Gestação gemelar: tudo que você precisa saber sobre a jornada em dose dupla
A notícia de que um bebê está a caminho já é repleta de emoções, mas a descoberta fica ainda mais curiosa e interessante quando se trata de uma gestação gemelar. Nos últimos 30 anos, a ocorrência dessas gestações tem ganhado destaque, com um aumento de 2 a 4%, impulsionado pelo avanço das técnicas de fertilização, de acordo com especialistas.
No entanto, a gestação gemelar vai além da “dose dupla”. Ela traz consigo particularidades que necessitam de cuidados especiais para garantir um percurso tranquilo. Saiba mais a seguir!
O que é gestação gemelar
A gestação gemelar nada mais é do que a gravidez de gêmeos. Nela, podem se desenvolver dois ou mais fetos no útero ao mesmo tempo. Contudo, esse tipo de gestação não é tão comum, segundo a Revista Human Reproduction. A cada ano, nascem cerca de 1,6 milhões de gêmeos, o que significa que apenas 1 em 42 crianças tem um irmão gêmeo.
A probabilidade de ter gestação gemelar são diversas. Confira a seguir:
- Mulheres acima de 35 anos;
- Histórico familiar;
- Gestações anteriores;
- Reserva ovariana;
- Mulheres afrodescendentes;
- Tratamentos de infertilidade como a fertilização in vitro.
Tipos de gestação gemelar
Gestação gemelar univitelina
Nesse tipo de gestação, os gêmeos são formados a partir da fecundação de um único óvulo por um único espermatozoide. Assim, após a fecundação, o embrião se divide em dois, resultando em dois bebês que compartilham o mesmo material genético.
Devido a esse conjunto de fatores, os gêmeos univitelinos são considerados idênticos. Já que compartilham o mesmo DNA, eles necessariamente possuem o mesmo sexo, cor de cabelo, cor dos olhos e reúnem características físicas muito semelhantes.
Gestação gemelar bivitelina
Já a gestação bivitelina é resultado da fertilização de dois óvulos por dois espermatozoides diferentes, o que resulta em dois bebês gêmeos, mas com material genético distinto. Isso determina que eles tenham características próprias que são semelhantes a irmãos de gestações únicas.
Então, como descobrir o tipo de gestação gemelar?
Durante a gestação, é possível determinar se os gêmeos são univitelinos ou bivitelinos por meio de exames de ultrassom. Gêmeos univitelinos geralmente compartilham a mesma placenta e possuem uma única bolsa amniótica, enquanto gêmeos bivitelinos têm placentas separadas e duas bolsas amnióticas distintas. Assim, o médico obstetra pode identificar essas diferenças durante o pré-natal.
Sintomas
Os primeiros sinais da gestação gemelar costumam ser muito comuns e podem envolver atraso menstrual, enjoo, náuseas, sonolência, seios sensíveis, doloridos e constipação intestinal. Contudo, um ponto de diferenciação é que a barriga da mulher tende a aparecer mais rápido, já que abriga dois fetos.
Riscos da gestação gemelar
Gestações de gêmeos têm um risco ligeiramente maior em comparação com gestações de um único bebê, como explica a pediatra Kelly Oliveira. “Isso ocorre porque a mãe está carregando mais de um feto, o que pode aumentar as chances de complicações durante a gravidez, como pressão alta, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, parto prematuro e restrição de crescimento fetal”, afirma a médica.
No entanto, é importante destacar que a maioria das gestações gemelares se desenvolve sem complicações significativas. O acompanhamento pré-natal adequado e regular é fundamental para detectar e gerenciar qualquer risco potencial.
Parto de gêmeos
A gestação gemelar tende a durar entre 37 e 38 semanas, diferente da gravidez de apenas um feto, que pode ser de até 42 semanas. Assim, o parto pode ser tanto normal, como cesárea, a depender das condições únicas de cada gestação, como tamanho e posição dos bebês, progressão do trabalho de parto e escolha pessoal da mãe.
Em todo caso, é necessário que a gestante mantenha as consultas regulares durante o pré-natal para avaliar o cenário em conjunto com o médico e estabelecer o plano de parto.
Dicas para ter uma gestação gemelar saudável
Para ter uma gestação gemelar saudável, é importante seguir algumas dicas. A seguir, confira as recomendações da pediatra Kelly Oliveira:
- Faça um acompanhamento pré-natal regular e consulte um obstetra especializado em gestações gemelares.
- Tenha uma alimentação balanceada e nutritiva com ingestão adequada de vitaminas e minerais.
- Pratique atividades físicas de baixo impacto, como caminhadas, desde que seja liberado pelo médico.
- Descanse o suficiente e evite excesso de atividades que possam causar estresse.
- Mantenha-se hidratada e evite o consumo de álcool e tabaco.
- Esteja atenta aos sinais de complicações, como sangramento vaginal, contrações prematuras ou diminuição dos movimentos fetais, e informe o médico imediatamente.
- Esteja preparada para um possível parto prematuro e discuta com o médico as opções de parto mais adequadas para a sua situação.
Lembre-se de que cada gestação gemelar é única. Portanto, é essencial contar com o acompanhamento médico especializado para garantir uma gravidez saudável tanto para a mãe quanto para o bebê.
Veja também: Gêmeos univitelinos e bivitelinos: quais são as diferenças?
Fonte: Dra. Kelly Oliveira, médica pediatra e especialista em amamentação e sono Autora do Blog Pediatria Descomplicada.
Referência: Revista Human Reproduction.