Fases do sono: quais são e importância de cada uma
O sono é um processo natural e essencial para o corpo – afinal, sem ele, não sobrevivemos. Durante as fases do sono, há uma intensa redução da consciência e das atividades corporais, o que permite que o organismo exerça diversas funções restauradoras, como reparo de tecidos, crescimento muscular e síntese de proteínas.
Além disso, ao dormirmos, a nossa memória é preservada. Afinal, as lembranças se consolidam durante o descanso à noite. Até recentemente, os cientistas acreditavam que se gravava diferentes tipos de memória separadamente e em fases distintas do sono. Agora, após a publicação de novos estudos, a ciência passou a saber que é um processo que ocorre sequencialmente, como um todo.
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Fases do sono
O ser humano passa por basicamente dois grandes estágios de sono. Existe o chamado não-REM, que é subdivido em 4 fases. E o REM, no qual há uma intensa atividade na massa cinzenta. Assim, as fases se alternam em um ciclo que se repete cerca de cinco vezes a cada noite. Entenda melhor a seguir:
Fases do sono: não-REM
Caracterizado por uma atividade cerebral menos intensa e dividido em:
- Fase 1: etapa inicial em que ocorre o adormecimento (você pega no sono). Pode durar até 15 minutos, e é uma transição entre estar acordado e dormindo. Nela, seus músculos relaxam e a respiração fica mais leve;
- Fase 2: sono mais leve. O cérebro se desconecta de estímulos externos (como barulhos e toques). Tanto a temperatura corporal quanto os batimentos cardíacos diminuem;
- Fase 3: o corpo já começa a entrar em um sono mais profundo, na qual reduz a atividade cerebral;
- Fase 4: sono mais profundo. É nessa hora que acontece a maior parte da reposição de energia. O organismo libera hormônios ligados ao crescimento e começa a recuperar células e órgãos.
Na etapa 4, as experiências que o indivíduo viveu durante o dia vão para o hipocampo, um órgão localizado no centro do cérebro. Trata-se de uma região mais primitiva, ligada também às emoções. Dessa forma, é com a ajuda delas que se decide o que é importante fixar.
“Por isso, também dormimos para esquecer tudo que não precisamos reter”, diz Maíra Honorato, médica especialista em sono do Hospital Israelita Albert Einstein.
Fases do sono: REM
Depois de todos os estágios acima, o corpo entra no sono REM. Trata-se de uma atividade cerebral bastante acelerada, bem próxima de quando estamos acordados. É aqui que acontecem os sonhos e a completa recuperação da energia gasta durante o dia – essencial para acordarmos dispostos.
Além disso, é no sono REM que as informações apreendidas são enviadas ao neocórtex, uma fina cobertura que recobre a zona externa do cérebro. Ela é responsável por processos cognitivos mais sofisticados, por exemplo a linguagem.
Com a ajuda de um modelo baseado em algoritmos, cientistas americanos simularam a forma como o cérebro revisita os dados mais recentes na fase de ondas lentas do sono. Depois, viram como o órgão acessa as informações mais antigas no sono REM. É nessa sucessão de ciclos que o hipocampo vai ensinando ao neocórtex aquilo que foi aprendido, criando, então, memórias duradouras.
“O artigo confirma o que os estudos já vêm apontando”, diz a especialista. “Para consolidar a memória, é preciso passar por todas as fases do sono”.
A formação de memórias não é só essencial para lembrar o que cada indivíduo viveu, mas também para o aprendizado e para o desenvolvimento de novas habilidades – desde tocar um instrumento, até uma nova língua.
Além disso, os especialistas explicam que não adianta recuperar as horas perdidas no fim de semana ou nas férias. É um processo que precisa ser diário. Daí a importância de seguir bons hábitos ao se deitar, com horários regulares para ir para a cama e ficar longe das telas antes de dormir.
Fontes: Agência Einstein e site da Faculdade de Medicina da UFMG.