Hérnia de disco: Wesley Safadão volta a adiar show após sentir dores
Sentir dor nas costas é muito comum. Contudo, quando essa dor vem acompanhada da sensação de queimação ou dormência, dificuldade para locomover-se e até mesmo para trabalhar, isso pode significar algo mais grave: hérnia de disco. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o problema atinge cerca de 5,4 milhões de brasileiros.
No início de julho, o cantor Wesley Safadão precisou se afastar dos palcos após receber o diagnóstico de hérnia de disco. Inclusive, ele precisou de internação e cirurgia para tratar o problema. Agora, após cerca de 2 meses, o artista precisou remarcar um show porque voltou a sentir dores na coluna.
“Vocês acreditam que eu acordei com a coluna travada de novo? Estou indo ao médico para fazer uma manipulação aqui. Não estou nem acreditando em uma coisa dessa”, lamentou o cantor em vídeo nas redes sociais.
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Lombar e cervical são as áreas mais comuns
De acordo com o fisioterapeuta Bernardo Sampaio, a hérnia de disco é mais comum nas regiões lombar e cervical. Isso porque são áreas mais expostas ao movimento e que suportam mais carga. “Quando é colocado pressão ou estresse na coluna, o anel externo do disco pode inchar, rachar ou rasgar. Se isso ocorrer na região lombar, a protusão do disco pode empurrar a raiz do nervoso espinhal próxima, o resultado são dores agudas nas nádegas e nas pernas” – pontua o profissional, diretor clínico das unidades de Guarulhos do ITC Vertebral e do Instituto Trata.
Sintomas da hérnia de disco
Os principais sintomas da condição incluem:
- Dor nas costas há mais de três meses;
- Dor no pescoço e nos ombros;
- Dificuldade para ficar sentado corretamente (coluna ereta) por mais de 10 minutos;
- Formigamento, fraqueza, dor ou dormência nos braços e pernas;
- Dores de cabeça associadas a dores na região da nuca, que se estendem para os ombros e braços.
Além disso, muitas pessoas recebem o diagnóstico de hérnia disco mesmo sem os sintomas e a intensidade da dor. “Na maioria deles, os sintomas melhoram naturalmente com três meses, mas podem ser auxiliados com tratamentos clínicos e fisioterapêuticos”, explica o especialista.
No entanto, Bernardo orienta que mesmo sem apresentar sinais, o ideal é realizar um programa de tratamento voltado para a funcionalidade normal da coluna e para o seu fortalecimento.
Diagnóstico e tratamento da doença
O diagnóstico pode ser feito clinicamente, levando-se em conta o histórico do paciente, as características dos sintomas e o resultado do exame físico realizado durante a avaliação. Dessa maneira, exames como raio-X, tomografia e ressonância magnética ajudam a determinar o tamanho da lesão e localizar a região exata.
“O exame mais importante é escutar o paciente, ouvir o que ele tem a dizer sobre a dor, procurar saber o que ele faz no dia a dia em casa e no trabalho e entender as reações do corpo”, afirma o médico.
Como evitar a hérnia de disco
A princípio, mudanças no estilo de vida são indispensáveis para evitar o surgimento da hérnia de disco. Por isso, Bernardo orienta que seus pacientes evitem carregar excesso de peso no dia a dia ou no trabalho, que pratiquem atividades físicas sob orientação profissional para fortalecer a musculatura de sustentação da coluna, tornando-a mais resistente aos possíveis impactos e sugere que mantenham uma dieta saudável para controlar o peso corporal e prevenir que a coluna sofra com as sobrecargas. Assim, essas estratégias podem ajudar a manter a saúde da coluna em dia.
Normalmente, a maioria dos casos de hérnia de disco podem ser tratados com sucesso. Entretanto, é necessário ter a manutenção de importantes hábitos ao longo da vida para evitar recidivas. “O período de recuperação total é individual, ou seja, cada paciente evolui de acordo com suas condições, não existe um período padrão. Além disso, esse processo também vai depender do quadro da hérnia de disco submetido ao tratamento e do comportamento do paciente em obediência às orientações médicas”, finaliza Bernardo.
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Fonte: Bernardo Sampaio, Fisioterapeuta pela PUC-Campinas, diretor clínico do ITC Vertebral e do Instituto Trata, unidades de Guarulhos.