Epilepsia e convulsão: entenda a diferença e o que fazer
Você sabe a diferença entre epilepsia e convulsão? A convulsão pode aparecer em diversas situações, mas também pode ser sinal de epilepsia.
A epilepsia é uma condição médica onde há crises convulsivas recorrentes. Um grupo de neurônios no cérebro tem uma propensão a disparar descargas elétricas de forma desordenada. Então, quem tem epilepsia apresenta um mau funcionamento do cérebro, causado pela emissão de sinais, descargas ou impulsos elétricos incorretos emitidos pelos neurônios.
Por outro lado, a convulsão é caracterizada pela contração dos músculos de forma involuntária e pode ser causada por diversos motivos, um deles é a epilepsia. Em outros casos, de maneira isolada, a crise convulsiva pode aparecer em pessoas com diabetes, por exemplo, caso o açúcar no sangue esteja muito baixo ou em alguém que teve um trauma na cabeça. Há crianças que têm crises convulsivas em caso de febre.
Então, qual a diferença entre convulsão e epilepsia?
A epilepsia é uma doença crônica causada por diversos fatores, enquanto a convulsão, é um tipo intenso de ataque epilético, que não indica que o paciente tenha epilepsia, necessariamente, a não ser que estas convulsões sejam recorrentes.
Como a epilepsia se manifesta?
São três os principais sintomas. O ataque epilético que se caracteriza pelas crises convulsivas. A crise de ausência, quando a pessoa fica com um olhar fixo, sem fazer comunicação com quem está ao redor. E as crises parciais, onde há distorções de percepção da realidade e sensações diferentes no corpo..
Algumas crises são mais fortes do que as outras?
Não existem definições de crises fortes ou fracas, o que acontece são crises parciais ou complexas. Há diferentes tipos de crise, ela pode se desligar, ficar aérea, ter contração voluntária dos lábios, desde ter movimentos involuntários no corpo. As crises epiléticas raramente deixam sequelas, mas é possível que o paciente sofra lesões cerebrais definitivas, caso não controladas.
A epilepsia tem qual tipo de tratamento?
Sim, há diversos tipos de medicamentos de uso contínuo indicados para quem tem a doença, e a prescrição é feita pelo neurologista que acompanha o caso. Eles agem no neurônio para evitar os disparos elétricos desordenados. A epilepsia fica controlada mas crises podem aparecer em momentos de estresse, ao consumir álcool ou em períodos de privação de sono. Há opção de neurocirurgias caso as crises sejam contínuas e haja alguma lesão detectada.
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Epilepsia e convulsão: primeiros-socorros
Como você pode agir caso presencie uma pessoa tendo um ataque epilético:
- Se ela tiver a crise na sua frente, ainda em pé, tente escorar para que não caia no chão.
- Estando deitada, tente afastar qualquer objeto que possa machucar ao entrar em contato com a pessoa, deixe o espaço livre para movimento dos membros. Também não é recomendado segurar braços e pernas.
- Posicione a pessoa de lado para que ela não se engasgue com saliva ou vômito.
- Se for possível, coloque algo para dar suporte à cabeça, como uma mochila ou um casaco dobrado.
- Evite: colocar a mão na boca, pois a pessoa pode travar a mordida e machucar sua mão e nem jogar água no rosto.
- Chame socorro caso esteja na rua. Em casa, comunique ao médico o ocorrido para acompanhamento, principalmente se durar muito, ou seja, cerca de cinco minutos.
- Durante a crise, fique ao lado da pessoa para acalmar e dar segurança.
Fontes: Guilherme Torezani, neurologista e coordenador de Doenças Cerebrovasculares do Hospital Icaraí, e Renato Andrade Chaves, neurocirurgião, especialista em cirurgias minimamente invasivas de cérebro e coluna, de São Paulo.