Crianças autistas e isolamento social: Como lidar com os desafios
A pandemia está afetando cada vez mais a saúde mental das pessoas. Para as crianças autistas não é diferente. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) – conhecido como autismo – é caracterizado por conjunto de características vindas de um desenvolvimento neurobiológico anormal. Assim, as características presentes incluem alterações no desenvolvimento de habilidades sociais, de comunicação e aprendizado.
Geralmente, os sintomas costumam surgir na infância. O diagnóstico ocorre, em média, entre os 4 e 5 anos de idade.
“O autista precisa de rotina e previsibilidade para se autorregular, e, com a pandemia da Covid-19, esses fatores foram rompidos. Ou seja, pode ter gerado muitas quebras de vínculos e perdas de habilidades, que podem ser enxergadas como um retrocesso no tratamento” explica Daniella Dualib Uvo, psicóloga da Clínica Maia.
Além de uma nova rotina, os pais se deparam com a necessidade de encaixar as atividades escolares, as orientações das terapias e as suas próprias atividades de trabalho dentro desse novo cenário virtual.
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Níveis de autismo nas crianças
O Abril Azul é o mês da conscientização sobre TEA. Para entender melhor, segundo a psicóloga Rosangela Sampaio, existem 3 níveis de autismo nas crianças:
- Nível 1: O grau mais leve. Nele as crianças apresentam dificuldades para se relacionar com outras pessoas e podem não querer interagir com os outros;
- Nível 2: As crianças podem apresentar mais dificuldade nas relações sociais e na comunicação verbal e não verbal. Além disso, são mais inflexíveis. Por isso, eles podem ter comportamentos repetitivos e dificuldades com mudança.
- Nível 3: Nesse grau se encontram os déficits mais graves em relação à comunicação verbal e não verbal. Dessa maneira, há uma dificuldade para lidar com mudanças e as ações repetitivas se tornam ainda piores.
Dicas para os pais lidarem com as crianças autistas nesse período
Não sabemos quando a pandemia irá acabar. Portanto, é fundamental que as crianças autistas tenham o apoio dos pais e familiares. Veja algumas dicas da especialista Rosangela:
- Inspire-se em uma rotina que já existe e, se possível, envolva a criança nas decisões. Assim, adapte o que for preciso para ficar mais próximo do que a criança está acostumada. Trabalhe também a autonomia, mas não se esqueça de trazer o pequeno para a realidade;
- Organize diariamente as tarefas, reservando intervalo entre as atividades. Pois isso vai ajudar a mantê-los mais concentrados e menos estressados;
- Diminua o uso das telas entre as crianças;
- Reserve um tempo para a família. Assim, busque brincar com os seus filhos quando puder. Dessa forma, isso aumenta as emoções positivas não só das crianças, mas de todos os membros familiares.
Fontes: Daniella Dualib Uvo, psicóloga da Clínica Maia e especialista em neuropsicopedagogia.
Rosangela Sampaio, psicóloga e apresentadora do programa Mulheres Em Flow.