Cisto unilocular: o que é, como identificar e tratamento
Com aparência de bolha, o cisto unilocular é um conteúdo líquido envolto em uma membrana que costuma se formar na região do ovário. Ele recebe esse nome pois, diferente de outros tipos de cistos, possui um único lóculo. Ou seja, não é dividido ao meio ou em várias porções menores. Ele é considerado um evento comum na saúde feminina, especialmente entre as mulheres que estão na fase fértil.
Como o cisto unilocular se forma
Dentro do ovário, existem os chamados folículos primordiais, que são um agrupamento de células que darão origem ao óvulo, essencial na gravidez. Assim, no início do ciclo menstrual, um grupo de folículos amadurece, o que produz o hormônio estrogênio. Gradativamente, um deles ganha a corrida até que se torne o folículo dominante.
A partir daí, o óvulo cresce até atingir aproximadamente quatro centímetros, ganhando o aspecto de bolha. Mas, por conta de um pico hormonal que vem da hipófise, ele cresce tão rápido que uma hora se rompe e cai na trompa, e inicia o processo que gera uma gravidez.
Assim, se em 14 dias não ocorrer gravidez, o cisto atrofia, e ocorre então a descamação do endométrio, com o início de um novo ciclo.
Como identificar
Esse tipo de cisto costuma apresentar uma parede fina e regular, e dentro dele tem um conteúdo líquido e embrionário. Para uma análise eficaz, sugere-se o exame de ultrassom, no qual ele aparece com uma cor mais escura do que outros cistos. Contudo, existem pacientes com cistos pós-ovulatórios que são hemorrágicos. Por isso, podem apresentar sangramentos ocasionais.
Além do cisto unilocular do ovário, existem outras variações no organismo. Um deles é o cisto de inclusão mesotelial, que fica localizado em dobras da parte interna da barriga, na região que os médicos denominam de peritônio. Apenas exames de ultrassom podem identificar o problema.
Por fim, outra variação é a hidátide de Morgagni, que fica próxima à região da tuba uterina e são pequenos restos embrionários, menores que dois centímetros, identificáveis apenas também com o uso do ultrassom.
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Tratamento para cisto unilocular
De forma geral, os cistos devem ser avaliados por um especialista e o tratamento é de acordo com o quadro de sintomas e o tamanho. Uma vez identificado, a paciente deve ser encaminhada ao médico.
Nos casos de cisto unilocular do ovário, não existe tratamento. Pois, basta simplesmente observar e esperar o próximo ciclo menstrual. Quando há hemorragia, o próprio organismo libera o sangue que se acumulou e desparece no ciclo seguinte.
Para o diagnóstico de cisto de inclusão mesotolial, a paciente pode sentir bastante dor, por cerca de 48 a 72 horas, e que é amenizada com o uso de anti-inflamatórios recomendados com supervisão médica.
As hidátides de Morgagni não são tratadas, pois são muito pequenas e dificilmente causam complicações na saúde da mulher.
Raramente um cisto unilocular é resolvido com tratamento cirúrgico. Mas, existem situações que eles sangram em grande quantidade e se torna necessário uma intervenção cirúrgica, em especial, em casos em que o tamanho é maior que dez centímetros.
Prevenção
Toda mulher no período fértil tem maior risco de ter um cisto unilocular. Contudo, eles ocorrem com maior frequência naquelas em que não utilizam métodos contraceptivos hormonais.
Assim, o ideal é programar a gravidez de maneira adequada, cuidar para não ter infecção do trato reprodutivo como moléstias inflamatórias e evitar sexo não seguro.
Por fim, em pacientes que possuem endometriose, vale também seguir hábitos de vida saudáveis para evitar complicações do cisto, como manter atividade física, não fumar, recusar alimentos ultraprocessados e não se estressar constantemente.
Fonte: Dr Alexandre Pupo, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio Libanês e Albert Einstein.