Daltonismo: o que é, como identificar e tratar
O daltonismo é uma condição razoavelmente comum – quem nunca ouviu falar de alguém que não via as cores como as outras pessoas? Mas, dificilmente sabemos explicar exatamente o que é essa condição e como ela funciona.
O que é daltonismo?
Daltonismo é o nome mais comum usado para falar da alteração visual relacionada à dificuldade na percepção das cores. “Assim, acabamos usando esse termo para falar de todas as alterações de visão de cores. Contudo, existem nomes específicos para cada tipo de alteração (verde/vermelho ou azul/amarelo, por exemplo)”, explica o Dr. Hallim Féres Neto, oftalmologista membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. “O diagnóstico é feito no exame com testes de cores – o mais conhecido é o Teste de Cores de Ishihara”.
Apesar de parecer assim, o daltonismo não é uma condição totalmente binária, em que a pessoa ou vê uma cor, ou vê outra. Na verdade, existem diferentes acometimentos e tipos. De acordo com o médico, o mais comum é a dificuldade de diferenciar o verde, depois o vermelho e, por último, o azul. “As outras cores são distinguíveis, existem raros casos de acromatopsia, em que a pessoa não reconhece cor nenhuma e enxerga como um filme em preto e branco”.
O único porém dessa condição é que ela não é tratável. Atualmente, existem aplicativos e até óculos especiais que ajudam o paciente a diferenciar as cores. Mas, ainda não há um modo definitivo de fazer alguém que não tem o receptor para certa cor conseguir enxergá-la.
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O que muda na vida da pessoa daltônica?
Como indicado acima, a principal dificuldade do daltônico é diferenciar algumas coisas. Isso significa que atividades simples, como escolher as próprias roupas ou reconhecer o sinal aceso em um semáforo, podem ser mais complexas do que para as demais.
“Um problema maior acontece na comunicação impressa, em que uma pessoa com dificuldade para perceber, por exemplo, a cor vermelha, vai enxergar itens em vermelho num texto apenas como um cinza escuro, praticamente igual ao preto”, explica o oftalmologista.
Ou seja, pense no caso de um e-mail com o aviso “Atenção aos itens em vermelho, eles são urgentes!”. Ou um documento em que é pedido para o leitor “assinar nas marcações vermelhas”. A pessoa em questão, com certeza, se sentirá perdida.
Por isso, além de pensar nas adaptações que a própria pessoa precisará fazer, é importante lembrar também da necessidade de políticas de inclusão, que facilitem a vida de pessoas daltônicas. Principalmente quando o assunto é a vida em sociedade.