GIST (Tumor Estromal Gastrointestinal): o que é e sintomas
O GIST, também conhecido como tumor estromal gastrointestinal, é um tumor que geralmente tem potencial maligno. Ele é originário das células de Cajal, que são as responsáveis pela inervação das paredes intestinais, ou seja, pelas contrações do órgão.
Estima-se que esse tipo de tumor represente cerca de 1% dos tumores do trato digestório. Ele tem uma frequência de aparecimento de cerca de dez a cada um milhão de pessoas.
Os tumores estromais gastrointestinais podem surgir em qualquer lugar do trato digestório. Entretanto, são mais comuns no estômago (50%), intestino delgado (36%), colón (7%) e reto (5%).
Causas
O GIST surge, na maior parte das vezes, de uma maneira indeterminada. Por isso, não se sabe ao certo a causa específica, mas alguns pacientes podem ter o tumor de origem hereditária.
Dentro desse grupo de causas hereditárias, enquadram-se indivíduos com síndrome de tumor estromal gastrointestinal familiar, síndrome de Carney e com manchas na pele conhecidas como neurofibromatose de Tipo 1 ou doença de Von Recklinghausen.
Outro dado é que as pessoas mais propensas a desenvolver esse tipo de tumor são os pacientes na faixa dos 60 a 70 anos, mas existem GISTs que também acontecem na faixa etária pediátrica.
Sintomas do GIST
Os principais variam de acordo com o local do tumor. Se é no estômago, por exemplo, o paciente pode ter dificuldade para se alimentar, apresentar enjoos e dor abdominal.
Contudo, caso seja no intestino, podem surgir dor abdominal e aumento do volume na região da barriga. Em casos mais severos, o paciente pode apresentar fezes escurecidas, hemorragias e evacuação com sangue.
O GIST ainda pode causar perda de peso e formação de massas abdominais em casos de tumores maiores. Por outro lado, até 30% dos casos podem ser assintomáticos.
Diagnóstico
A princípio, o diagnóstico do GIST é feito por meio de endoscopia digestiva alta. Após a suspeita se comprovar, o exame mais indicado é a ecoendoscopia com punção por agulha fina.
Como estas lesões costumam se encontrar abaixo da mucosa, a biópsia simples por endoscopia dificilmente conclui o diagnóstico.
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Tratamento do GIST
Na maior parte dos casos (quando o GIST é localizado), o tratamento será cirúrgico e, dependendo da situação (se existe um risco de a doença voltar, por exemplo), é indicado o medicamento Imatinibe, uma espécie de droga alvo molecular.
Espera-se em torno de três a cinco anos para possíveis recidivas da doença nos pacientes que possuem um alto risco, dependendo do lugar onde nasceu, do tamanho da lesão e também do índice metódico, que é a proporção de células que estão se replicando naquele momento.
Quando a doença já se espalhou, o tratamento é feito com drogas orais. A quimioterapia não funciona para esse caso. Por fim, não existe uma medida preventiva, já que geralmente não se sabe a causa.
Porém, pacientes que têm síndromes genéticas que predispõem ao aparecimento de GIST devem ser acompanhados por um oncogeneticista.
Fontes: Henrique Perobelli, gastroproctologista da Rede de Hospitais São Camilo SP e Renata D´Alpino, colíder da especialidade de tumores gastrointestinais do Grupo Oncoclínicas.