Escolher psiquiatra: quais fatores devem ser considerados
Quando o assunto é saúde mental, além de existir um tabu sobre o tema, também surgem muitas dúvidas. Principalmente sobre como escolher um psiquiatra.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial – mais de 700 milhões de pessoas – sofre com transtornos mentais, como ansiedade e depressão. O Ministério da Saúde aponta que são cerca de 46 milhões são brasileiros.
O que faz um psiquiatra?
Em primeiro lugar, o psiquiatra é um médico. Ou seja, ele faz faculdade de medicina e, depois, se especializa em psiquiatria. Assim, esse período de estudos pode levar até 10 anos.
Dessa maneira, o psiquiatra trabalha identificando e tratando possíveis distúrbios, como a depressão, o autismo, a ansiedade, a esquizofrenia, entre muitos outros transtornos.
A partir do diagnóstico, o especialista irá indicar o tratamento adequado ao paciente, através da prescrição de medicamentos.
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Quais os fatores levar em conta antes de escolher um psiquiatra?
Segundo a psicóloga Dra. Liliana, um fator importante é escolher um psiquiatra com indicação de alguém. “Olha o currículo desse psiquiatra, se ele tem formação ou especialização. Eu acredito que a indicação é sempre uma boa escolha.”
De acordo com a psicóloga Rosangela Sampaio, muitas vezes, o paciente pode não se identificar com a abordagem do psiquiatra ou psicólogo. Portanto, é importante ressaltar que caso isso aconteça, o ideal é buscar um perfil profissional que melhor se adeque às suas necessidades.
Quando é necessário procurar um psiquiatra?
Se você está passando por problemas de saúde mental, o ideal é buscar um clínico geral primeiro, para realizar exames e descartar qualquer doença física. Caso seja necessário, ele irá indicar uma consulta com psiquiatra.
Mesmo nos dias atuais, ainda existe o estigma de que o psiquiatra trata só transtornos mentais.
“O psiquiatra nos ajuda a avaliar se existe uma necessidade ou não de uma medicação para que a gente tenha qualidade de vida. Muitas vezes, inclusive, eles fazem cursos especializados em psicoterapia”, diz a Dra. Liliana.
Ter problemas de saúde mental significa tomar remédio?
A psicóloga explica que nem todas as pessoas com transtornos mentais necessitam tomar remédio. “Enquanto algumas precisam tomar remédio para reduzir os sintomas, outras podem se beneficiar apenas com a psicoterapia. Mas as pesquisas mostram que a psicoterapia e a medicação têm tido mais sucesso quando elas ocorrem de forma conjunta”, aponta.
Normalmente o médico psiquiatra não dá um diagnóstico completo numa primeira consulta. Portanto, ele precisa conversar um pouco mais, entender sobre o estilo de vida do paciente, seus hábitos, seus relacionamentos, etc.
O que perguntar na primeira consulta?
Muitas vezes, a primeira consulta gera ansiedade nos pacientes. Dessa forma, é uma oportunidade de conhecer o psiquiatra e determinar se ele é alguém com quem você se sentirá confortável em trabalhar.
Na primeira consulta, o psiquiatra pergunta sobre a vida do paciente de um modo geral. O que ela faz, qual o tipo de trabalho, se ela dorme bem e se ela se alimenta bem. “A saúde mental é função de uma série de componentes, se a pessoa que tem um trabalho no qual ela não dorme, por exemplo, pode ser que ela tenha alterações comportamentais que às vezes nem é um transtorno. É simplesmente a consequência da falta de sono ou do tipo de trabalho ou do estresse. Então a primeira consulta é muito importante”, afirma a psicóloga.
Diferenças entre psicólogo e psiquiatra
Ao contrário do psiquiatra, o psicólogo não é formado em medicina, mas sim, em psicologia. O curso dura, em média, cinco anos. O objetivo principal do profissional é entender o comportamento e os processos mentais das pessoas, como as emoções, os sentimentos, a razão e os pensamentos.
Sendo assim, existem diversas técnicas de abordagem terapêuticas da psicoterapia. A psicóloga Rosangela Sampaio explica quais são elas, veja abaixo:
- Terapia cognitivo-comportamental
- Behaviorismo
- Psicanálise
- Análise Junguiana
- Psicologia humanista
Em geral, o tratamento com psicólogos é feito por meio da fala e observação. Portanto, o paciente irá expor as suas dores mais profundas e o especialista o auxiliará a lidar com essas questões, fazendo-o refletir.
Dependendo do caso, o psicólogo encaminha o paciente ao psiquiatra para que ele possa receitar os medicamentos corretos.
Fonte: Dra. Liliana Seger, psicóloga clínica, Doutora em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP; Rosangela Sampaio, psicóloga, escritora e apresentadora do programa Mulheres Em Flow.