Desvios na coluna: tipos, sintomas e tratamento
A coluna vertebral é uma das partes mais importantes do nosso corpo. Isso porque ela é responsável pela sustentação e estabilidade. No entanto, por conta de alguns fatores podem ocorrer desvios na coluna.
De acordo com o ortopedista Dr. Alexandre Borba, Presidente do Comitê de Coluna da SBOT-RS (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional Rio Grande do Sul), os desvios na coluna são fisiológicos e patológicos.
Entre os desvios mais comuns, há a lordose cervical, cifose da região torácica, e a lordose na região lombar, que são curvas fisiológicas com a angulação considerada normal. Já os desvios considerados patológicos, ou seja, que não são normais, existe a escoliose e a cifose, quando apresenta mais de cinquenta graus.
Tipos de desvios na coluna
Escoliose
A escoliose, também conhecida por “coluna torta”, é uma curvatura lateral que deixa a coluna em forma de C ou S. A causa é desconhecida em 80% dos casos, mas é possível acontecer se o bebê nascer com uma má formação das vértebras. Ou se os adultos desenvolverem o problema a partir de lesões ou alterações neurológicas.
Além disso, em outros casos, a causa pode estar relacionada com a falta de atividade física, má postura ou com o fato de ficar muito tempo sentado ou deitado com a coluna torta, por exemplo.
“A partir de dez graus de desvio, a gente usa o termo escoliose; e até dez graus, a gente considera uma assimetria da coluna” explica o o Dr. Alexandre Borba.
O fisioterapeuta Bernardo Sampaio explica que a parte genética é um grande fator na causa desse desvio.
Cifose
Cifose é o nome científico de uma curvatura natural da coluna vertebral. Mas quando há uma saliência arredondada na parte superior das costas, ocorre hipercifose ou corcundez. Ou seja, quando a curvatura chega a um grau tão elevado que deixa pescoço, ombros e cabeça inclinados para a frente do corpo. É o que chamamos de “corcunda”.
Lordose
A lordose é uma curvatura natural da coluna vertebral. Mas a hiperlordose, consiste numa condição onde o indivíduo tem uma curva mais acentuada na região lombar, para dentro do corpo, na direção da frente do abdômen. Assim, os glúteos ficam mais acentuados e a barriga mais saliente.
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Sintomas dos desvios na coluna
O Dr. Alexandre explica que o sinal mais aparente é o próprio desvio. Quando os sintomas não estão em um grau muito avançado, não costumam gerar dor. “A cifose é mais dolorosa do que a escoliose. Os estudos mostram que, mesmo em um grau elevado, essa condição não costuma ter a dor como característica geradora.”
Além disso, o ortopedista afirma que é comum os familiares perceberem os desvios na coluna ainda na adolescência, principalmente em momentos de lazer, como na praia ou piscina.
Segundo Bernardo Sampaio, os sintomas vão depender muito de cada condição. “Também existe um desvio momentâneo que chamamos de shift lateral ou desvio lateral da coluna lombar, por exemplo. Nessa situação, o desvio pode estar relacionado aos sintomas de uma possível hérnia de disco”, explica o especialista.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico dos desvios na coluna, geralmente, são feitos pelo ortopedista a partir de exames físicos para testar a movimentação e a flexibilidade do paciente. Além disso, o médico deve solicitar um exame de raio-x para identificar as vértebras alteradas. Em casos mais graves, uma ressonância magnética pode indicar mais detalhes para definir o melhor tratamento.
O Dr. Alexandre ressalta que apesar de não ter cura, esses desvios podem ser amenizados com atividade física e com reequilíbrio postural na fisioterapia ou RPG.
“A cirurgia é indicada em casos graves. Por exemplo, se o grau da escoliose for muito elevado, principalmente se for acima de 40 graus, tem que ser avaliado. Em graus menores, o mais indicado realmente é o tratamento conversador com a fisioterapia e o uso de um colete para solucionar e ir se adequando ao problema”, diz o fisioterapeuta Bernardo Sampaio.
Fontes: Dr. Alexandre Borba, ortopedista e Presidente do Comitê de Coluna, da SBOT-RS (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional Rio Grande do Sul) e Bernardo Sampaio, Fisioterapeuta pela PUC-Campinas e diretor clínico do ITC Vertebral e do Instituto Trata.