Coma alcoólico: o que é, sintomas e o que fazer

Saúde
25 de Fevereiro, 2022
Coma alcoólico: o que é, sintomas e o que fazer

Quando a ingestão de bebidas alcoólicas é excessiva, o consumidor pode vir a sofrer um coma alcoólico. E engana-se quem pensa que apenas pessoas alcoólatras estão sujeitas ao quadro, também chamado de intoxicação aguda por etanol. Na realidade, basta que qualquer um consuma grandes quantidades de álcool em um curto período para que a dificuldade de metabolizar a substância aconteça e a consequência seja o temido episódio. A seguir, saiba mais sobre ele.

O que é coma alcoólico?

O coma alcoólico acontece quando há um estado de alteração severo no nível de consciência de uma pessoa em decorrência do consumo excessivo de álcool. Mas, não é novidade pra ninguém que a ingestão de álcool acarreta uma série de efeitos no organismo, e cabe ao fígado metabolizar essa substância. Contudo, se houver exageros, o órgão tem dificuldades nesse processo, o que pode levar à intoxicação do cérebro e outros órgãos do corpo.

Mas, sabia que o quadro não tem relação direta com o tipo de bebida ingerida? Na verdade, não é uma regra que tomar determinado tipo de bebida, fazer uma mistura específica ou então que certos biotipos físicos definam quem vai vir a sofrer ou não de um princípio de coma alcoólico. Ou seja, cada caso aqui é individualizado, portanto não é possível estabelecer regras gerais de limites para evitar o quadro.

O que vale, no entanto, é se atentar aos sintomas do episódio, que surgem quando há uma quantidade superior a três gramas de álcool por litro de sangue. Isso leva à diminuição do nível de consciência, confusão mental e, em casos mais graves, à redução da capacidade respiratória e dos batimentos cardíacos, o que pode oferecer até risco de vida. 

Veja mais alguns sintomas que podem indicar um início de coma alcoólico:

Sintomas

  • Sonolência excessiva (quando a pessoa nem responde a chamados ou estímulos);
  • desmaio ou perda de consciência;
  • dificuldade em articular palavras ou frases;
  • incapacidade de se concentrar;
  • perda da sensibilidade e dos reflexos;
  • dificuldade em andar ou se manter de pé;
  • convulsão;
  • respiração irregular e lenta;
  • baixa temperatura (hipotermia).

A intoxicação se inicia a partir da ingestão de aproximadamente 360 ml de cerveja ou 50 ml de destilados. Entretanto, a apresentação clínica varia em função de uma série de fatores, como a história do paciente (se há histórico de abuso de álcool), a presença de comorbidades e até susceptibilidade genética.

O que fazer em caso de coma alcoólico?

Encaminhe o indivíduo a um serviço de atendimento pré-hospitalar, como o SAMU. Isso deve ser feito o mais rápido possível, para evitar que a situação se agrave. Pois, se o socorro demorar, o paciente pode vir a sofrer graves consequências neurológicas ou até falecer.

No serviço de urgência, fazem parte dos procedimentos padrões a medição da glicemia e sua correção com solução de glicose 50%. Hidratação vigorosa também está inclusa no tratamento e quadros de maior gravidade ainda requerem exames laboratoriais.

Sem excessos

Embora o coma alcoólico só aconteça em casos de exagero no consumo de bebidas alcoólicas, cada vez mais a ciência revela que não há quantidades seguras de álcool para a saúde. Estudos mostram, por exemplo, que o cérebro pode ser prejudicado e até o risco de câncer aumenta com o consumo de álcool, mesmo que a ingestão seja baixa. Mas não precisa passar vontade: que tal recorrer a um refrescante mocktail no próximo happy hour? Acredite, será um brinde à saúde!

Fonte: David Paliari Zuin (CRM-SP 129.495) é médico pós-graduado em endocrinologia, nutrologia e gestão em saúde. Atua no setor de clínica médica no Hospital São Francisco de Mogi Guaçu (SP) e é coordenador médico do SAMU Regional Baixa Mogiana.

Sobre o autor

Redação
Todos os textos assinados pela nossa equipe editorial, nutricional e educadores físicos.

Leia também:

bebê prematuro extremo
Gravidez e maternidade Saúde

Bebê prematuro extremo: “Não ouvi o choro do meu bebê ao nascer”, conta mãe de UTI

Josenilda Pedreira Alves é mãe de Dario, um bebê prematuro extremo, que  nasceu em janeiro com 26 semanas de vida

falta de vitamina D
Alimentação Bem-estar Saúde

Falta de vitamina D: Conheça os 4 sinais que o corpo dá

A falta de vitamina D acaba esbarrando na saúde, causando sintomas característicos. Veja quais são!

Júlia e Camille - Foto por Talita Ciardi
Gravidez e maternidade Saúde

Desafios do puerpério: nasce um filho, surge uma mãe

Apresentadora e modelo Júlia Pereira, que passou pelo seu segundo puerpério recentemente, compartilha os desafios e a beleza dessa fase