Dengue clássica e dengue hemorrágica: qual é a diferença?
A dengue é uma doença infecciosa, comum em países de clima tropical. O vírus causador da enfermidade, classificado no meio científico como um arbovírus, é transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, que também transmite a chikungunya, febre amarela e Zika. A doença possui alguns estágios, sendo a dengue clássica e a hemorrágica as mais comuns. Entenda agora quais são as diferenças e tratamentos de cada uma delas.
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Dengue clássica X Dengue hemorrágica: afinal, qual é a diferença?
De acordo com a Fiocruz, a principal diferença entre os tipos de doença é a apresentação clínica. Inicialmente, a dengue hemorrágica apresenta-se da mesma maneira que a forma clássica da doença, mas evolui rapidamente para um quadro mais grave. Assim, os principais sintomas são dor abdominal, vômitos, agitação e pele seca, seguidos de queda de pressão. Se não receber tratamento imediato o paciente pode perder a consciência e chegar ao óbito por choque em poucas horas. Por isso, é fundamental realizar um diagnóstico correto e instituir rapidamente o tratamento.
Por outro lado, a dengue clássica começa forte e se assemelha a uma síndrome gripal grave caracterizada por febre alta, dor no corpo e nas articulações, incômodo atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.
Quais são as causas da dengue hemorrágica?
As razões exatas são desconhecidas. No entanto, fatores genéticos individuais estão envolvidos no processo de evolução da doença e há também a possibilidade de influência por uma infecção anterior, que pode intensificar uma segunda contaminação pelo vírus.
No entanto, este não é um fator absoluto, pois muitas pessoas já contraíram infecções sucessivas por dengue sem desenvolver o quadro hemorrágico. A virulência das amostras também é um fator importante. Na epidemia do Rio de Janeiro de 2002/2003, por exemplo, a grande maioria dos casos fatais eram infecções primárias, ou seja, as pessoas nunca tinham contraído dengue, mas o vírus em questão, do tipo 3, era e continua a ser bastante virulento.
Sintomas
Dengue clássica
- Febre alta com início súbito.
- Dor de cabeça.
- Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento deles.
- Perda do paladar e apetite.
- Náuseas e vômitos.
- Tonturas.
- Extremo cansaço.
- Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores.
- Moleza e dor no corpo.
- Muitas dores nos ossos e articulações.
Dengue hemorrágica
A dengue grave ou hemorrágica é uma complicação que acontece quando há alteração na coagulação sanguínea. No entanto, tal situação ocorre nas pessoas que se infectam pelo vírus pela segunda vez, em sua maioria. Entre os sintomas estão:
- Dor abdominal intensa e contínua.
- Náuseas e vômitos persistentes.
- Urina com sangue.
- Sangramento do nariz, boca, gengiva ou intestino.
Com a manifestação dos sintomas acima, é preciso ir ao hospital imediatamente, pois os sinais são relacionados a hemorragias, que podem ser mortais.
Como funciona o tratamento
Em casos leves e moderados, a recuperação da dengue envolve alguns hábitos que ajudam o próprio sistema de defesa do corpo a combater o vírus. Por exemplo:
- Repouso;
- Ingestão de líquidos;
- Uso de medicamentos para controlar os sintomas;
- Alimentação adequada.
Casos também leves precisar de internação para receber hidratação venosa. Em qualquer tipo de dengue, não se deve praticar a automedicação, pois remédios antitérmicos com ácido acetilsalicílico ou anti-inflamatórios podem interferir na coagulação do sangue.
Quantas vezes uma pessoa pode contrair dengue?
Não há limite para a infecção pelos vírus da dengue. Assim, as pessoas podem sofrer infecções sucessivas por todos os tipos de vírus circulantes na área.
Como prevenir a dengue clássica e hemorrágica?
Por fim, a melhor maneira de manter o mosquito longe é eliminar quaisquer pontos de água parada. Ainda não existe um imunizante que contemple toda a população, apenas uma vacina destinada a pessoas de 9 a 45 anos vivendo em áreas endêmicas ou de risco.
Portanto, o segredo está nos cuidados com os diferentes ambientes frequentados, sobretudo no quintal de casa. Dessa forma:
- Evite água parada em pequenos objetos, pneus, garrafas e vasos de plantas, por exemplo.
- Mantenha a caixa d’água sempre fechada e realize limpezas periódicas.
- Vede poços e cisternas.
- Por fim, descarte o lixo de forma adequada.
Referências: Fiocruz.