Espinha interna: O que é, por que acontece e como tratar
Você acorda um dia com uma bolinha no queixo e logo pensa “Aí vem uma espinha”. No dia seguinte, nada de espinha, mas a bolinha aumenta de tamanho, a região fica avermelhada e até dolorida. Um dia depois, mais inflamação e vermelhidão, mas nada de pus. Até que, aos poucos, ela diminui sozinha até sumir. Isso significa que você teve uma espinha interna.
O que são espinhas internas?
Essas espinhas são bastante comuns. Segundo o Dr. Fernando Macedo, dermatologista e referência em laser, elas acontecem quando há um processo inflamatório dentro do folículo, também chamado poro. Ali, você encontra a glândula sebácea e, uma vez que esse poro está obstruído, a secreção que deveria deixar a glândula em direção à pele fica retida. Muitas vezes, esse processo é superficial, no entanto, pode ser mais profundo e não vemos o aspecto de pus na superfície da pele. Assim, o organismo tenta isolar esse material que contém sebo retido, as células mortas e bactérias decorrentes, formando uma cápsula em volta dessas lesões. Em resumo, a espinha interna nada mais é que uma espinha comum, só que sem o contato com a superfície da pele.
“Elas surgem por uma obstrução”, diz o médico. “Eventualmente, se o paciente manipula uma espinha superficial, pode acontecer desse folículo inflamar mais e piorar a inflamação, virando uma espinha interna. Então, nunca é recomendado manipular espinhas, sejam mais superficiais ou profundas”.
De acordo com o médico, essas espinhas acontecem por muitos motivos, muitas vezes por tendências pessoais ou familiares a ter poros mais obstruídos, ou a pele mais oleosa.
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Como tratar e evitar uma espinha interna
“Essas lesões são mais difíceis de tratar”, explica o médico. “Com frequência, os cremes que tratam as lesões mais superficiais não funcionam tão bem. Eventualmente nós temos que administrar um tratamento medicamentoso por via oral para que elas desinflamem de dentro para fora, já que o creme não consegue atingir a profundidade dessas lesões. Muitas vezes, é necessário injetar substâncias dentro do folículo para ver se é possível murchá-lo sem a necessidade de cirurgia”, finaliza.
Em alguns casos, é necessário cirurgia para tratar uma espinha interna. Isso acontece quando essa “bolinha” interna se torna um cisto, que não se resolve sozinho ao longo dos meses. O objetivo do procedimento, então, é abrir a pele e retirar esse material encapsulado de lá.
“Espremer essas espinhas infelizmente não é uma boa opção. Muitas vezes, isso acaba aumentando o processo inflamatório, perpetuando o quadro e aumentando o risco de deixar uma cicatriz. A melhor conduta é ter uma avaliação de dermatologista para ver se é possível tratar só com cremes tópicos ou antibióticos por via oral, outros anti-inflamatórios por via oral, ou, eventualmente, com a injeção de substâncias dentro da lesão”, diz.
Por fim, mas não menos importante, é essencial ter em mente que prevenir o surgimento de espinhas internas não é diferente de prevenir o surgimento de outras lesões na pele. Lavar o rosto corretamente, usando um sabonete adequado, e retirar a maquiagem de forma efetiva, usando demaquilantes e sabonetes, é essencial para evitar o surgimento dessas bolinhas. Medicamentos que diminuam ou controlem a oleosidade da pele também podem ser essenciais aqui, mas o seu uso, assim como dos produtos corretos para cuidado com a pele, só pode ser recomendado da melhor maneira por um médico dermatologista.
Fonte: Dr. Fernando Macedo, dermatologista e referência em laser.