Como usar colírio: confira cuidados essenciais com o medicamento
O tempo seco é uma marca registrada do outono, e nessa época do ano, os olhos tendem a ficar mais ressecados. Não atoa, quem sofre com a falta de umidade nessa região, sabe como os colírios são parceiros importantes para devolver a lubrificação das córneas e diminuir a sensação desconfortável de secura. A seguir, saiba como usar colírio.
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Dicas de como usar colírio
Antes de comprar um colírio novo ou fazer uma reposição, é importante lembrar que o produto é, na verdade, um medicamento, e por isso exige alguns cuidados para que não prejudique a saúde ocular. Portanto, embora os colírios pareçam inofensivos, se utilizados incorretamente, eles podem trazer sérios riscos como lesões e infecções oculares.
A seguir, confira as recomendações de como usar colírio para cuidar dos olhos, sem perder de vista a sua saúde integral.
1. Respeitar o prazo de validade do colírio
Como toda medicação, deve-se respeitar o período de efetividade do colírio, aconselha o Dr. Hallim Feres Neto, médico oftalmologista membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. “Lembre-se que o prazo de validade considera o frasco antes de ser aberto”, pondera o médico, alertando para a necessidade de cuidar desta etapa. Depois que está em uso, deve-se considerar as recomendações da próxima dica.
2. Prestar atenção ao tempo de vida útil do colírio
Com relação à durabilidade do produto, o médico compara os colírios a uma caixa de leite: “Antes de abrir, pode acreditar no prazo de validade escrito na caixa, mas, depois de aberto você tem um tempo certo pra usar e, se não usar, precisa jogar fora”, explica o especialista, lembrando que o prazo de validade só vale enquanto o frasco estiver lacrado. Ele indica que, geralmente, os colírios devem ser desprezados 30 ou 60 dias depois de abertos, conforme orientações contidas na bula.
3. Lavar as mãos antes de manipular o colírio
É fundamental lavar as mãos antes de abrir o frasco, a fim de evitar que as próprias mãos levem impurezas e até contaminações aos olhos. Dessa forma, o ideal é puxar discretamente a pálpebra inferior para baixo e pingar uma gota apenas dentro do saco conjuntival, que é a parte interna da pálpebra inferior. Depois disso, feche os olhos por cerca de 60 segundos para uma melhor absorção, no caso de remédios. “No uso de colírios lubrificantes, você pode piscar assim que pingar, pois não precisa de absorção”, indica o oftalmologista.
4. Não encostar na ponta do frasco (e nem deixar encostar no olho)
Tão importante quanto cuidar da higiene das mãos, é tratar o procedimento como um cuidado clínico, em que contaminações são sempre possíveis e, portanto, devem ser evitadas com cuidados higiênicos. Portanto, é necessário ter atenção em relação a tocar no frasco nas partes que contêm o líquido e não permitir que a ponta do frasco, durante a aplicação, corra o risco de se contaminar com eventuais partículas contidas nas mucosas dos olhos.
5. Não dividir colírios com outras pessoas
“Cada um de nós tem uma flora bacteriana diferente. E a pessoa que você pegou o colírio emprestado pode ter um microrganismo que cause, por exemplo, uma conjuntivite em outra pessoa”, exemplifica o médico.
Afinal, colírios lubrificantes devem ou não conter conservantes?
Os colírios lubrificantes considerados normais precisam de conservantes para não gerarem contaminação depois de abertos. “O problema é que os conservantes podem machucar os olhos quando precisamos pingar muitas vezes ao dia”, diz o especialista. Para os casos em que a aplicação seja de 4 vezes ou mais por dia, o ideal é utilizar a opção dos colírios sem conservantes. “Esses colírios vêm em frascos especiais, que impedem o refluxo do líquido de volta para o frasco, assim como também filtram a entrada de ar”, afirma o médico.
Como usar colírio: confira cuidados extras
Embora sejam positivos para o conforto ocular, o uso de colírios em excesso pode levar a problemas que a maioria das pessoas desconhece. “Algumas medicações em forma de colírio, como por exemplo anti-inflamatórios, podem levar à catarata precoce ou glaucoma quando usados por tempo indeterminado”, alerta o oftalmologista, sugerindo que um médico sempre seja consultado sobre a necessidade e posologia de um colírio.
Apesar de eventuais efeitos colaterais se restringirem aos olhos, há colírios que podem causar efeitos sistêmicos, como manchas na pele, taquicardia e depressão respiratória, entre outros efeitos.
Portanto, todos os colírios devem ser utilizados apenas com indicação médica. A exceção fica por conta dos colírios lubrificantes, que, em sua maioria, podem ser usados sem indicação médica, contanto que se respeite a frequência de uso, o tempo de descarte depois de aberto e que não cause efeitos indesejáveis.
Fontes: Dr. Hallim Feres Neto, Oftalmologista membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e diretor da Clínica Prisma Visão.