Devo me preocupar com coronavírus na academia?

Bem-estar Movimento
10 de Março, 2020
Devo me preocupar com coronavírus na academia?

Se você é do tipo que se concentra exclusivamente no treino quando está malhando, pode ter se percebido distraído nas últimas semanas, pensando: devo ficar preocupado com o coronavírus na academia?

É uma pergunta legítima, especialmente considerando que o número de pessoas nos Brasil afetadas pelo novo coronavírus continua crescendo desde que o primeiro caso de COVID-19 (a doença causada pelo vírus) foi identificado. Até o momento, 10 de março, foram confirmados pelo Ministério da Saúde 30 casos

Entendendo o coronavírus

Ao contrário do que muita gente acredita, o coronavírus não é exatamente uma novidade. “Ele pertence a uma grande família de vírus que são conhecidos desde meados dos anos 1960. Ou seja, existem inúmeras variantes do vírus que podem causar desde simples resfriados até graves problemas respiratórios”, explica Flavia Carijó, diretora médica da rede de clínicas Prophylaxis. 

A versão atual trata-se, na verdade, do 2019-nCoV, que teve seu primeiro caso  identificado na cidade de Wuhan, na China, no final de 2019. Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que 80% dos casos são leves e apresentam sintomas parecidos com o da gripe comum. 

Coronavírus na academia: Perigo ou exagero?

Visto que o vírus se espalha da mesma maneira que o de um resfriado comum, ele pode ser transmitido através de contato próximo com aqueles que estão infectados. E a academia – local em que as pessoas geralmente disputam espaço, compartilham máquinas e equipamentos e se movem lado a lado em aulas em grupo – pode definitivamente parecer um ambiente propício. 

Porém, o coronavírus é um “vírus de oportunidade igual”, o que significa que pode ser transmitido em qualquer situação de proximidade na comunidade, não apenas na academia. 

Mas, existem alguns fatores ligados a academias e estúdios de ginástica que podem ser combinados para aumentar a probabilidade de transmissão. Pois, são ambientes em que as pessoas se reúnem e tocam muitas superfícies. Então, você precisa sim estar mais alerta.

Contudo, a maior parte da transmissão vem de pessoas realmente doentes e das gotículas da tosse que espirram da boca ou do nariz. No entanto, pode haver alguma transmissão leve acontecendo a partir de superfícies de toque comuns, mas não é o principal mecanismo de propagação deste vírus.

Como se proteger do coronavírus na academia

Embora seja um vírus novo, os métodos para se proteger contra ele são bastante provados. Assim, os mesmos tipos de mecanismos usados ​​para se cuidar durante a temporada de gripe na academia são exatamente os mesmos métodos que você usaria para barrar a doença. 

Até o momento não existe uma vacina para esse novo coronavírus. Assim, a melhor forma de evitar a contaminação é adotando certos cuidados diários. O infectologista Dr. Augusto Yamaguti dá as dicas conforme as diretrizes divulgadas pelos órgãos oficiais da área da saúde.

Leia também: Coronavírus: Alimentos que fortalecem imunidade podem prevenir contaminação?

O que fazer

  • Higienizar as mãos frequentemente com água e sabão pelo menos por 20 segundos. Se não for possível a lavagem das mãos, friccionar as mãos com álcool gel a 70%.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas que estejam tossindo ou espirrando.
  • Manter uma distância de 1 a 2 metros destas pessoas.
  • Ficar em casa se apresentar quadro leve de febre, dor de garganta, dor no corpo, tosse e espirros e evitar o contato com outras pessoas. Mas, se o quadro se agravar e necessitar de procurar atendimento médico, antes de sair de casa usar uma máscara comum ou amarrar um lenço cobrindo o nariz e a boca.
  • Ao tossir ou espirrar, cobrir boca e nariz na dobra do cotovelo ou usar um lenço de papel, jogando no lixo após o uso, e higienizar as mãos conforme orientado acima.
  • Após tocar objetos e superfícies em ambientes públicos (corrimão de escadas, maçanetas de portas, catracas, lavatórios, etc.), sempre realizar a higienização das mãos conforme orientado acima.

Além disso, vale sempre limpar o equipamento ou as máquinas antes e depois de utilizá-los. Geralmente, as academias fornecem toalhas desinfetantes ou spray de limpeza por esse motivo específico, portanto, certifique-se de usá-las. 

Por fim, considere a distância física do seu colega de ginástica. Portanto, se você vir alguém tossindo ou espirrando em um aparelho, considere excluir o uso desse aparelho do seu treino naquele dia. 

Leia também: Pequenos hábitos que ajudam a fortalecer a imunidade

Sobre o autor

Amanda Figueiredo
Amanda Figueiredo é nutricionista clínica pela USP (Universidade de São Paulo), pós-graduada em Saúde da Mulher e Reprodução Humana pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) e especialista em emagrecimento e nutrição estética CRN-3 77456 Também é jornalista e editora-chefe da Vitat.

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