Dor crônica em idosos: causas, tratamentos e como evitar
A dor crônica, por vezes, é a responsável por diminuir a qualidade de vida na terceira idade. Com ela, as idas ao médico aumentam consideravelmente na busca de tratamentos ou medicamentos que possam finalmente aliviar a sensação. Segundo o médico ortopedista Daniel Oliveira, esse quadro é mais comum em idosos devido ao envelhecimento natural do corpo, bem como o acúmulo de lesões e doenças ao longo do tempo.
“O desgaste das articulações, a perda de massa muscular e a diminuição da capacidade de regeneração celular tornam os idosos mais suscetíveis a dores crônicas”, pontua o médico. Saiba mais a seguir.
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Dores crônicas na terceira idade: quais são elas?
Segundo os especialistas ouvidos pela Vitat, a gama de dores crônicas que atingem os idosos é vasta e tende a incluir as seguintes condições:
- Osteoartrose: condição degenerativa das articulações que se torna mais comum com a idade;
- Dores nas costas: geralmente causadas por problemas na coluna, como hérnias de disco;
- Artrite reumatóide: doença autoimune que afeta as articulações do corpo;
- Fibromialgia: condição caracterizada por dor generalizada e sensibilidade muscular;
- Doenças crônicas: como diabetes e doenças cardíacas que podem estar associadas a dores crônicas;
- Cirurgias: alguns idosos podem experimentar dor persistente no pós operatório;
- Câncer: a dor crônica também pode ser causada por tumores malignos e tratamentos relacionados;
- Lesões antigas: o histórico de lesões da fase jovem e adulta pode afetar a terceira idade;
- Doenças neurológicas: como a neuropatia diabética, a neuralgia do trigêmeo e a neuropatia periférica que causam dores persistentes.
Principais causas
Embora muitas das dores crônicas estejam relacionadas ao envelhecimento natural do corpo, outras condições estão associadas ao estilo de vida predominante. A degeneração natural é uma das principais causas. De acordo com o ortopedista Dr. Marco Aurélio, ela é causada pelas mudanças naturais no corpo, como desgaste das articulações, perda de elasticidade nos tecidos e diminuição da densidade óssea, que podem predispor a condições como osteoartrite, osteoporose e problemas nas articulações.
Assim, somado ao envelhecimento, o corpo também perde a capacidade de se regenerar completamente. Com isso, as condições crônicas ganham mais espaço.
Por fim, os fatores genéticos também pesam na conta final e, adicionados a um determinado estilo de vida — marcado por lesões esportivas, má postura, excesso de peso e falta de atividade física — o cenário é mais propenso às dores crônicas.
Dor crônica em idosos: Como evitá-las
Embora não seja possível evitar a dor crônica na terceira idade na maioria dos casos, existem algumas medidas preventivas que podem ajudar a controlar os sintomas. Aqui vão algumas dicas para evitar que a dor seja limitante:
1 – Mantenha um estilo de vida saudável: ter um peso adequado, seguir uma dieta balanceada e praticar exercícios regulares ajuda a manter a saúde das articulações e a prevenir doenças crônicas.
2 – Aposte na fisioterapia: o fortalecimento muscular e a fisioterapia podem ser eficazes na prevenção e no tratamento de dores musculares e articulares.
3 – Adote uma postura adequada: ter atenção a boa postura ao sentar, levantar e realizar atividades diárias pode prevenir dores nas costas e no pescoço.
4 – Evitar lesões: tome cuidado com as atividades do dia-a-dia para evitar lesões, especialmente em atividades físicas e ao levantar objetos pesados.
5 – Não ignorar o aparecimento de doenças crônicas: se uma pessoa já tem uma doença crônica, como diabetes ou artrite, é fundamental seguir o tratamento e o acompanhamento médico para prevenir agravamento.
6 – Uso de equipamentos de segurança: corrimões, camas baixas, boa iluminação e piso livre são características estruturais indispensáveis na fase idosa para evitar acidentes domésticos.
Quando procurar um médico?
O apoio médico pode fornecer tratamentos e medicamentos que possam aliviar as dores crônicas. Por isso, é importante buscá-lo quando a dor passar a interferir na qualidade de vida e nas atividades diárias. Porém, vale lembrar que a dor é considerada crônica quando ultrapassa 3 semanas, contudo, antes mesmo desse prazo, o médico pode ser consultado para avaliar a causa da dor e, em cima disso, recomendar um plano de tratamento adequado.
Dessa forma, segundo o Dr. Marco, sinais de inflamação também merecem atenção, como inchaço, vermelhidão e calor na área dolorida. “Dor acompanhada por outros sintomas preocupantes, como fraqueza, febre, perda de peso não explicada, merecem atenção”, ressalta.
Tratamento da dor crônica em idosos: Medicamentos e fisioterapia apresentam bons resultados
O tratamento da dor crônica em idosos pode variar dependendo da causa e da gravidade da dor. Mas entre as alternativas estão o uso de analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e medicamentos específicos para tratar a causa subjacente da dor.
“A fisioterapia, com exercícios terapêuticos e técnicas de reabilitação; a terapia ocupacional, que ajuda os idosos a aprenderem a realizar atividades diárias de maneira mais eficiente e com menos incômodo”, ressalta o Dr. Daniel Oliveira. Nesse sentido, outras alternativas fora do âmbito farmacológico podem contribuir significativamente com o alívio das dores, como massagem, quiropraxia e acupuntura.
Além disso, intervenções médicas como as injeções de corticoides, bloqueios nervosos e outros procedimentos médicos como cirurgias também podem ser indicados, dependendo do quadro do paciente.
Fontes:
- Daniel Oliveira, médico ortopedista mineiro especializado em coluna vertebral e diretor do NOT Ortopedia.
- Marco Aurélio S. Neves, ortopedista e traumatologista, especializado em próteses de quadril e joelho.