Febre maculosa em SP: Estado contabiliza 3 casos fatais e 1 suspeito

Saúde
14 de Junho, 2023
Febre maculosa em SP: Estado contabiliza 3 casos fatais e 1 suspeito

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou a terceira morte por febre maculosa em SP. Trata-se de uma moradora de Hortolândia, de 28 anos. Ela participou da mesma feijoada que o casal Mariana Giordano, 36, e Douglas Costa, 42. O evento ocorreu no dia 27 de maio, na Fazenda Santa Margarida, área rural de Campinas, local provável de infecção. Os três morreram na quinta-feira (8).

Além das três mortes, há, ainda, um caso suspeito de febre maculosa relacionado ao evento. Trata-se de uma adolescente de 16 anos, moradora de Campinas, que foi hospitalizada no dia 9 de junho em um serviço de saúde privado do município. Ela segue internada.

O caso dela já estava sendo investigado  à Vigilância em Saúde como suspeita de febre maculosa, dengue, leptospirose ou meningite. No entanto, a família só referiu o evento da Fazenda Santa Margarida nesta terça-feira, 13 de junho, ao ver a repercussão na imprensa. O material coletado está em análise no Instituto Adolfo Lutz. Por isso, a causa da doença ainda não foi confirmada.

Leia mais: Febre maculosa: conheça os riscos da doença que matou casal em SP

Febre maculosa em SP: o que é a doença?

A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato-estrela.  No entanto, de acordo com Natalia Reis Fraga, infectologista, a bactéria causadora da doença pode albergar (abrigar) qualquer tipo de carrapato, inclusive o do cachorro.

Os primeiros casos de febre maculosa surgiram ainda na década de 1980, no interior do estado de São Paulo, nas regiões de Campinas, Piracicaba, Assis, em áreas mais periféricas da região metropolitana de São Paulo e no litoral, mas em uma versão mais branda. Os municípios de Campinas e Piracicaba são, hoje, os dois que apresentam o maior número de casos da doença.

Em 2023, o Brasil registrou 9 casos de febre maculosa e 3 óbitos. Ambas as versões são potencialmente letais e demandam atendimento rápido para o recebimento de antibiótico específico.

Quais são os sintomas da febre maculosa?

A doença, que provoca um quadro febril agudo, pode se apresentar de forma assintomática até em casos mais graves, com grandes chances de morte. Além disso, seus sintomas podem se confundir com outras doenças que causam febre alta.

“A doença causa febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, dor muscular intensa, manchas vermelhas pelo corpo e, em casos mais graves, paralisia dos membros, iniciando nas pernas até pulmão, provocando uma parada respiratória”, alerta a infectologista.

Tratamento e prevenção

De acordo com Natalia, a febre maculosa é uma doença grave e pode matar, como aconteceu com o casal. Por isso, é fundamental fazer o diagnóstico precoce nos primeiros dias da doença. Assim, o risco de mortalidade diminui. O tratamento é com antibiótico, mas em alguns casos, a pessoa pode necessitar de internação.

A melhor forma de prevenir a febre maculosa é evitar áreas infestadas por carrapatos, principalmente durante o período de maio a outubro.

Outras medidas de prevenção incluem a atenção redobrada durante atividades em áreas arborizadas, com alta vegetação e gramados, como trilhas, parques e fazendas. Por isso, a especialista recomenda o uso de repelentes, bem como roupas claras pode facilitar a visualização dos carrapatos. Além disso, sapatos fechados, camisas de manga longa e calças podem ajudar na prevenção.

Após as atividades que podem oferecer riscos, é fundamental verificar todo o corpo e remover os carrapatos que possam estar aderidos. A remoção deve ocorrer com o uso de uma pinça, sem apertar ou esmagar. Então, deve-se lavar a região com água e sabão ou álcool. Além disso, utilizar água fervente para lavar as roupas.

Por fim, em caso de surgimento de sintomas, os especialistas recomendam a procura por atendimento médico. “Quanto mais cedo o carrapato for encontrado e retirado, menor risco de contrair a doença”, completa a infectologista.

Fonte: Natalia Reis Fraga, infectologista, com especialização em Infectologia Hospitalar. É Coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar na Santa Casa de São José dos Campos.

Referência: Prefeitura de Campinas

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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