Cirurgia para varizes: entenda quando ela é indicada e os seus tipos
As varizes são veias que se dilatam e ficam com aspecto tortuoso embaixo da pele. Elas podem ser de três tipos: pequeno, médio ou grande calibre, dependendo da gravidade. Assim, algumas pessoas apresentam minúsculas ramificações, de coloração avermelhada e, normalmente, o tratamento é mais simples e se dá de maneira não-invasiva. Porém, quando essa dilatação atinge o seu nível mais grave, indica-se a cirurgia para varizes.
Quando a cirurgia de varizes é recomendada?
Em suma, a cirurgia de varizes é indicada para aquelas pessoas com veias calibrosas e sintomáticas. Em outras palavras, para aquelas que apresentam sintomas como:
- Sensação de peso nas pernas;
- Dor;
- Cansaço;
- Inchaço;
- Refluxo na safena.
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Quais são os tipos desse procedimento cirúrgico?
Atualmente, a cirurgia de varizes é dividida em dois tipos. Assim, o primeiro é o convencional, em que é feito o corte e a retirada das veias doentes. Já o segundo é o minimamente invasivo, em que se realiza o procedimento por endolaser e não há cortes.
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Cirurgia das varizes: como ela pode ser feita
Sabe-se que quando a doença atinge a veia safena, recomenda-se que ela seja retirada ou passe pelo processo de escleroterapia. Em outras palavras, o paciente passa pelo procedimento popularmente conhecido como secagem dos vasinhos.
Assim, a retirada é feita com a passagem de um cabo desde a virilha até o tornozelo e, então, remove-se a veia por completo. Portanto, esse procedimento pode ocasionar hematomas e gerar bastante dor no pós-operatório. Já a escleroterapia pode ser feita com agentes químicos como a espuma de polidocanol. Normalmente, o especialista realiza o método em ambiente ambulatorial e, nesse caso, trata-se a varize, mas não a retira.
Há também o procedimento térmico com laser ou radiofrequência, que está associado a retirada das veias calibrosas sem incisões. Dessa forma, a recuperação tende a ser muito mais rápida e com menos dor. Nesses processos considerados não invasivos são feitos “furinhos” na pele, guiados por ultrassom, por onde o laser entra na veia. Assim, ele gera energia e queima a veia doente.
A cirurgia por endolaser é considerada o padrão ouro no tratamento das varizes. No entanto, o material para realizá-la não é coberto pelo rol da Agência Nacional de Saúde (ANS), portanto, o paciente precisa pagá-lo de forma particular.
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As principais dúvidas sobre a cirurgia para varizes
1. Quanto tempo dura, em média, o procedimento?
O tempo cirúrgico depende muito de quantas varizes o paciente possui e se terá que tratar a safena, por exemplo. No entanto, em geral, os procedimentos costumam durar em torno de duas horas.
2. Qual tipo de anestesia se usa na cirurgia das varizes?
Normalmente, a anestesia usada na cirurgia de varizes é a raquidiana com sedação. Em algumas circunstâncias, de acordo com especialistas, pode-se fazer a anestesia geral. Todavia, fica restrita a retirada de varizes localizadas na parte posterior da perna e coxa nesses casos, pois o paciente não pode ser colocado de bruços.
3. Como é o pós-cirúrgico?
Após a cirurgia de varizes pelo método tradicional – onde é feita a retirada da veia safena – o paciente vai para casa com as pernas enfaixadas. Ele deve ficar um dia dessa forma para minimizar hematomas. Logo após esse período, o indicado é usar meias elásticas. Assim, nesse caso, recomenda-se ainda:
- Repouso (duras horas de repouso e 15 min de caminhada para evitar trombose);
- Banhos com cuidados (para não retirar os pontos falsos das pequenas incisões);
- Evitar exposição ao sol.
Já nos casos das cirurgias minimamente invasivas, como a feita com laser, por exemplo, o paciente sai caminhando do hospital. Portanto, não há necessidade de repouso e logo ele volta às atividades do dia a dia.
4. O paciente pode voltar a dirigir após quanto tempo?
Dirigir é uma atividade que exige muito o uso das pernas. Por isso, recomenda-se que o paciente aguarde de 15 a 30 dias para voltar a comandar o carro quando a cirurgia é a de método tradicional.
Já nos casos dos procedimentos minimamente invasivos esse retorno pode ser feito no mesmo dia ou em até três dias após a intervenção médica, dependendo do caso.
5. Pode retornar à atividade física depois de quanto tempo?
O retorno aos exercícios físicos depende do tamanho da cirurgia. Mas, em linhas gerais, a liberação ocorre entre 30 e 90 dias nos casos de procedimentos comuns.
Já para endolaser, o médico pode permitir exercícios leves como caminhada depois de sete dias. No entanto, as atividades mais pesadas, como musculação e crossfit, tendem a ser retomadas só depois de 10 a 15 dias do procedimento.
6. O paciente pode voltar a tomar sol depois de quanto tempo?
Independentemente do tipo de cirurgia, o paciente deve ficar 45 dias sem exposição direta ao sol. Portanto, deve-se usar calça e passar protetor solar para realizar atividades ao ar livre.
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Afinal, há contraindicação para essa cirurgia?
A resposta é sim. Portanto, apesar da cirurgia ser bastante simples, condições pontuais levam a sua proibição, como:
- Predisposição a sangramento como hemofilias;
- Cirrose hepática em graus avançados;
- Plaquetas baixas;
- Uso de medicação anticoagulante ou antiagregante ;
- Problemas cardiológicos graves;
- Doença pulmonar, no rim e cerebelo;
- Câncer em estágio avançado;
Fontes:
- Dr. Anderson Nadiak Bueno, cardiologista e coordenador do Vascular Center do Grupo Sirius;
- Dr. Brenno Seabra Netto, Cirurgião Vascular na Rede Meridional/Kora Saúde.
Referências: