Faringite e amigdalite: quais as diferenças entre as infecções?
Dor de garganta persistente, febre e indisposição geral. Estes sintomas podem representar uma infecção na garganta, principalmente se a região conter pus e inchaço nos gânglios. As mais comuns são a faringite e amigdalite, que se confundem devido à semelhança dos desconfortos. Entretanto, as infecções atacam locais diferentes e é importantíssimo ter o diagnóstico médico para receber o tratamento ideal.
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Faringite e amigdalite: o que são essas doenças?
As duas “ites” correspondem a inflamações por vírus e bactérias. A faringite afeta a faringe, localizada na parte superior da garganta. Por sua vez, a amigdalite prejudica as amígdalas, pequenas estruturas instaladas no fundo da garganta. Elas auxiliam na defesa do organismo contra infecções. No entanto, podem ser vítimas de agentes nocivos.
Como resultado, o corpo responde com desconfortos como febre, dor local e dor de cabeça. “Normalmente as infecções são agudas e crônicas. As infecções agudas surgem de forma repentina e têm uma piora rápida, com resposta imediata do organismo frente ao elemento agressor. Por exemplo, os resfriados, amigdalites e faringites”, explica Danilo Sguillar, otorrinolaringologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Quais são as causas da faringite e amigdalite?
Geralmente, as duas são adquiridas por meio das gotículas de saliva. Portanto, tossir, espirrar e beijar são formas de transmissão comuns. Outro meio para os vírus e bactérias é o compartilhamento de objetos pessoas: copos, talheres, escova de dentes etc.
Contudo, é possível desenvolver as duas doenças se a pessoa sofrer com refluxo gastroesofágico ou consumir substâncias que irritam as mucosas da garganta, como cigarro e álcool. Dessa forma, o tecido se lesiona e pode evoluir para a infecção.
Como saber se o quadro é bacteriano ou viral?
“Tanto o quadro viral quanto o bacteriano podem abrir com febre, tosse, dor de garganta e dor no corpo. O quadro viral geralmente tem duração de 5 a 7 dias. O que vai diferenciar o quadro bacteriano do viral, é que o bacteriano normalmente é mais arrastado. Ou seja, pode ultrapassar os 7 dias, muitas vezes tem aspecto purulento — por exemplo, um quadro de amigdalite ou faringite com pus. Ademais, o quadro bacteriano pode surgir devido a alterações na imunidade, em pessoas que não estão dormindo ou se alimentando bem”, explica Sguillar.
Outro fato é que as doenças por vírus são mais frequentes em crianças, especialmente na fase pré-escolar.
Veja os sinais de cada uma
Apesar dos incômodos serem muito parecidos, alguns se diferenciam e podem auxiliar a avaliação clínica:
Amigdalite
- Dor de garganta, inclusive para engolir.
- Falta de apetite e mau hálito.
- Febre (que pode ser superior a 38º se for uma infecção bacteriana).
- Tosse e coriza, com nariz entupido.
- Acúmulo visível de pus na garganta se houver contaminação de bactérias.
- Dores de cabeça e pelo corpo, em alguns casos.
Faringite
Tem os mesmos sintomas da amigdalite. Todavia, o inchaço dos gânglios atrás da orelha é mais evidente.
É possível contrair faringite e amigdalite ao mesmo tempo?
Sim. Dependendo do sistema imunológico, tanto vírus quanto bactérias podem prejudicar as duas áreas simultaneamente. Afinal, ambas pertencem à garganta, então a disseminação da infecção torna-se mais fácil. Quando isso acontece, a condição é chamada faringoamidgalite, com o sintoma dos dois quadros.
Diagnóstico
A identificação de ambas é feita pelo próprio médico, que analisa os sintomas e a região da garganta. Para checar se a condição é viral ou bacteriana, pode ser feito um teste rápido, com a coleta de secreção. Há testes mais complexos e com igual precisão, como a cultura de orofaringe, mas os resultados demoram mais — até 48h. Além disso, os exames laboratoriais são úteis para descartar ou considerar outras enfermidades.
Tratamento
O tipo de medicamento será de acordo com o tipo de infecção. Então, se for uma amigdalite ou faringite bacteriana, serão necessários antibióticos. Por sua vez, doenças causadas por vírus exigem anti-inflamatórios e analgésicos para controlar os sintomas, pois o organismo consegue combater a ameaça por conta própria.
Fonte: Danilo Sguillar, otorrinolaringologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo; referência: BVMS.