Desinformação sobre o HPV afasta adolescentes da imunização
O HPV, papilomavírus humano, pode causar desde verrugas na pele e mucosas, até lesões mais graves, como por exemplo o câncer de colo de útero. Só no Brasil, estima-se que haja 9 a 10 milhões de infectados, número que tende a crescer exponencialmente a cada ano. No entanto, esse número poderia ser diferente, já que o HPV tem vacina disponível para imunização de jovens, mas a cobertura vacinal ainda é baixa. Por trás do baixo número de adolescentes vacinados, está a desinformação sobre o HPV, de acordo com um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Confira a seguir!
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Desinformação sobre o HPV: detalhes sobre o estudo
Os pesquisadores da Escola de Enfermagem da UFMG entrevistaram 159.245 estudantes de todo o país com idade de 13 a 17 anos para entender os motivos da ausência da vacinação. Como resultado, 48% dos adolescentes responderam que o principal motivo para não terem se vacinado é que não sabiam que deveriam tomar o imunizante. Outros relataram ainda “distância ou dificuldade para ir até a unidade ou serviço“. Assim, UFMG destaca a desinformação sobre o HPV como um fator crucial na baixa cobertura vacinal em adolescentes.
No entanto, os dados apresentam um cenário preocupante. De acordo com o Ministério da Saúde, 54,6% dos adolescentes estão infectados pelo HPV e 38,4% desse número apresentam alto risco de desenvolver câncer.
Também adotada em mais de 100 países, a vacinação contra o HPV é utilizada como estratégia de imunização de adolescentes. Já no Brasil a vacinação está disponível para pessoas com idade de 9 a 14 anos de idade, independentemente do sexo, e para a população masculina imunossuprimida.
O que a vacina contra o HPV previne?
O HPV é um vírus sexualmente transmissível e afeta mais mulheres do que os homens. Silenciosa nos estágios iniciais, a infecção pelo HPV possui diversos tipos e seus sintomas são variados. Por exemplo, a mulher pode sentir dor durante o sexo, sensibilidade no órgão genital (pênis, vagina e ânus) ou na garganta e verrugas no local de contaminação.
Atualmente, o principal desafio é conscientizar homens e mulheres sobre a importância da vacina contra o HPV. Afinal, sem tratamento, a infecção pode evoluir para um câncer, como o de próstata e do colo do útero, um dos mais mortais entre as mulheres. Especialmente nos países subdesenvolvidos, cuja educação sexual ainda é um desafio. É importante ressaltar que a vacinação se mostra eficaz para a prevenção dos sorotipos 16 e 18 do HPV, já que esses tipos também são os mais associados ao câncer de colo do útero. Além disso, o imunizante previne o câncer de pênis, ânus, garganta, boca e patologias que podem alcançar ambos os sexos.
Referências: Instituto Nacional do Câncer e Ministério da Saúde.