Geriatria e gerontologia: o que são e quais as diferenças

Saúde
23 de Novembro, 2022
Geriatria e gerontologia: o que são e quais as diferenças

Trazer para o debate a temática do envelhecimento e práticas para manter a qualidade de vida em uma idade avançada é fundamental quando o assunto é pensar em uma sociedade longeva e próspera. Nesse sentido, existem dois termos que estão se tornando cada vez mais comuns: geriatria e gerontologia. 

Geriatria e gerontologia

O que é geriatria?

A geriatria é o ramo da medicina que se dedica, sobretudo, ao estudo do idoso e do processo de envelhecimento. Assim, o médico geriatra se preocupa com todos os aspectos da saúde do idoso. Na consulta, além de abordar as queixas do paciente e seus familiares, o profissional avalia o uso de medicações e as possíveis interações medicamentosas. Além disso, também investiga os hábitos de vida do paciente, fatores de risco, doenças pré-existentes, qualidade do sono, alimentação, cognição, funcionalidade e aspectos psicológicos e sociais.

“Basicamente, há três motivos que levam um indivíduo a uma consulta geriátrica”, explica Ana Laura, professora do curso de Medicina do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê. “Primeiramente, a prevenção: orientações sobre como envelhecer de forma saudável. Outro motivo é o acompanhamento do processo natural de envelhecimento, em que se faz importante a orientação sobre prevenção de doenças como neoplasias e doenças infecciosas, através da atualização do calendário de vacinação, por exemplo.”

O terceiro motivo, de acordo com a professora, é o acompanhamento de doenças frequentes nessa fase da vida. Por exemplo as demências, doenças osteoarticulares (como osteoporose e osteoartrite), hipertensão arterial, diabetes, entre outras.

A geriatria é associada à especialidade médica que aborda os aspectos curativos e de cuidados na velhice. Dessa forma, a maioria dos pacientes em consultas geriátricas é de pessoas com mais de 60 anos com condições patológicas. 

“Contudo, a geriatria também tem uma abordagem preventiva e de promoção à saúde. Como o processo de envelhecimento se inicia décadas antes dos 60 anos (idade na qual um adulto é considerado idoso no Brasil), o indivíduo pode iniciar seu acompanhamento geriátrico por volta da quarta década de vida, com foco na promoção de um envelhecimento saudável”, diz. 

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O que é gerontologia?

Por outro lado, a gerontologia é o estudo do envelhecimento. Assim, ela representa um campo disciplinar e profissional amplo, de formação inter e multidisciplinar, de caráter multidimensional. Dessa forma, aborda diversas questões relacionadas ao idoso, à velhice e ao envelhecimento. 

“Atualmente, pode ser compreendida como uma área de conhecimento científico, a ciência do envelhecimento”, explica Ana. “A formação em gerontologia pode ser em Graduação (Bacharelado em Gerontologia) ou Pós-graduação. Além disso, tem formação de nível superior em diversas áreas do conhecimento, tanto na área da saúde (Nutrição, Terapia Ocupacional, Fisioterapia) quanto em outras áreas (Psicologia, Serviço Social, Direito, etc.).”

Os principais objetivos da gerontologia são a descrição e a explicação do processo de envelhecimento nos seus mais variados aspectos. Isso acontece através do estudo das pessoas idosas, das características da velhice, do processo de envelhecimento e de seus determinantes biopsicossociais. 

A atuação interdisciplinar permite que os gerontólogos ofereçam uma assistência integral ao idoso, além de estímulo a pesquisas e transmissão de conhecimento sobre o fenômeno do envelhecimento.

“Em virtude das peculiaridades que o idoso apresenta, faz-se necessária uma atenção holística a esses indivíduos, orientando-se que a atuação deixe de centralizar em um único profissional e passe a ser feita com maior competência por um conjunto, cada um responsável por determinada área de conhecimento”, continua a professora. “Dessa forma, o idoso deverá realizar uma consulta com especialista em gerontologia sempre que houver necessidades específicas de cada dimensão afetada.”

Fonte: Ana Laura, professora do curso de Medicina do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê

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