Diabetes tipo 1 na infância: o que é, sintomas, como identificar e mais
Quando o assunto é diabetes, geralmente pensamos à primeira vista que a condição atinge somente os adultos. Contudo, o diabetes (especialmente o do tipo 1) afeta principalmente o público infantil, assim como os adolescentes.
Hoje, é cada vez mais comum se deparar com caso de crianças e jovens convivendo com o diabetes. De acordo com o 10º Diabetes Atlas publicado em 2021, estima-se que 1 milhão de pessoas abaixo dos 20 anos tenham diabetes no país.
Outros números preocupam: o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking de pessoas nessa faixa etária com a enfermidade. A seguir, aprenda a diferenciar os tipos de diabetes, os sintomas e as possibilidades de tratamento.
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Primeiro, o que é o diabetes?
Basicamente, o diabetes provoca o acúmulo anormal de glicose (açúcar) no sangue, por conta da insuficiência de insulina, hormônio que processa o açúcar. Contudo, as causas do quadro se dividem em duas categorias.
Tipo 1 (DM1)
No diabetes tipo 1, as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina são destruídas. Dessa forma, o organismo concentra taxas maiores de açúcar, pois não consegue metabolizá-lo.
A versão é a mais prevalente entre as crianças e os adolescentes. Trata-se de uma condição autoimune, de origem genética. Às vezes, a manifestação do quadro pode demorar alguns anos para ocorrer.
Por exemplo, há casos de pacientes que apresentam os sintomas e as alterações típicas dos exames por volta dos 10 anos. Então, não há uma regra específica para o quadro dar às caras. Então, é importante ter atenção aos sintomas (falaremos mais deles à frente) e buscar auxílio médico.
Tipo 2 (DM2)
Diferentemente do tipo 1, a condição não começa com um ataque das próprias células de defesa ao pâncreas, a fábrica de insulina. Portanto, o tipo 2 começa com a resistência à insulina, o hormônio que ajuda a colocar a glicose (nutriente vindo dos alimentos) para dentro das células.
Em outras palavras, esse hormônio é produzido, mas não consegue atuar direito. Para compensar a situação, o pâncreas acelera a produção de insulina.
Todavia, isso tem um preço: com o tempo, o órgão fica exausto e as células começam a falhar. Até que, um dia, não dá conta mais da sobrecarga – é aí que o açúcar no sangue dispara e fica permanentemente alto.
Além disso, as causas do DM2 são distintas e mais relacionadas ao estilo de vida: alimentação inadequada e falta de exercício são as principais razões para o desenvolvimento do quadro. Embora seja prevalente em indivíduos a partir de 40 anos, as crianças têm sofrido cada vez mais com a condição.
Outros fatores para o diabetes são a obesidade, decorrente dos hábitos, e o histórico familiar. Portanto, a prevenção é a melhor aliada: desde cedo, é importante conscientizar os pequenos sobre a importância de uma alimentação saudável e dos exercícios físicos para a saúde.
Principais sintomas do diabetes
Embora seja uma condição comum, o diabetes ainda passa despercebido pelos pais ou responsáveis. Além disso, os sintomas são inespecíficos, o que pode dificultar a percepção de que algo está errado. Portanto, fique alerta se os pequenos ou adolescentes apresentarem:
- Aumento da fome.
- Sensação constante de sede.
- Boca seca.
- Aumento da vontade de urinar, mesmo durante a noite.
- Visão embaçada.
- Cansaço excessivo e sonolência.
- Falta de vontade para brincar ou fazer atividades do dia a dia.
- Náuseas e vômitos.
- Perda de peso e infecções recorrentes.
- Irritabilidade e mudanças de humor.
- Por fim, dificuldade para compreender e aprender.
Como confirmar o quadro?
Ao suspeitar da condição por meio dos sintomas, é fundamental recorrer ao médico ou pronto-socorro para fazer os exames adequados. São testes simples, que exigem apenas uma amostra do sangue, com o objetivo de avaliar a taxa de açúcar no sangue (glicemia).
Outro bastante útil para o diagnóstico é o exame de urina, que identifica cetonas no líquido, um indicativo para o diabetes.
Tratamentos
De acordo com o Ministério da Saúde, existem linhas de tratamento distintas para cada tipo de diabetes.
DM1: inclui o uso de insulina por via injetável para garantir o metabolismo do açúcar. É um cuidado contínuo, por toda a vida, que não pode ser interrompido. Outra medida é realizar o monitoramento constante da glicemia.
DM tipo 2: o tratamento é feito majoritariamente por medicamentos orais, mas pode evoluir ou não para o uso de insulina
Para ambos os casos:
Rever os hábitos é essencial para retardar o avanço do diabetes, seja para o público infantil, infantojuvenil ou adulto. A dieta é o primeiro pilar que inspira mudanças. Reduzir os níveis de açúcar, fazer escolhas mais saudáveis, com menos ultraprocessados fazem toda a diferença para o gerenciamento da condição.
Outra parte vital do tratamento contínuo é a prática de atividade e exercício físicos. Afinal, o movimento beneficia a redução dos níveis de glicose nas duas classes do diabetes. Dessa forma, os pais precisam incentivar a criançada a levar uma vida saudável desde sempre, para que os hábitos se tornem naturais e com menos sofrimento para a rotina dos pequenos.
Perguntas frequentes sobre diabetes na infância
Quais médicos devo procurar?
É possível recorrer a pediatras para avaliar as crianças. Mas médicos como clínico geral, endocrinologista pediátrico ou até mesmo visitar um pronto-socorro podem ajudar na detecção do quadro.
Diabetes tem cura ou remissão?
Nenhum dos tipos de diabetes possui cura. Os pacientes precisam adotar hábitos condizentes com o controle para não enfrentarem complicações graves. No entanto, o diabetes tipo 2 pode ter remissão, desde que a vida saudável seja uma constante.
Nesses casos, os níveis de açúcar se estabilizam e os demais sintomas podem desaparecer. Mas isso não é sinônimo de cura: se a pessoa volta a desandar com a rotina, sem tomar os medicamentos corretamente e parar com a alimentação equilibrada e exercícios, o corpo volta a sofrer as consequências.
Quais são as complicações?
Neste texto, reforçamos a importância da disciplina com o tratamento do diabetes infantil. O motivo é que as complicações pela falta ou negligência com os cuidados pode ser desastrosa. Os pequenos terão maior risco de ter complicações de longo prazo.
Como resultado, podem desenvolver doenças que comprometem visão, rins, coração e sistema nervoso. Além disso, os adolescentes podem ter problemas de desenvolvimento durante a puberdade. Sem falar que o diabetes favorece o quadro de obesidade, hipertensão, e vice-versa. Portanto, cuide e estimule as crianças a se cuidar agora mesmo!
Referências: Sociedade Brasileira de Diabetes; MSD Manuals; e Ministério da Saúde.