Doença de Lyme: entenda a doença que afeta Justin Bieber

O cantor Justin Bieber anunciou em suas redes sociais, nesta terça-feira (7), que precisou adiar os próximos três shows de sua turnê, conhecida como “Justice World Tour”, para cuidar da sua saúde. O artista sofre da doença de Lyme e teve uma piora no quadro.

Apesar de não ter confirmado que o motivo do adiamento dos shows era a doença de Lyme, Justin já havia revelado em 2020 que foi diagnosticado com o problema. Inclusive, em um documentário lançado no mesmo ano, o cantor disse que o diagnóstico afetou sua saúde mental e ele também precisou lidar com um quadro de depressão.

“Não acredito que estou dizendo isso. Fiz de tudo para melhorar, mas minha doença está piorando. Meu coração está partido por ter que adiar esses próximos shows (ordens médicas). Para todo o meu público, eu amo muito vocês e vou descansar e melhorar!”, escreveu o cantor em seu Instagram nesta terça-feira (7).

Além disso, outros artistas sofrem com essa doença, como a cantora Avril Lavigne, por exemplo. 

O que é a doença de Lyme?

A doença de Lyme é causada por uma bactéria chamada Borrelia burgdorferi, transmitida pela picada de um carrapato, e pode afetar todo o corpo. 

De acordo com o Dr. Carlos Machado, Clínico Geral especialista em Medicina Preventiva, geralmente essa bactéria se dissemina pelo corpo com uma certa rapidez. 

Além disso, a doença de Lyme pode ser confundida com uma síndrome gripal. “São sintomas e sinais que parecem gripe: dor no corpo, febre, tosse, um incômodo na garganta. E aí de repente aparece a doença verdadeira”, explica o clínico geral. 

Assim, os principais sinais da doença são pequenas manchas vermelhas na pele (no local da picada), que podem aumentar de tamanho conforme o tempo. 

Dessa forma, a doença foi descoberta na década de 70, na cidade de Lyme, em Connecticut, nos Estados Unidos. 

Sintomas da doença de Lyme

No início da doença, aparece uma lesão avermelhada na pele no local da picada, entre 2 a 30 cm, que vai aumentando de tamanho com o tempo. 

O médico consultado afirma que, na maioria das vezes, a doença de Lyme se desenvolve como uma septicemia e ataca o sistema nervoso. 

Dessa forma, duas ou até três semanas depois da picada do carrapato, a pessoa entra em um processo de paralisia progressiva. “Começa com formigamento e fraqueza nas pernas e nos braços, é como se a pessoa estivesse sendo anestesiada. A paralisia parte das pernas e braços para a barriga, e a pessoa perde o controle da urina e das fezes. Ao chegar no pulmão, ocorre a parada respiratória”, ressalta o Dr. Carlos Machado.

Por isso, é importante que, após o diagnósticos, os médicos e os pacientes saibam que a doença é progressiva. “Muitas vezes a pessoa acha que o caso não é muito grave. Mas aquele quadro em uma ou duas semanas pode piorar rapidamente. Assim, começam a surgir alterações hematológicas, sangramentos e queda de plaquetas”, diz o clínico geral. 

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Como ocorre a transmissão

Por ser causada por uma bactéria presente nos carrapatos, Dr. Carlos afirma o quanto é importante tomar os devidos cuidados: “a transmissão não é só pelo cavalo ou cachorro, também ocorre por animais silvestres que vivem no mato.”

Tratamento

O tratamento da doença de Lyme depende de cada caso. Geralmente, é feito através de antibióticos via oral. Contudo, em casos mais graves pode ser necessária a internação para receber a medicação intravenosa. 

“O antibiótico mais usado hoje, e que tem melhor resultado, é o Doxiciclina. A gente usa pouco, mas esse medicamento consegue matar a bactéria Borrelia. Porém, o tratamento com antibiótico é apenas um suporte clínico. Muitas vezes tem que fazer transfusão sanguínea e plasmaferência, ou seja, é um quadro que pode levar a pessoa pra UTI por bastante tempo”, diz o Dr. Carlos.

Além disso, existem situações onde a doença pode causar artrite, trazendo dor e inchaço nas articulações. Nesse caso, é recomendado fazer sessões de fisioterapia para recuperar a mobilidade.

Fonte: Dr. Carlos Machado – Clínico Geral especialista em Medicina Preventiva/ Clínico Geral.

Referência: Manual MSD