Excesso de açúcar pode aumentar risco de Alzheimer, diz estudo
Estamos cercados por ele, e consumi-lo é delicioso. No entanto, o açúcar incentiva comer em excesso e causa problemas sérios de saúde, como obesidade e diabetes. Hoje, está cada vez mais difícil fugir desse inimigo branquinho e refinado. Por isso, ele vem se tornando um dos maiores vilões da alimentação. Em um estudo comandado pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, pesquisadores descobriram que excesso de açúcar pode contribuir para o aparecimento de Alzheimer.
Uma equipe de neurologistas, neurocientistas e especialistas em metabolismo da frutose conduziu a pesquisa. A evidência não apenas aponta para a ligação entre o excesso de açúcar e declínio cognitivo, mas também ajuda a explicar a associação entre saúde metabólica e Alzheimer.
O que exatamente é “metabolismo da frutose”?
Existem dois tipos comuns de açúcares: frutose e glicose. A frutose é um açúcar natural, comumente encontrado em frutas, sucos e mel. Mas também constitui 50% da maioria dos açúcares de mesa, o que significa que pode estar presente em alimentos processados, refrigerantes e praticamente qualquer coisa com adição de açúcar.
A glicose, por outro lado, é um tipo de açúcar simples menos doce do que a frutose. Quando viaja para a corrente sanguínea, torna-se o que conhecemos como açúcar no sangue.
Assim, a análise descobriu que quando as pessoas têm níveis elevados de açúcar no sangue por horas a fio, o cérebro começa a produzir frutose em excesso. Esse mecanismo é chamado de metabolismo da frutose e é comum em pessoas com diabetes tipo 2.
Como o excesso de açúcar pode aumentar o risco de Alzheimer?
Quando o metabolismo da frutose ocorre devido ao consumo excessivo de açúcar, o cérebro entra em sobrecarga. O processo de glicólise neural usa a energia cerebral necessária, tornando os neurônios cerebrais menos funcionais ou viáveis ao longo do tempo. A explicação foi feita por Richard Johnson, autor do estudo, em um comunicado à imprensa. “Em essência, propomos que Alzheimer é uma doença impulsionada por mudanças no estilo de vida alimentar em que a frutose pode interromper o metabolismo cerebral e a função neuronal”, afirma o especialista.
Com isso, a pesquisa sugere que o excesso de açúcar pode aumentar o metabolismo da frutose no cérebro. Em última análise, o processo retira energia de outras funções cerebrais mais necessárias. Com o tempo, isso pode levar ao desenvolvimento da doença de Alzheimer – embora mais pesquisas precisam ser feitas para confirmar a teoria. Mas, de acordo com os pesquisadores, novos tratamentos que visam inibir o metabolismo da frutose intracerebral podem fornecer uma nova maneira de prevenir e tratar esta doença.
“Ao delinear evidências consistentes, esperamos inspirar os pesquisadores a continuar explorando a relação entre a frutose no cérebro e a doença de Alzheimer”, diz Johnson. “Novos tratamentos que visam inibir o metabolismo da frutose intracerebral podem fornecer uma nova maneira de prevenir e tratar esta doença.”
Enquanto isso, cortar o açúcar pode ser uma maneira de evitar esses efeitos neurodegenerativos indesejados.
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