Gordura subcutânea: veja os riscos à saúde e como eliminá-la
A palavra “gordura” e seus termos relacionados estão sempre em alta nas pesquisas da internet. Com a proximidade do verão, a busca é ainda maior, pois a maioria deseja perder peso e afinar o shape. No entanto, tão importante quanto eliminá-la é saber os tipos e se todos são prejudiciais à saúde. É o caso da gordura subcutânea, que geralmente é menos perigosa do que a visceral.
Em contrapartida, é mais difícil livrar-se dela, de acordo com o endocrinologista Guilherme Borges. “A gordura subcutânea é de mobilização mais difícil. Por isso, perdê-la exige um déficit calórico a longo prazo. Ou seja, uma alimentação adequada e exercícios diários e intensos que promovam esse balanço energético negativo”, explica o especialista.
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O que é e quais são as características da gordura subcutânea?
Também conhecida como gordura branca, a subcutânea é aquela que conseguimos pinçar com o dedo. Ou seja, é a gordura que se armazena nas camadas mais superficiais da pele. “Além disso, ela é menos inflamatória do que a visceral, que é mais rica em células, vasos, nervos e com maior capacidade de acúmulo no organismo”, pontua Borges.
A gordura branca também é mais mole do que a visceral e se concentra nas camadas mais superficiais da pele. É por isso que conseguimos apalpá-la.
Existem riscos para a saúde?
É comum acreditarmos que toda gordura faz mal. Afinal, desde sempre ela é vista como um fator de risco para inúmeras doenças e como algo ruim para a aparência física.
Contudo, não é bem assim. Em uma proporção saudável — nível que varia de acordo com cada indivíduo — a gordura subcutânea atua como isolante térmico e protege o corpo contra o frio.
Além disso, o percentual muito baixo de gordura pode comprometer algumas funções importantes. Entre mulheres, por exemplo, a presença escassa pode causar amenorreia. Em outras palavras, provoca a interrupção ou irregularidade do ciclo menstrual. Portanto, existe um motivo para a sua existência.
Mas é importante ressaltar que o excesso requer atenção, pois é sinônimo de diversos problemas. “O nível de gordura subcutânea considerado aceitável não é bem estabelecido. Todavia, ela pode ser nociva em grandes quantidades, a ponto de causar um lipedema. Outra questão é o impacto estético e funcional, em termos de sobrecarga articular, dificuldade de locomoção e redução da autonomia individual. Por fim, ela não deixa de ser completamente inflamatória, ainda que seja bem menos que a gordura visceral”, afirma o endocrinologista.
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Em quais locais a gordura subcutânea se acumula mais?
Depende do biotipo e do gênero. Mulheres tendem a apresentar mais gordura na região das coxas e quadril, embora não seja uma regra. Além disso, a distribuição pode mudar com a idade.
Durante a menopausa, a recessão hormonal favorece o ganho de gordura em outras partes do corpo, como na barriga, entre as coxas e nos braços. Já os homens possuem mais gordura subcutânea no abdômen, assim como a visceral.
Como medir o percentual de gordura
Provavelmente todo mundo já teve curiosidade sobre a quantidade de gordura que carrega em seu corpo. Para Guilherme Borges, os melhores exames para avaliar com precisão os níveis das gorduras subcutânea e visceral são a densitometria e a ressonância de corpo inteiro.
“As bioimpedâncias mais modernas até conseguem fazer essa diferenciação. Entretanto, não são os aparelhos que a gente mais encontra nas clínicas atualmente. A princípio, os mais comuns medem apenas a gordura visceral e a gordura nos apêndices, sem permitir saber se é apenas gordura subcutânea ou não”, justifica.
Formas de eliminar a gordura subcutânea
Esta é a parte que mais interessa entre grande parte da população. Afinal, se a gordura subcutânea é menos inflamatória do que a visceral, mas pode atrapalhar nossa relação com a silhueta, como posso reduzi-la?
No começo deste texto, falamos que esse tipo de gordura é mais difícil de perder do que a visceral. As formas de eliminá-la, no entanto, não são um segredo para ninguém. O grande desafio é que requer paciência, já que resultados podem demorar um pouco mais do que a expectativa.
Antes de mais nada, é importante realizar uma avaliação médica e nutricional, pois muitas vezes o emagrecimento não se resume em comer menos e gastar mais. Alguns indivíduos podem sofrer disfunções hormonais que necessitam de tratamento para, assim, executar o plano de perda de peso.
Por outro lado, se a pessoa não possui distúrbios que atrapalhem nesse sentido e já segue um plano de alimentação e exercícios, Borges indica o uso de medicamentos em casos específicos.
“Da mesma forma que usamos fármacos em certos graus de sobrepeso e obesidade, em certos quadros eles irão auxiliar a perda de gordura subcutânea. Porém, sempre em uma proporção menor em comparação à perda de gordura visceral”, finaliza.
Fonte: Guilherme Borges, médico endocrinologista.