Grávida pode fazer mamografia? Veja o que fazer no caso de suspeita de câncer
A mamografia é o principal exame para identificar e rastrear o câncer de mama de maneira precoce. Esse método de prevenção amplamente indicado pela medicina permite que as chances de cura atinjam de até 95%. Contudo, o exame também tem contraindicações que nos fazem questionar: grávida pode fazer mamografia? Veja a seguir.
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Afinal, grávida pode fazer mamografia?
Segundo a médica ginecologista e obstetra do hospital Albert Einstein, Dra. Mariana Rosário, grávidas não devem realizar o exame de mamografia por conta do risco de radiação que existe nesse exame. Ela explica que nesses casos, o bebê corre risco de ser impactado pela radiação. Além das gestantes, mulheres que sob suspeita de gravidez ou lactantes também não podem realizar o exame temporariamente.
“Se houver um caso muito extremo que seja o único exame que faça o diagnóstico, podemos pensar em fazer uma proteção abdominal dependendo do trimestre da gestação”, e complementa: “Porém, não orientamos que gestantes façam o exame da mamografia”.
De todo modo, vale ressaltar que a mamografia em si, se feita de forma correta e controlada, não oferece riscos à saúde da mulher e não deve ser motivo de preocupação.
Quando é necessário fazer a mamografia?
Ao entrar na casa dos 40 anos, as mulheres devem adotar a rotina da mamografia, exame preventivo para rastrear o câncer de mama de maneira precoce. Porém, quando existem mulheres com histórico familiar de câncer na família, a necessidade de fazer o exame preventivo pode vir bem antes de acordo com a recomendação médica.
Nesse contexto, se existe a intenção de engravidar a partir dos 40 anos, as mulheres devem se planejar para realizar o exame de mamografia antes mesmo da concepção. Essa antecipação pode deixar a gestante mais tranquila para vivenciar a gestação e, após o nascimento do bebê, retornar para a rotina de check-up anual.
O que fazer em casos de suspeita de câncer na gravidez?
Em primeiro lugar, é importante considerar que o câncer de mama na gravidez é algo raro e atinge apenas 4% das mulheres, segundo dados do OncoGuia. Por outro lado, é importante considerar que o padrão gestacional também passa por alterações. Devido às preocupações com a carreira e estudos, as mulheres têm optado por engravidar mais tarde, muitas vezes entre 40 e 45 anos. Algumas delas utilizando técnicas de reprodução assistida. Esses fatores indicam que a relação entre câncer e gestação possa sofrer um estreitamento.
Portanto, se existe suspeita de câncer na gestação, a Dra. Mariana esclarece que o melhor caminho é realizar exames que não sejam problemáticos para o bebê. Alguns deles são: ultrassom, biópsia e a ressonância que não apresenta riscos de radiação.
Dessa forma, ao identificar um nódulo no autoexame, é indicado que a mulher busque avaliação médica para seguir com o tratamento o quanto antes, entendendo os cuidados necessários para não interromper ou oferecer riscos à gestação.
Fonte: Dra. Mariana Rosário, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein.