Doença de Addison: o que é, principais sintomas e tratamento
Conhecida também como Insuficiência Adrenal (IA) Primária, a Doença de Addison ocorre quando há redução parcial ou completa da produção dos hormônios das glândulas adrenais.
Dessa forma, esse processo pode ser bastante comum em virtude de vários motivos. Como por exemplo: câncer que se dissemina pelas glândulas adrenais, remoção cirúrgica, tuberculoso, sangramento e até doença autoimune, que é o problema mais frequente.
Os sinais da doença podem ser observados no decorrer dos meses ou anos. Geralmente, eles são mais visíveis quando 90% da glândula é acometida. Mas se o problema não for solucionado, ele pode ser fatal, uma vez que pode trazer complicações, como hipotensão ou hipovolemia.
Segundo a Associação Brasileira Addisoniana (ABA), a doença é diagnosticada em qualquer faixa etária, sendo mais frequente no público feminino, com 40 anos anos.
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Quais são os fatores de risco da Doença de Addison?
De acordo com Nathalia Morales, médica endocrinologista, os fatores de risco vão depender da causa.
Assim, o principal fator de risco é ter uma predisposição genética a essa doença, uma vez que é ela auto-imune. Também pode ocorrer por outras doenças auto imunes, que podem influenciar no diagnóstico da Doença de Addison, como: diabetes tipo 1, vitiligo, entre outros.
Sintomas
Os sintomas podem surgir de forma gradual, o que prejudica a execução do diagnóstico. Às vezes, a suspeita do diagnóstico é identificada somente em uma crise, após uma infecção ou um trauma. Portanto, veja abaixo os mais comuns, de acordo com a endocrinologista.
- Fadiga;
- Fraqueza;
- Perda de apetite;
- Perda de peso;
- Tontura;
- Náusea;
- Escurecimento da pele;
- Vômito.
Crise adrenal
De acordo com a Associação Brasileira Addisoniana (ABA), quase 8% dos pacientes diagnosticados com Doença de Addison sofrem de crises adrenais anualmente.
Sendo assim, trata-se de um procedimento que ocorre quando o cortisol presente no corpo não é adequado para que ele funcione corretamente.
Porém, a origem mais frequente é a interrupção abrupta da utilização de corticosteróide exógeno. Desse modo, veja abaixo quais são os sintomas mais comuns.
- Coloração marrom na língua e dentes;
- Dor súbita e penetrante nas pernas; região lombar ou abdominal;
- Vômitos;
- Diarreias severas que causam desidratação, hipotensão, causando choque hemodinâmico, coma, hipoglicemia, perda de memória,
- Fadiga.
Como fazer o diagnóstico da Doença de Addison?
Geralmente, a doença é identificada quando ela está mais desenvolvida. Por isso, o desgaste das glândulas adrenais, em grande parte dos casos, surge mais lentamente e os sintomas aparecem de forma individual, prejudicando o diagnóstico.
A endocrinologia é a especialista mais indicada para cuidar da doença. Em primeiro lugar, ela faz exames clínicos para descobrir mais detalhes sobre o seu histórico e a evolução do problema. Em seguida, ela solicitará tanto exames laboratoriais quanto de imagens.
O objetivo do exame de sangue é analisar a concentração de sódio e potássio no sangue. Pode-se realizar também a estimulação do ACTH. Aqui, é feita a dosagem da concentração de cortisol antes e depois da injeção de ACTH sintético.
Além disso, o médico também pode solicitar outros exames de sangue da aldosterona, renina, sódio e potássio, como: eletrólitos, cortisol sérico, ACTH sérico e o estímulo com ACTH
Tratamento
“O tratamento é feito repondo os hormônios que a adrenal deixou de produzir. Então, utilizamos medicações para repor o cortisol, por exemplo. E, para todos os pacientes em tratamento, deixamos uma cartinha que eles devem andar com ela na carteira. No caso de estresse ou acidente, mostre ao médico do pronto-socorro para que as doses sejam ajustadas”, detalha a profissional de saúde.
A especialista explica que, pelo menos até hoje, não há cura para a Doença de Addison. Portanto, há somente formas de conviver com o problema de maneira mais adequada.
Ademais, para os pacientes que não fazem o tratamento adequado, as consequências podem ser graves, como hipotensão e desidratação grave.
Fonte: Dra. Nathalia Morales de Camargo, médica endocrinologista do Hospital Albert Sabin de SP (HAS) – CRM 157581 SP