Esclerose Múltipla: por que afeta mais mulheres do que homens?
No dia 30 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla (EM). É uma data de extrema importância para os pacientes de EM e seus familiares, pois representa uma conquista fundamental na luta pela divulgação e pelo reconhecimento da doença no cenário nacional.
A esclerose múltipla, ou (EM), é uma doença crônica que pode afetar o cérebro, a medula espinhal e os nervos ópticos. Pode causar problemas de visão, equilíbrio, controle muscular e outras funções básicas do corpo.
Recentemente a atriz Guta Stresser, que está com 49 anos, recebeu o diagnóstico da doença. Em uma publicação no Instagram, Guta compartilhou uma série de fotos com a atriz Cláudia Rodrigues em um encontro em Curitiba, no Paraná. Na legenda, contou que estão planejando uma peça com tom de comédia para falar sobre a esclerose múltipla, doença com a qual ambas foram diagnosticadas.
Leia também: Melhores exercícios para pessoas com esclerose múltipla
A doença é mais comum em mulheres
De acordo com Dr. Alexandre Lucidi médico geneticista, atuante em Neurogenética e Neuroimunologia, mulheres com esclerose múltipla superam os homens com a doença aproximadamente na proporção 3 para 1. Especificamente, as mulheres são mais propensas a desenvolver doenças autoimunes. De fato, quase 7 em cada 10 pessoas com doenças autoimunes são mulheres.
Assim, a diferença pode estar em uma proteína do sistema imunológico chamada interleucina-33 (IL-33). Isso porque ela ajuda as células do sistema imunológico a se comunicarem. Além disso, outra razão pela qual mais mulheres desenvolvem esclerose múltipla do que homens pode ter a ver com hormônios reprodutivos. Antes da puberdade, meninos e meninas tendem a ter EM aproximadamente na mesma proporção. Mas, à medida que meninos e meninas entram na adolescência e na idade adulta, quando os corpos masculino e feminino produzem hormônios diferentes, as mulheres começam a ter a doença em taxas mais altas do que os homens. Essa diferença leva os pesquisadores a considerar uma possível ligação entre os hormônios sexuais masculinos e femininos e a esclerose múltipla.
Leia também: Alimentos que melhoram a memória
A esclerose múltipla é genética?
Em termos básicos, os cientistas simplesmente não sabem o que causa a esclerose múltipla. Seus genes – o material genético que você herdou de seus pais biológicos – desempenham pelo menos alguma parte, mas eles não são a única causa.
Na esclerose múltipla, o sistema imunológico fica descontrolado e começa a danificar o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Os cientistas ainda estão tentando descobrir como essa resposta funciona e o que a causa. Os cientistas pensam que, para algumas pessoas, os genes podem fazer com que seu sistema imunológico interaja com algo de alguma forma para causar a doença.
As causas são diversas e podem incluir: fatores ambientais, como tabagismo, baixos níveis de vitamina D e obesidade na infância, que demonstraram aumentar o risco de EM.
Por exemplo, a taxa de EM na população geral é de cerca de 1 em 1.000. Mas se você tem um pai com esclerose múltipla, suas chances aumentam para 1 em 50. E se ambos os pais têm a doença, seu risco aumenta ainda mais para cerca de 1 em 8. Outras possíveis situações de histórico familiar mostram que quanto mais próximo seu relacionamento com alguém com EM maior o risco.
Fonte: Dr. Alexandre Lucidi médico geneticista, atuante em Neurogenética e Neuroimunologia, pesquisador e voluntário em ações de conscientização sobre a esclerose múltipla na Associação de Pacientes do Estado do Rio de Janeiro