Como identificar se a criança precisa de aparelho ortodôntico
Ter os dentes na posição correta vai muito além da estética de um sorriso perfeito. A mordida cruzada, o apinhamento e outras situações similares trazem diversos inconvenientes que afetam o dia a dia do paciente. A solução para isso é o uso do aparelho dentário. Já na infância, é possível detectar se a criança precisa de aparelho ortodôntico. Afinal, ter os dentes na posição adequada vai muito além da estética. Pois, problemas como dentes apinhados e mordida cruzadas podem afetar o dia a dia da criança, sua fala, mastigação e até o sono.
Sendo assim, os pais devem ficar atentos ao desenvolvimento dental dos pequenos e levá-los ao ortodontista para uma avaliação.
Usar aparelho: quando começar
Vívian Farfel, odontopediatra e ortodontista pela Universidade de São Paulo (USP), explica que a Associação Americana de Ortodontia recomenda uma avaliação do desenvolvimento da oclusão aos 7 anos de idade para determinar se a criança precisa de aparelho ou não. Mas, ela alerta que, antes de pensar no aparelho, os pais não podem esperar a criança com 6 anos ou menos apresentar problemas visíveis nos dentes para procurar uma avaliação especializada.
“Há crianças que andam com a boca aberta, são incapazes de fechá-la, rangem os dentes, apresentam ansiedade e roncam como adultos. Assim, ajudar os pequenos precocemente é obrigação para que eles possam desenvolver perfis fortes, vias respiratórias e articulações saudáveis. Por isso, deve-se iniciar o tratamento o quanto antes”, explica a dentista.
A doutora Vivian indica que a criança deve ir ao profissional antes do surgimento dos primeiros dentinhos de leite na boca. “Torna-se recomendável que as crianças passem por consultas o quanto antes, com meses de vida. Pois, existem condutas que podem ser realizadas para impedir que algum problema se instale”.
Sinais de que a criança precisa de aparelho ortodôntico
A dentista explica que a prevenção e o tratamento precoce são essenciais para que o paciente não desenvolva deficiência no crescimento dos maxilares e mal oclusões dentárias. Nesse sentido, os pais podem prestar atenção de a criança apresenta algum dos sinais e sintomas abaixo:
- Mordida cruzada, com estreitamento da arcada superior;
- Mordida aberta, em que os dentes superiores não têm contato com os inferiores;
- Queixo mais para frente ou para trás do que o normal;
- Mordida profunda em que os dentes superiores cobrem os inferiores;
- Dentes projetados para fora da boca;
- Falta ou excesso de espaço entre os dentes;
- Dentes tortos ;
- Dentes nascendo em locais indevidos, como no palato, acima ou atrás de outros.
“Devemos entender que os dentes tortos ou a mal oclusão não surgiram sozinhos. As principais causas são postura errada aberta da boca, postura errada da língua e funções inadequadas. Assim, para corrigir tais questões, a criança deve respirar pelo nariz, manter os lábios fechados, a língua em posição correta e ter uma mastigação e deglutição equilibradas e eficientes”, pontua.
Leia também: Cáries na infância: açúcar e fim do aleitamento antes do tempo favorecem condição
Quais os aparelhos mais indicados para crianças
Existem diversos modelos de aparelhos ortodônticos e os pais podem ficar em dúvida sobre qual tipo escolher para o tratamento. Cada aparelho tem uma indicação precisa e quem vai determinar qual o melhor tipo e quanto tempo de tratamento é a necessidade da arcada dentária do paciente.
“Entre os aparelhos mais indicados, temos os expansores, que tem por objetivo deixar a arcada mais larga”, conta a dentista. “Eles podem ser fixos presos aos dentes ou removíveis, feitos de acrílico ou metal”, acrescenta.
Por fim, a profissional explica que crianças também podem usar aparelhos alinhadores invisíveis. “Mas, eles só podem ser instalados na dentição mista. Ou seja, os primeiros molares e incisivos permanentes já devem estar em boca”. De acordo com a especialista, ele é indicado como fase inicial parcial, podendo necessitar de tratamento posterior na fase de dentição permanente completa.
Fonte: Vívian Farfel, odontopediatra e ortodontista pela Universidade de São Paulo