Dor no ombro, na nuca e no braço pode ser sinal de câncer raro. Entenda

Saúde
15 de Maio, 2023
Dor no ombro, na nuca e no braço pode ser sinal de câncer raro. Entenda

Sentir dor no ombro pode ser comum hoje em dia. No entanto, se ela for persistente e ainda estender para a nuca e os braços, precisa de investigação médica. O motivo pode ser a presença de um câncer raro, porém extremamente agressivo — o tumor de Pancoast.

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Tumor de Pancoast comprime nervos e causa dor no ombro e em outras áreas

O tumor de Pancoast se instala nos pulmões. Geralmente o desenvolvimento começa na parte superior do pulmão, acima da primeira costela. Conforme ocupa mais espaço, passa a comprimir nervos e vasos sanguíneos. Sobretudo na região do plexo braquial, grupo de nervos que vai da parte superior do tórax até o pescoço e os braços.

Dessa forma, a pessoa sente os tais sintomas inespecíficos: dor no ombro, na nuca e no braço. Além disso, pode apresentar fraqueza ao segurar objetos e pontadas ao flexionar o braço, na região dos cotovelos.

Outra particularidade do tumor de Pancoast é que ele não provoca tosse, dor no peito e outros sinais típicos de um câncer de pulmão. Por esse motivo, o diagnóstico pode ser tardio, pois a pessoa costuma demorar para buscar ajuda.

Como é a dor causada pela condição?

O desconforto gerado pelo tumor costuma se assemelhar a fisgadas, que representam a compressão de nervos. No entanto, a pessoa pode sentir dores musculares pelo nível de tensão, e formigamento ou dormência no braço — geralmente no lado em que o tumor está presente. Por exemplo, se estiver no pulmão direito, os sintomas serão evidentes no braço e ombro direito.

A progressão da dor é outra característica do quadro: o incômodo começa discreto e torna-se mais intenso, pois acompanha o crescimento do tumor e a área afetada.

Dor no ombro e na parte superior não é único sintoma

Embora as dores sejam mais preocupantes, o tumor de Pancoast causa outros problema que merecem atenção. Estima-se que 50% dos pacientes com o quadro desenvolvam a síndrome de Horner, que deixa as pálpebras caídas (ptose) e o rosto vermelho, provoca falta de suor, deslocamento do globo ocular e perda de peso.

Fatores de risco

Assim como os demais tipos de câncer de pulmão, o tumor de Pancoast afeta pessoas expostas aos seguintes fatores:

  • Tabagismo.
  • Histórico familiar.
  • Exposição prolongada a determinadas substâncias. Por exemplo, metais pesados, amianto e gás radônio.
  • Estilo de vida: sedentarismo e alimentação inadequada.

Diagnóstico e tratamento

No início, o tumor de Pancoast pode ser um desafio para o diagnóstico, pois não aparece facilmente em exames de radiografia. Portanto, o médico precisa ter experiência com a doença para analisar os sintomas e solicitar outros testes de imagem (tomografia computadorizada, ressonância magnética…). Além disso, a identificação pode precisar de uma biópsia para analisar uma amostra do tecido ou de fluidos do pulmão.

Outra forma de comprovação é mais invasiva, a cirurgia de toracoscopia. Nela, um profissional de saúde faz uma incisão no peito e insere um toracoscópio (um tubo fino com uma pequena câmera na ponta). Assim, é possível observar o interior da cavidade torácica e detectar quaisquer tumores ou outras anormalidades. Se virem algo, coletam uma amostra do tecido e a enviam para um laboratório para teste.

Apesar de ser um procedimento cirúrgico, a vantagem é que a equipe médica consegue retirar o tumor, o que evita outras intervenções.

Quando isso não acontece, é necessária outra cirurgia mais complexa. A decisão depende da localização e tamanho do tumor. Mas, antes disso, os médicos podem aplicar sessões de quimioterapia e radioterapia, a fim de diminuir o tamanho do câncer e as chances de remover costelas para removê-lo.

Novamente, a linha de cuidados varia de acordo com o caso do paciente. Há situações em que o tumor já se espalhou para outras áreas (metástase). Logo, a cirurgia pode não ser a única opção, pois é preciso administrar quimioterapia, radioterapia e outros medicamentos para reduzir os danos.

Referências: Cleveland Clinic; Cancer Research UK; e Jornal de Pneumologia.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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