Diabetes aumenta risco de transtorno alimentar, alerta SBD
O diabetes, sobretudo o do tipo 1, aumenta 2,5 a 3 vezes o risco de transtorno alimentar. Nesse recorte, as mais vulneráveis são pacientes mulheres e jovens na fase da adolescência. O alerta para a situação é da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), que afirma que o quadro é pouco conhecido por familiares e até médicos.
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Como o diabetes aumenta o risco de transtorno alimentar?
Essa relação entre diabetes e distúrbio alimentar tem nome: diabulimia. A condição geralmente se manifesta na pré-adolescência e adolescência, afetando meninas com diabetes de 16 a 22 anos, em média. Isso acontece por alguns motivos: em primeiro lugar, essa fase da vida traz mais inseguranças com o corpo, o que pode aumentar o rigor com a alimentação.
Dessa forma, a restrição do consumo de alimentos, preocupação excessiva com calorias, nutrientes e dieta, podem desencadear o descontrole do diabetes. Afinal, além disso tudo, as jovens podem descuidar das aplicações de insulina e aderir a hábitos que atrapalham o trabalho da substância. Por exemplo, indução de vômitos, uso de medicamentos laxantes, diuréticos ou emagrecedores, entre outros.
Esse conjunto de comportamentos impacta negativamente na saúde física e mental de quem o pratica, facilitando o progresso de transtornos alimentares.
Como resultado, o paciente fica mais exposto a riscos de saúde, tanto do descontrole do diabetes como do próprio distúrbio. Desnutrição, alterações hormonais, crescimento prejudicado e maior risco de retinopatias e danos aos rins são consequências da diabulimia.
É possível evitar a diabulimia?
A principal forma de prevenir que o diabetes influencie um transtorno alimentar é a conscientização sobre o problema. Portanto, ficar de olho no comportamento dos adolescentes é fundamental. Observe se há dificuldades em comer ou seletividade alimentar, autoexigência com a aparência ou peso e o interesse repentino em se exercitar.
Outro sinal é a falta de cuidado com o controle da doença. Se a pessoa se esquecer de medir a glicemia, não tomar a insulina corretamente ou pular as aplicações, precisa ser alertada sobre os efeitos dessa negligência.
Porém, muitos pais e responsáveis não sabem exatamente como agir nessa situação, sendo essencial o auxílio médico para reforçar a possível gravidade do quadro. Afinal, a curto prazo, a jovem pode sofrer alterações nos exames de glicemia, além do risco de internação por esse motivo. Psicólogos, psiquiatras, endocrinologistas e o apoio familiar são vitais para frear o diabulimia e suas consequências.