Donanemab: novo medicamento reduz avanço do Alzheimer
Desde sua descoberta há mais de 100 anos, a doença de Alzheimer tem sido objeto de estudo pela ciência. Há diversos experimentos e pesquisas para entender o mecanismo da doença, principalmente para frear o avanço do declínio cognitivo. A mais recente envolve o teste de um novo medicamento, o Donanemab, fabricado pela farmacêutica Eli Lilly.
O fármaco reduziu significativamente os efeitos da enfermidade, e quase metade dos participantes não apresentaram sinais de progressão do Alzheimer por um ano, segundo o estudo.
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O que é o Donanemab?
O Donanemab é um anticorpo monoclonal que atua contra o excesso de beta-amiloide e tau, proteínas que se acumulam no cérebro dos pacientes com Alzheimer. As grandes quantidades da substâncias são uma característica da doença. Logo, a proposta do fármaco é diminuir a concentração de beta-amiloide, a fim de atrasar a neurodegeneração típica do Alzheimer.
Detalhes do estudo
Os achados da eficácia do Donanemab se referem à fase 3 do estudo, chamada Trailblazer-Alz 2. Ao todo, a etapa reuniu mais de 1.700 participantes em diferentes estágios da doença, com idades entre 60 e 85 anos. Uma pequena parte desse grupo — 1% — recebeu placebo, enquanto a outra realizou o tratamento com o Donanemab, injetado a cada quatro semanas durante 18 meses.
Como resultado, o medicamento auxiliou indivíduos sob os primeiros sinais da demência, principalmente aqueles com menos de 75 anos. Nessa faixa, o medicamento reduziu em 35% o declínio cognitivo. “Além disso, o efeito do tratamento continuou a aumentar em relação ao placebo ao longo do estudo”, afirma um trecho do comunicado da farmacêutica.
Os pacientes que apresentaram menor concentração de beta-amiloide pararam de receber o fármaco. Em média, os testes com essa parcela duraram menos de um ano. Além da eficácia, o menor de tempo de exposição ao medicamento reduz a incidência de efeitos colaterais.
O percentual se baseou em testes cognitivos variados, aplicados durante o período do estudo.
Medicamento está em análise
Após os resultados satisfatórios, a Eli Lilly enviou o Donanemab para aprovação da Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador dos Estados Unidos. A previsão é receber o aval da instituição até o final do ano.
Contudo, não há informações sobre a possível chegada do tratamento no Brasil. O processo pode demorar, visto que a Anvisa possui critérios próprios de avaliação.
Efeitos colaterais do Donanemabe
Apesar dos resultados promissores que podem melhorar a qualidade de vida de quem possui Alzheimer, o Donanemabe trouxe alguns revezes.
O uso contínuo causou o inchaço cerebral e pequenas hemorragias em alguns pacientes. Ao todo, três voluntários morreram durante o experimento devido a complicações atreladas ao efeito colateral. Apesar da baixa incidência mortal, mais de 36% do grupo apresentou algum tipo de alteração cerebral.