Descongestionante nasal vicia?
Durante os dias frios, o ar pode ficar seco e poluído. Por isso, é comum que ocorra a congestão nasal – o famoso nariz entupido. Um sintoma que aparece quando estamos gripados, resfriados ou com algum outro tipo de infecção ou alergia. Para lidar com esse sintoma, muitas pessoas optam por utilizar o descongestionante nasal. No entanto, o uso excessivo deste produto pode ser prejudicial.
O que é descongestionante nasal?
De acordo com o otorrinolaringologista Dr. Emerson Thomazi, os descongestionantes nasais são medicamentos utilizados para aliviar a congestão nasal, causada pelo inchaço dos tecidos nasais e pelo acúmulo de muco.
“A congestão nasal pode ser causada por resfriados, gripes, alergias, sinusite e outros problemas respiratórios”, explica o especialista.
Consequências do uso excessivo de descongestionante nasal
É importante estar atento ao uso exagerado de descongestionante nasal, pois eles podem causar efeito rebote. Mas você deve estar se perguntando: o que isso significa?
O efeito rebote nada mais é do que uma reação adversa que ocorre após a interrupção ou redução do uso de alguns medicamentos ou substâncias. É caracterizado pelo retorno ou piora dos sintomas que o medicamento originalmente aliviava.
“Por ser um vasoconstritor, o descongestionante nasal faz o fechamento dos vasos. Isso acaba diminuindo o inchaço da mucosa nasal fazendo com que o paciente respire melhor por um período longo”, ressalta o médico.
Segundo Dr. Emerson, o efeito rebote vai fazendo, aos poucos, com que a medicação deixe de ter um efeito prolongado e o paciente acabe tendo que usar corriqueiramente esse tipo de produto. “Mas os vasoconstritores não agem só na mucosa nasal. Eles acabam sendo absorvidos pelo sistema sanguíneo e isso leva a um risco aumentado tanto de doenças cardiovasculares quanto doenças do sistema nervoso central como por exemplo o AVC e os infartos agudos de miocárdio”, lembra. Por isso, antes de você usar um descongestionante nasal, busque orientação médica.
Uma das maiores dúvidas entre quem utiliza esse produto é se há um limite. O otorrino ressalta que o limite está relacionado diretamente ao efeito. Em um quadro gripal, por exemplo, onde a obstrução é muito intensa naquele momento, o médico pode receitar o uso num período de no máximo cinco dias – sendo que a quantidade e os horários devem ser determinados pelo médico.”
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Rinite e sinusite
Apesar de terem nomes semelhantes, as duas condições são totalmente diferentes. Dessa maneira, a rinite é um processo alérgico que ocorre dentro do nariz, e o uso constante do vasoconstritor pode levar o paciente a ter um tipo de rinite chamada rinite medicamentosa.
“É como se fosse um vício, e acaba causando uma dependência dessa medicação. Ou seja, se você tem rinite é totalmente contraindicado o uso de descongestionantes nasais”, recomenda o otorrino.
Assim, o tratamento ideal para quem tem rinite são os corticoides tópicos nasais e avaliações otorrino ou o alergista, onde pode se desenvolver um plano de tratamento que vai desde vacinas até medicações antialérgicas associadas aos corticoides tópicos nasais.
Por outro lado, segundo o médico, a sinusite é um processo infeccioso, normalmente agudo, que requer um tratamento com antibióticos e lavagem com soro fisiológico. “Requer um tratamento um pouco mais diferenciado do que a rinite alérgica”, finaliza Dr. Emerson.
Fonte: Dr Emerson Thomazi – Otorrinolaringologista.