FOGO: Conheça mais sobre o medo de sair de casa
O isolamento social por conta da pandemia trouxe à tona sentimentos de frustração, ansiedade e medo. Com o passar do tempo, a flexibilização da quarentena foi adotada por diversos países e os comércios começaram a reabrir. No entanto, isso gerou um bloqueio dentro das pessoas em sair de casa, mais conhecido como “FOGO”.
O FOGO (abreviação em inglês de fear of going out, ou seja, medo de sair de casa) é um termo usado para descrever o medo excessivo de sair para a rua, semelhante à Síndrome da Cabana. Especialmente durante a pandemia do COVID-19, esse sentimento assumiu um grande papel. Isso porque somos constantemente bombardeados com notícias sobre ficar dentro de casa o máximo possível para controlar a propagação da doença.
Os sintomas incluem medo irracional, pensamentos obsessivos acerca da doença, somatização e não conseguir desempenhar tarefas do dia a dia.
Segundo a psicóloga Mariete Duarte, um fator que pode contribuir para o surgimento do FOGO é a personalidade introvertida e a depressão. Isso porque pessoas com essas condições ficam vulneráveis por já terem uma predisposição à desesperança e à catástrofe (imaginar e vivenciar o pior cenário).
Até que ponto o medo pode ser saudável
O medo é um sentimento natural, serve como um termômetro quando nos sentimos ameaçados diante de uma situação desconhecida, como o novo coronavírus.
Assim, esse medo deixa de ser genuíno (um cuidado) e passa a ser excessivo quando a pessoa começa a ter sentimentos paranoicos persistentes. Como por exemplo, não sair de casa por achar que vai ser infectado e não compreender que a doença pode ser tratada ou prevenida. Consequentemente, quando o medo fica tão intenso, o indivíduo tem um pensamento concreto de morte eminente. Também, quem convive com o medo de sair geralmente carrega um sentimento de ansiedade ou estresse ao voltar ao ambiente de trabalho, usar transportes públicos e até mesmo ficar em filas.
“Ter um pouco de medo é normal, mas quando ele nos impede e nos paralisa, isso impossibilita que ele exerça o seu papel essencial em nossas vidas no cotidiano, tomando uma grande proporção e virando patológico” explica a psicóloga.
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Tratamento
Quando esse medo afeta sua rotina diária negativamente, é essencial buscar ajuda profissional. Assim como outras condições, para o FOGO também existe tratamento. Contudo, apenas profissionais da saúde poderão avaliar se é necessário a psicoterapia ou o uso de medicamentos.
Além disso, veja algumas dicas da especialista para evitar com esse medo específico:
- Mantenha pensamentos saudáveis.
- Tenha uma rotina diária mesmo sem sair de casa.
- Crie um horário para cada tarefa.
- Cuide da alimentação.
- Pratique atividade física frequentemente.
- Evite ver notícias que abordam apenas as mortes.
- Mantenha o contato social pela internet, para ficar mais próximo de pessoas queridas, mesmo que à distância.
Fonte: Mariete Duarte, psicóloga da Clínica Maia.