Depressão e estresse podem reduzir impacto da vacina de Covid-19
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou na tarde de no último domingo (17) os pedidos de uso emergencial no Brasil das vacinas CoronaVac e AstraZeneca. Os dois imunizantes são os primeiros aprovados no país no combate à Covid-19. Em São Paulo, o governo do estado já aplicou a primeira vacina minutos após a aprovação da Anvisa. A enfermeira Mônica Calazans foi quem recebeu uma dose da CoronaVac. Na mesma semana, foi liberado um estudo feito na Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, publicado no jornal acadêmico Perspectives on Psychological Science. Nele, foi apontado que depressão e estresse podem afetar a resposta imunológica às vacinas contra a Covid-19.
De acordo com a publicação, a conclusão foi baseada em uma revisão de 49 estudos de vacinas em humanos que datam de 30 anos. Assim, estudos anteriores mostram como algumas condições de saúde mental enfraquecem o sistema imunológico das pessoas. Assim, retardando a resposta do organismo às vacinas ou ainda diminuindo a eficácia delas.
“Estressores emocionais como esses podem afetar o sistema imunológico de uma pessoa, prejudicando sua capacidade de afastar infecções”, explicou a principal autora do estudo, Annelise Madiso. “Além do custo físico da Covid-19, a pandemia tem um componente de saúde mental igualmente preocupante, causando depressão e ansiedade, entre muitos outros problemas relacionados”.
Depressão e estresse x vacinas: O que diz a ciência
De acordo com os pesquisadores, um estudo da resposta imunológica de estudantes de medicina a uma vacina altamente eficaz contra hepatite B descobriu que todos os estudantes desenvolveram anticorpos. Mas, os alunos que estavam mais estressados ou ansiosos demoraram significativamente mais para desenvolver anticorpos protetores.
Além disso, pesquisa anterior também mostrou que os adultos mais velhos – que são considerados de maior risco para sintomas graves de COVID-19 – às vezes não respondem bem às vacinas contra a gripe. Em um estudo, apenas 20% dos adultos estressados com 71 anos ou mais desenvolveram anticorpos após uma vacina contra a gripe.
O que isso significa
Essas descobertas sugerem que, com a vacina COVID-19, quando você está mais estressado e mais ansioso, pode demorar um pouco mais para desenvolver anticorpos. Infelizmente, o estresse constante da quarentena e a vida social interrompida durante a pandemia podem ter nos atrasado quando se trata de manter comportamentos saudáveis.
Dados recentes de todo o mundo documentaram sintomas depressivos e de ansiedade mais elevados e mais insônia durante o confinamento, aumento das vendas de álcool, alimentação em excesso e menos atividades físicas.
Mas, a boa notícia é que o poder de fazer melhorias que nos dêem a melhor chance de uma resposta saudável à vacina contra o coronavírus está quase totalmente sob nosso controle. Assim, alimentar-se de maneira saudável, colocar exercícios físicos na rotina, meditação e o autocuidado são poderosos aliados. Além disso, dormir bem e procurar ajuda especializada são algumas das práticas que podem ajudar a diminuir depressão e estresse.