DHEA baixo: para que serve o hormônio e quais as causas da queda?
Os hormônios são essenciais em nossa vida. Eles controlam funções primordiais do organismo, participam do desenvolvimento saudável em fases importantes da vida, como a puberdade. Um deles possui um nome bem extenso — desidroepiandrosterona — ou simplesmente DHEA. Neste artigo, falaremos sobre seu papel, e o que pode significar se o DHEA estiver baixo nos exames de rotina. Saiba mais a seguir.
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O que é o hormônio DHEA?
O DHEA é produzido naturalmente pela glândula adrenal e costuma estar presente em maior quantidade. “Trata-se de uma substância que participa da produção de outros hormônios, como os esteroides e sexuais — estrogênio e testosterona, por exemplo. Então, ele é importante para a determinação do caractere sexual secundário, seja feminino ou masculino”, explica o endocrinologista Guilherme Borges.
Na prática, o DHEA influencia no desenvolvimento do órgão sexual dos homens, além de outras características masculinas: pelos, engrossamento da voz e estrutura muscular.
DHEA baixo: o que significa?
Ao fazer um check-up, o endocrinologista ou outro médico especialista pode pedir a checagem dos níveis de DHEA. Contudo, ao conferir o resultado, você pode se deparar com os parâmetros abaixo do normal, o que pode causar preocupação.
Afinal, quais são os possíveis motivos que levam a tal queda “A redução significativa só se daria com a degradação das adrenais. Este sinal é característico da insuficiência adrenal primária, em que todas as camadas da adrenal são destruídas. Aí, talvez, seja o caso de suplementar para compensar o DHEA baixo”, afirma Borges.
Em contrapartida, é bom ressaltar que o DHEA cai de maneira espontânea conforme envelhecemos. Claro que se as quantidades estiverem muito baixas e com outras alterações hormonais, é fundamental investigar a causa e se existe relação com a glândula adrenal.
E o DHEA alto?
Em ambos os casos, a dosagem do hormônio pode ser feita por meio do sulfato de DHEA. “Esse teste é válido quando estamos avaliando o excesso de produção de hormônios androgênicos — ou seja, daqueles de natureza masculinizante. Um exemplo é a síndrome dos ovários policísticos, que apresenta alta produção desse tipo de hormônio”, esclarece o endocrinologista.
Todo caso precisa de reposição?
Na avaliação de Guilherme Borges, não há respaldo científico que exija tal recomendação. “Ainda não temos diretrizes para a reposição da substância em situações de baixa no organismo. Exceto se o indivíduo possui, de fato, insuficiência adrenal. Mas, nesse caso, também precisamos suplementar corticoides e mineralocorticoides, como a aldosterona ou similares”, diz.
Embora a ciência não apresente consenso, alguns estudos epidemiológicos indicam que idosos com deficiência de DHEA envelhecem mais rápido.
Nesse ponto, o médico demonstra cautela: “herdamos um pouco a cultura norte-americana de utilizar DHEA em cápsulas como uma fonte do bem-estar, da juventude e da boa composição corporal. Lá, [nos Estados Unidos] ele é vendido nas farmácias e até nos supermercados. Mas, até o momento não há evidências suficientes para utilizá-lo com tal finalidade”, opina.
Sintomas que podem indicar deficiência do hormônio
Redução da libido, cansaço e quadros depressivos podem sinalizar pouco DHEA circulando pelo corpo. Todavia, aí vai outra informação importante: o DHEA baixo é um quadro raro, e normalmente está associado ao problema da insuficiência adrenal.
Portanto, observar a presença desse hormônio precisa levar em conta outros exames, pois a mudança dos demais pode determinar diagnósticos diversos.
Fonte: Guilherme Borges, médico endocrinologista | CRMGO 20170 | RQE 13807.