, “levantando preocupações sobre o acúmulo de cafeína nos tecidos fetais e suas supostas consequências prejudiciais.”
Quantidade recomendada
O sistema de saúde britânico (NHS) fala em, no máximo, 200 mg de cafeína por dia para as grávidas. Isso seria o equivalente a duas xícaras de café. Contudo, alguns especialistas e entidades médicas aconselham um nível até menor — cerca de 100 mg diárias.
A cafeína é comumente usada e pode ser encontrada, principalmente, em cafés, chás, refrigerantes à base de cola e alimentos e bebidas contendo cacau. Em doses moderadas e em pessoas saudáveis, ela pode trazer benefícios. Um estudo promovido pela Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, associou o consumo diário de café com a redução da pressão arterial.
Contudo, as gestantes precisam se preocupar não somente com as xícaras de café que bebem por dia. Mas também com a cafeína. Afinal, ela foi associada aos problemas destacados anteriormente. Vale lembrar, portanto, que a cafeína está presente em outros alimentos do nosso dia a dia. Como:
- Refrigerantes à base de cola: cerca de 35 mg de cafeína em 300ml;
- Chás verde ou preto: de 30 a 60 mg em 200ml;
- Chocolate ao leite: 10 mg de cafeína em 40 g;
- Energéticos: 80 mg de cafeína em 250 ml.