Covid longa pode ser emocional? Cientistas sugerem que sim
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Como está o bem-estar físico, mental e social de um paciente 3 meses depois da infecção por Covid-19 se comparada com outras pessoas que testaram positivo para a doença? É com essa pergunta que pesquisadores americanos nortearam um estudo com uma conclusão polêmica: a Covid longa pode ser emocional e, além disso, questionam se tais sintomas são mesmo decorrentes do vírus.
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Será mesmo que a Covid longa pode ser emocional?
Para chegar à hipótese, os cientistas acompanharam durante três meses um grupo de 1 mil pessoas. A maioria (72,2%) teve Covid-19 e apresentou sintomas da doença prolongada, enquanto a outra (27,8%) não possuía histórico da enfermidade no período.
Durante o estudo, os participantes responderam questionários que avaliavam diversos aspectos da saúde. Por exemplo, depressão, ansiedade, vitalidade física, distúrbios de sono e queixas de dores.
“Embora tenham mostrado algumas melhorias ao longo do tempo, 39,6% dos pacientes positivos para Covid-19 e 53,5% dos pacientes negativos relataram sintomas residuais. Assim, essas descobertas enfatizam a importância de incluir um grupo de controle ao estudar as sequelas da doença”, afirma um trecho do artigo publicado no JAMA Network.
Contudo, ainda que a prevalência dos sintomas da Covid longa tenha sido maior em pessoas que não tiveram a doença, eis um ponto importante. O recrutamento dos voluntários começou em dezembro de 2020 — ou seja, em um momento crítico da pandemia.
Portanto, sintomas como ansiedade, depressão e outros fatores emocionais são condições que muitas pessoas experimentaram no auge da pandemia. Incluindo quem nunca teve Covid-19.
Tal questão é ponderada pelo estudo. “Indivíduos que passaram por isolamento social, interrupção do trabalho ou hospitalização na pandemia pode relatar prejuízos semelhantes no bem-estar sem antecedente de Covid-19″.
A hospitalização a qual a pesquisa se refere acima teria como causa infecções respiratórias sem relação com o Covid-19. “A experiência da pandemia e o estresse podem estar desempenhando um papel no atraso da recuperação das pessoas infectadas com qualquer doença”, afirmou Lauren Wisk, umas das autoras do estudo, na divulgação da pesquisa à JAMA.
Mesmo com hipótese, sintomas não devem ser desprezados
Muitas pessoas que enfrentaram o Covid-19 afirmaram que a infecção trouxe mudanças negativas para a saúde. Fadiga, lapsos de memória, falta de ar crônica e dores de cabeça frequentes são alguns desconfortos mapeados por diversos estudos.
Além disso, uma pesquisa recente sugere que a Covid longa pode favorecer o enrijecimento do fígado, situação chamada fibrose. Em cenários com outras causas, a fibrose pode evoluir para insuficiência hepática e até mesmo para um câncer de fígado.
Então, é fundamental buscar um médico caso os sintomas estejam atrapalhando sua vida.
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