Exames de imagem para câncer de pâncreas não bastam para diagnóstico

Saúde
11 de Novembro, 2022
Exames de imagem para câncer de pâncreas não bastam para diagnóstico

Como todo tipo de câncer, o diagnóstico precoce de tumores malignos é fundamental para o sucesso do tratamento e chances de cura. Mas um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, aponta que exames de imagem para câncer de pâncreas não são suficientes para detectar a doença. A pesquisa apontou 36% dos casos não foram identificados por ressonância magnética e tomografia, essenciais na investigação.

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Por que os exames de imagem para câncer de pâncreas podem não ser o bastante?

De acordo com o cirurgião especialista em pâncreas Eduardo Ramos, os exames de imagem como estes são operador-dependente. Ou seja, a qualidade das informações é diretamente proporcional à experiência do médico que faz o exame, assim como a qualidade do equipamento utilizado.

“Nos exames de imagem, algumas vezes, o radiologista pode não reconhecer os sinais de um câncer de pâncreas. Por ser uma víscera que fica atrás do abdômen, o pâncreas não é tão acessível por ecografia, por exemplo. Em relação à tomografia e ressonância, existem alguns sinais sutis que serão evidentes nesses exames. Portanto, o radiologista precisa ter preparo para reconhecê-los”, comenta Ramos.

A pesquisa inglesa analisou 600 pacientes diagnosticados com câncer de pâncreas entre 2016 e 2021. Desses, 46 (7,7%) não tiveram a doença descoberta no primeiro exame, mas receberam um resultado positivo entre 3 e 18 meses depois.

Já na segunda fase do estudo, os pesquisadores apresentaram as imagens de tomografia computadorizada e ressonância magnética para radiologistas independentes. Como resultado, metade dos exames avaliados apresentavam sinais de câncer que não foram vistos pelos especialistas.

“Outro fator importante na tomografia e ressonância é o uso de contraste intravenoso que permite uma melhor visualização. Muitas vezes, não se aplica contraste por falta de autorização do paciente ou porque não há solicitação do médico. O uso do contraste aumenta a chance de um diagnóstico mais preciso”, explica o especialista.

Incidência do câncer de pâncreas no Brasil e sintomas

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pâncreas possui alta taxa de mortalidade devido ao diagnóstico tardio. No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer e por 4% do total de mortes causadas pela doença.

Raro antes dos 30 anos, é mais comum a partir dos 60. Contudo, a doença é silenciosa e os sintomas costumam surgir apenas quando o câncer está em estado avançado.

Entre os principais sinais estão, por exemplo:

  • Fraqueza.
  • Perda de peso e falta de apetite.
  • Dor abdominal, nas costas e náuseas.
  • Urina escura, olhos e pele de cor amarela.

Tratamento

“Quando a gente trabalha com câncer, precisa pensar em aumentar a quantidade e a qualidade de vida — até mesmo a chance de cura. É claro que com o diagnóstico precoce e o tratamento ideal existe uma possibilidade de ficar sem doença”, diz o especialista.

“Só cirurgia ou apenas quimioterapia geralmente não conseguem aumentar a sobrevida e cura. Então, a associação dos dois pode aumentar a sobrevida em cinco anos, que chega até 20% dos casos” finaliza Ramos.

Fonte: Eduardo Ramos, cirurgião especialista em pâncreas do Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia (CIGHEP) e Chefe do Serviço de Transplante Hepático do HNSG de Curitiba.

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