Cordão umbilical enrolado no pescoço exige cesárea?
Durante a gestação, normalmente os pais preocupam-se muito com o bem-estar do bebê — e ficam ansiosos para que a sua chegada seja a mais tranquila possível. Por isso, a futura mamãe realiza uma série de exames a fim de verificar o estado de saúde do pequeno. Mas e quando descobre-se que o cordão umbilical está enrolado no pescoço do feto: será que isso pode trazer algum risco ou ser indicativo de cesariana? Saiba mais:
Cordão umbilical enrolado no pescoço: há riscos?
O cordão umbilical enrolado no pescoço também é conhecido como circular de cordão. De acordo com a médica ginecologista, obstetra e sexóloga Dra Erica Mantelli, o acontecimento é mais comum do que parece — chega a atingir até 30% das gestações.
“O cordão umbilical pode se enrolar não apenas no pescoço, mas em outros membros, como pernas e braços. Enquanto ele está dentro do útero, não há riscos à saúde do bebê”, ela assegura.
Na maioria das vezes, a circular é desfeita sozinha pelo próprio feto, durante suas movimentações dentro da barriga. Ou então, é possível desenrolar o cordão no próprio parto, sem que isso gere nenhuma complicação para o pequeno ou para a mãe.
O bebê pode sufocar?
Não. Isso porque o bebê não respira pelos pulmões e pelas vias aéreas quando dentro da barriga. “Durante a gestação, ele recebe os suprimentos de oxigênio e nutrientes por meio do cordão umbilical. O bebê só vai respirar pelo nariz e usar os pulmões quando o cordão for cortado, ou seja, depois do nascimento”, garante a especialista.
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Cordão umbilical enrolado no pescoço é indicativo de cesárea?
Este é outro mito muito comum sobre o assunto. “Milhares de mulheres já tiveram essa falsa indicação de cesariana devido ao suposto risco de o bebê se enforcar”.
Contudo, a médica explica que a circular de cordão não exige que a cesárea ocorra. Na imensa maioria das vezes, o parto pode ser sim normal, sem nenhum problema envolvido e nenhuma intervenção necessária.
Quais os cuidados necessários com a circular de cordão?
Se o bebê estiver com o cordão enrolado no pescoço e a mãe optar pelo parto normal, exames de monitorização durante o trabalho de parto (que já acontecem normalmente) ajudarão a acompanhar o bem-estar do pequeno.
Isso porque em casos bem mais raros, pode ser que o cordão esteja enrolado mais de uma vez, seja muito curto e apertado (o que impede a circulação sanguínea ideal), ou até obstrua a passagem da criança.
Esses fatos podem atrasar o nascimento, alterando a frequência cardíaca do feto e exigindo alguma intervenção para evitar o sofrimento fetal. Contudo, esse diagnóstico, além de pouco comum, só é feito na hora do trabalho de parto, e com testes como a cardiotocografia.
“Não é possível, apenas pelo ultrassom durante o pré-natal, definir que o cordão sofrerá compressão ou impedirá a passagem do bebê”, reforça a Dra Erica Mantelli.
Fonte: Dra Erica Mantelli, médica ginecologista, obstetra e sexóloga.