Fasciíte necrosante: infecção “come” músculos e tecidos do corpo
A fasciíte necrosante é uma infecção bem rara, porém agressiva e que necessita de tratamento instantâneo para não se espalhar por outras partes do corpo. Em síntese, ela é causada por uma bactéria que literalmente se alimenta dos músculos, gordura, pele e de outros tecidos. Como resultado, provoca necrose, úlceras e, sem o devido cuidado, pode levar à morte.
Veja também: Anemia hemolítica: o que é, principais sintomas e tratamento
O que é a fasciíte necrosante?
Também chamada “doença da bactéria devoradora de carne”, a fasciíte necrosante é uma enfermidade grave causada por diversos grupos de bactérias. Principalmente o estreptococo A, que se prolifera com rapidez e se alimenta do organismo. A começar pela fáscia, um tecido que recobre músculos, órgãos e ossos, até chegar em camadas mais profundas.
Sintomas
A princípio, a região afetada apresenta vermelhidão, inchaço e febre local. Às vezes, em um período de poucas horas, a pessoa passa a ter dores intensas que se disseminam para outros lugares. Essa fase da infecção é a qual os médicos chamam de aguda, que evolui e apresenta úlceras, bolhas ou manchas escuras na pele, com presença de pus e muita febre. Nesse estágio, a vítima também pode sofrer diarreias, náusea e vômitos, sinais que demonstram o avanço da infecção.
Quais as causas da fasciíte necrosante?
As bactérias da família estreptococo são as principais responsáveis pelo quadro. Contudo, as do tipo S. Aureus, Hemophilus, Proteus também provocam o efeito devastador. Por sua vez, as vias de transmissão variam, e a probabilidade de ser pego pela doença é baixa. De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention, órgão de saúde dos EUA, a bactéria acessa a corrente sanguínea por cortes da pele, que fica exposta outros agentes infecciosos. Veja algumas situações que favorecem a condição:
- Cortes e arranhões: quedas em asfalto e feridas provocadas por objetos contaminados.
- Queimaduras.
- Feridas pós-cirúrgicas.
- Picadas de insetos.
- Lesões de injeções, sobretudo de seringas infectadas.
Além disso, a imunidade baixa pode contribuir para o agravamento da infecção, que precisa de apenas alguns dias para ser capaz de matar.
Diagnóstico
A descoberta da fasciíte necrosante pode ser um desafio, ainda mais se estiver nos estágios iniciais. Afinal, os sintomas se parecem com os de infecções comuns. Por isso, o médico precisa ter experiência prévia no assunto para solicitar uma biópsia da lesão e identificar as bactérias. Exames de imagem e laboratoriais também são necessários para complementar o diagnóstico, que precisa ser rápido e assertivo para não se agravar.
Tratamento
Deve acontecer imediatamente após a confirmação da doença. O uso de antibióticos intravenosos é a primeira medida para combater a infecção. Dependendo do estágio, o médico pode realizar a cirurgia de retirada do tecido necrosado para conter a doença, já que o antibiótico não é suficiente em muitos casos.
Complicações da fasciíte necrosante
Ela pode matar um indivíduo se não for devidamente tratada. Apenas nos Estados Unidos, estima-se que 1 a cada 5 pessoas morra pela fasciíte necrosante. Se os cuidados ocorrerem a tempo, a pessoa consegue se recuperar, mas pode precisar de cirurgias estéticas reparadoras e de transfusão de sangue.
Como se prevenir
É importante manter os ferimentos da pele sempre limpos. Se você passou por uma cirurgia, a higienização precisa ser cautelosa para evitar problemas como este. Entretanto, uma pessoa pode contrair a infecção em situações cotidianas, como ralar o joelho na calçada. Portanto, é fundamental ficar de olho nos sintomas e buscar assistência médica.
Referências: MSD Manuals; Hospital Infantil Sabará; CDC; e Cleveland Clinic.