Covid causa inchaço? Saiba mais sobre sequela enfrentada por Joelma
A pandemia de Covid-19 nos mostrou que o coronavírus pode agir no corpo de diversas formas. A Covid longa, por exemplo, é uma reação que ocorre com pessoas que já tiveram a doença. Nesse caso, muitos dos sintomas enfrentados durante a infecção podem permanecer por um longo período, e outros novos podem surgir. Mas será que a Covid causa inchaço no rosto?
Apesar de não ser um dos principais sintomas de quem já teve Covid, um inchaço atípico no rosto da cantora Joelma chamou atenção nas redes sociais. Em um show realizado no último domingo (29), no Pará, ela apareceu com rosto inchado e deixou os fãs preocupados. Trata-se, de acordo com a própria cantora, de uma sequela da Covid-19. Joelma teve a doença três vezes. Ela explicou que o vírus deixou um “efeito sanfona” e que há dias nos quais o corpo fica inchado, mas depois volta ao normal. Após o show, Joelma postou novas fotos nas redes sociais em que seu rosto está aparentemente desinchado.
Em outubro de 2021, ao UOL, Joelma relatou que teve todos os sintomas da doença e que seu corpo inchou: “Fiquei totalmente deformada. Caiu muito meu cabelo, foi uma coisa absurda. Até agora meu corpo não voltou ao normal, tive que mudar de tamanho de sutiã”, disse a cantora. Em outra declaração, ela também contou que a covid-19 afetou sua memória e sua visão.
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Afinal, Covid causa inchaço?
Alterações corporais como o inchaço no rosto vivido por Joelma podem sim estar associadas à covid longa, quando os sintomas se prolongam após a infecção pelo coronavírus. Outro fator apontado como causador do inchaço foram os procedimentos estéticos que ela já realizou no rosto.
No entanto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SP), “os efeitos colaterais advindos da aplicação de preenchedores faciais não são apenas raros, mas também transitórios e benignos. Geralmente, eles se caracterizam pela presença de sinais inflamatórios (inchaço, vermelhidão, calor e dor no local da aplicação do preenchedor) e respondem bem ao tratamento, que é individual e deve ser sempre prescrito por um dermatologista”, aponta a entidade.
De qualquer modo, depois de uma infecção por Covid-19, ou mesmo a vacinação, ocorre um processo inflamatório no organismo e ele pode interagir com o ácido hialurônico presente nos tecidos aplicados. Esse processo pode ocorrer por causa de outras doenças, e tem sido bastante relacionado ao covid-19. Por isso, a vacinação continua sendo a melhor forma de se prevenir da doença e de suas possíveis consequências.
Por fim, a Covid também pode causar mudanças nos hábitos alimentares, como aumento na fome, o que poderia causar ganho de peso. Outro fator que pode estar relacionado ao inchaço refere-se a um dos principais medicamentos utilizados para tratar a covid-19: o corticoide. De acordo com os médicos, quando utilizado de maneira prolongada em doses elevadas, pode gerar efeitos adversos, como o chamado “face em lua cheia”, em que a pessoa fica com o rosto mais arredondado e inchado. Além disso, o medicamento também pode causar ganho de peso, por isso costuma ser recomendado apenas por um curto período.
Sintomas da Covid longa
De acordo com o médico infectologista Moacyr Silva Junior, do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e da UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, apesar de existirem vários estudos em andamento sobre a covid longa, ainda não há respostas definitivas para explicar exatamente o que a causa, tampouco se de fato a Covid causa inchaço. Na covid longa, os sintomas debilitantes costumam persistir por mais de quatro semanas após o diagnóstico. Além disso, não há um tempo médio de duração, variando muito de caso a caso.
“A covid longa afeta vários sistemas do organismo. Os principais sintomas são alterações pulmonares [dificuldades respiratórias]; fadiga crônica e alterações cognitivas, como problemas de memória mais detalhada e associações de lógica, que podem durar meses”, afirma o médico. Outros sintomas comuns são a perda de olfato e/ou paladar por tempo prolongado. “Há casos de pessoas que se contaminaram e, até o momento, não conseguiram recuperar esses sentidos”, diz.
Ainda segundo o especialista, geralmente a condição ocorre em pacientes mais idosos, com diabetes tipo 1 ou 2, e atinge mais mulheres e pessoas que tiveram caso graves de covid-19, que precisaram de internação em UTI.
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Tratamento
O infectologista ressalta que não há um tratamento específico para covid longa, já que cada paciente a manifesta de uma forma. A recomendação é procurar um médico especialista, caso os sintomas persistam após o fim da infecção.
“Se a pessoa estiver com problemas de memória, deve procurar um neurologista, por exemplo. O tratamento hoje é paliativo e multidisciplinar”, finaliza.
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Fontes: Moacyr Silva Junior, médico infectologista do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e da UTI do Hospital Israelita Albert Einstein e Sociedade Brasileira de Dermatologia