Eritroblastose fetal: o que é, sintomas, causas e tratamento
A eritroblastose fetal, que também se chama doença de Rhesus e doença hemolítica do recém-nascido, é uma condição delicada que exige cuidados. De acordo com dados da Fiocruz, cerca de 10% das gestações enfrentam esse problema.
A seguir, saiba mais sobre o quadro, as possíveis causas e o tratamento para salvar a vida do bebê.
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O que é e quais são as causas da eritroblastose fetal?
Trata-se de uma alteração que acontece quando os glóbulos vermelhos do bebê são destruídos por anticorpos maternos que passam a barreira da placenta.
Para a eritroblastose fetal, então, a mãe tem sangue Rh negativo, mas seu primeiro filho apresenta o tipo Rh positivo. Além disso, a condição surge quando não houve um tratamento prévio com imunoglobulina para a incompatibilidade. Então, a gestante desenvolve anticorpos contra o próximo bebê, resultando na eritroblastose fetal.
De forma geral, a enfermidade é uma consequência da falta do pré-natal, em que a mãe consegue descobrir essa anormalidade e receber o devido cuidado para evitar complicações ao bebê.
Sintomas
A condição não mostra sinais e sintomas para a futura mãe, mas pode trazer sérias consequências ao bebê. “Os sintomas vão desde anemia e icterícia leves, a situações graves neurológicas e sistêmicas incompatíveis com a vida”, afirma Nelson Tatsui, diretor-técnico do Grupo Criogênesis e hematologista do HC-FMUSP.
Em alguns casos, mesmo com a sobrevivência do bebê, as sequelas podem ser permanentes. Por exemplo, lesões cerebrais que comprometem a autonomia da criança.
Como identificar a eritroblastose fetal?
Para verificar os possíveis riscos gestacionais, incluindo a eritroblastose, é importante realizar um exame de sangue logo no início da gravidez, que avalia o tipo de Rh — proteína encontrada na superfície dos glóbulos vermelhos.
Como funciona o tratamento
Caso a gestante seja Rh negativo, o pai do bebê também deve realizar o exame de sangue. Se ele também for, não é necessário fazer qualquer tipo de tratamento. No entanto, se o genitor possuir Rh positivo, a mãe deverá fazer uso da injeção de imunoglobulina anti-Rh para prevenção da formação de anticorpos contra o sistema Rhelica.
O tratamento com imunoglobulina é uma das maneiras de tratar e evitar a eritroblastose fetal. “A aplicação tem o objetivo de neutralizar essa diferença. Contudo, cabe um pré-natal completo para detectar a formação de novos anticorpos, seja do grupo Rh ou de outros sistemas que podem causar o mesmo problema” pontua o especialista.
Esse tipo de “vacina” age impedindo a exposição do sangue do bebê ao sistema imunológico da mãe, impedindo o início da produção de anticorpos. Ou seja, a mãe não terá anticorpos que causam a eritroblastose fetal nas próximas gestações.
A injeção é usada há muitos anos, para essa e outras condições, e pode ser aplicada sempre que houver alguma possibilidade de sensibilização do sistema Rh.
Após o nascimento do bebê, a eritroblastose fetal pode ser tratada através de exsanguineo transfusão. “Antes do nascimento, pode ser necessária a transfusão do bebê intrauterina. Este tipo de distúrbio requer atenção multidisciplinar do pediatra, hematologista e obstetra, para tratar a anemia e icterícia, evitando situações que ponham em risco a saúde do bebê”, finaliza.