Dia Nacional do Combate à Hipertensão Arterial: doença silenciosa
Hoje, dia 26 de abril, é comemorado o Dia Nacional do Combate à Hipertensão Arterial, uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Assim, ela é considerada alta quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 135/85 mmHg (ou 13 por 8) por mais de 50% do dia.
A pressão elevada faz com que vários órgãos se transformem e pode levar à diminuição da expectativa de vida além de muitos problemas, entre eles: dilatação do coração, perda da função dos rins, aneurismas, infartos, acidente vascular cerebral entre outros.
O médico cardiologista do Hospital Evangélico de Sorocaba, Dr. Wlademir dos Santos Junior, explica que um dos perigos da hipertensão é ela ser silenciosa. Por isso, é fundamental ir periodicamente ao médico para fazer avaliações frequentes e check-ups periódicos. “A pressão varia o dia todo e será maior quanto mais estímulo de dor ou stress ocorrer e, quando o incômodo é retirado, o número normaliza. Mas há casos em que medicamentos para controle são indicados”, comenta o especialista.
Importância da medicação
A maioria dos pacientes começa a tomar os medicamentos no início do tratamento, mas três meses depois, estima-se que o número cai para 80% e, nove meses depois, para 30%. Os números podem ser justificados pela sensação ilusória de segurança. Porém, a prática pode causar grandes problemas, como a elevação da pressão, levando ao risco de infarto, derrame e piora de insuficiência cardíaca.
Leia também: A relação entre estresse crônico e pressão alta
Como surge a hipertensão arterial?
A doença crônica é motivo de preocupação no mundo inteiro. Segundo um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1990, eram 650 milhões de hipertensos pelo planeta, já 2019 passaram a ser 1,28 bilhão. Ou seja, este número quase dobrou. O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial é lembrado com o objetivo de combater o aumento no número de casos.
“O Dia da Hipertensão é muito importante para se discutir e esclarecer a população sobre a mudança para hábitos saudáveis e a necessidade de tomar os remédios adequadamente. Além de realizar exames subsidiários de controle 3 a 4 vezes ao ano”, enfatiza Junior.
Alimentação inadequada
Uma das razões pelo índice de hipertensão ser tão alto entre os brasileiros é a má alimentação. De acordo com uma pesquisa feita pela revista científica Nature Food, o Brasil está entre os cinco piores do mundo em padrão alimentar saudável. Junior comenta que um dos principais inimigos da pressão é o excesso de sódio na alimentação. Em média, o brasileiro consome o dobro do que é indicado por dia (o ideal é consumir 5 gramas diariamente).
O problema maior se encontra em alimentos processados, que contém bastante sódio. Por exemplo, uma porção de macarrão instantâneo já preenche metade da recomendação diária. Analgésicos e antiácidos efervescentes também podem desregular a pressão, por isso, é importante não se automedicar e procurar um especialista.
“Dentre as causas temos a tendência genética para hipertensão e a associação com hábitos não saudáveis como excesso de gorduras, de peso, sedentarismo e descontrole metabólico. A carga genética possibilita ser hipertenso e será transmitida para seus familiares, mas para não manifestar, ou ser branda, temos que agir nos hábitos saudáveis, uma vida com alimentação equilibrada, redução no consumo de sal, atividade física regular, não fumar e moderar o consumo de álcool”, completa o cardiologista.
Atenção aos sintomas da hipertensão arterial
A hipertensão arterial é dividida em dois tipos: a essencial, quando não tem causa aparente; e a secundária, decorrente de outros problemas de saúde, como doenças renais, tumor de supra-renal, alterações de tireoide, e outras doenças metabólicas.
Dessa forma, a pressão só vai apresentar sintomas quando já existem complicações nos chamados órgãos-alvo (rins, coração, cérebro). “Vários órgãos vão se transformando levando a diminuição da expectativa de vida e com muitos problemas. Entre eles, podemos citar: dilatação do coração, perda da função dos rins, aneurismas, infartos, entre outros”, explica Junior.
Por fim, com o problema nos órgãos, surgem as principais complicações da hipertensão: derrame cerebral, também conhecido como AVC, infarto agudo do miocárdio e doença renal crônica. Além disso, a pressão alta pode levar a uma hipertrofia do músculo do coração, causando arritmia cardíaca.
Fonte: Dr. Wlademir dos Santos Junior, médico cardiologista do Hospital Evangélico de Sorocaba.