Cirurgia para remover cicatriz: como é feita e quem pode fazer
Cirurgias, queimaduras, acidentes… a lista de diferentes eventos que podem causar cicatrizes na pele é imensa. Dependendo do tipo e da localização, essa lesão pode afetar a autoestima e a qualidade de vida de muita gente. Dessa forma, uma saída para o problema é a cirurgia. Conversamos com a dermatologista Bárbara Carneiro para entender melhor sobre como funciona a cirurgia para remover cicatriz e para quem ela é indicada. Confira!
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Por que surgem cicatrizes?
De acordo com a médica, o processo de cicatrização deve ocorrer naturalmente pelo organismo, mas em algumas pessoas isso não acontece da forma esperada. “Em alguns casos, a cicatrização ocorre de maneira irregular. Há uma desorganização do colágeno ao redor da cicatriz que a deixa mais elevada e é chamada de hipertrófica”, explica Bárbara.
Além disso, também podem ocorrer queloides (acúmulo de colágeno) não apenas ao redor do tecido ferido, avançando para outras partes próximas. Como consequência, a pele pode ficar muito irritada, com coceira e até mesmo dores.
Afinal, em quais casos é recomendada a cirurgia para remover cicatriz?
“Normalmente, realizamos a cirurgia para reparação. Tem o objetivo de corrigir defeitos na pele, como irregularidades na textura, tamanho ou cor”, explica a dermatologista. “Muitas vezes, o paciente não se sente confortável com a cicatriz, achando que não está esteticamente agradável, e isso influi drasticamente em sua autoestima.”
De acordo com a médica, os tipos de cicatriz recomendados para a cirurgia são “as cicatrizes queloide, hipertrófica, retraída ou contratura, alargada, discrômica e atrófica.” Vamos entender cada tipo de cicatriz.
- Queloide: é uma cicatriz mais endurecida, que é formada a partir de um crescimento exagerado de colágeno. Pode ser avermelhada e apresentar coceira.
- Hipertrófica: também é uma cicatriz mais espessa, que pode ser mais escura ou mais clara do que a pele ao redor.
- Retraída ou contratura: muito comum em cesarianas ou queimaduras, esse tipo de cicatriz comprime a pele ao redor. Além disso, pode dificultar a movimentação e articulação.
- Alargada: é rasa e frouxa, assemelhando-se a estrias.
- Discrômica: causa uma alteração de dor na pele, podendo ser mais clara ou mais escura ao redor.
- Atrófica: é um tipo de cicatriz mais funda, muito comum em ferimentos e cicatrizes de acne.
Tratamentos para cicatrizes
A princípio, o tratamento para cicatrizes pode ser feito sem cirurgia. Existem inúmeros tratamentos com a finalidade de melhorar o aspecto dessa pele com cicatriz. Os mais comuns são:
- Uso de produtos tópicos: pomadas, gel ou compressão.
- Medicamentos injetáveis: Uso de corticóides diretamente na cicatriz.
- Dermoabrasão: É a raspagem cirúrgica da cicatriz para refinar as áreas mais superficiais da cicatriz.
- Laser e peeling químico: Não tira cicatriz, mas melhora o aspecto.
Entretanto, quando nenhum tratamento consegue minimizar as cicatrizes, a única maneira é recorrer a uma cirurgia. Vamos entender como funciona e quais são os tipos de cirurgia para remover cicatriz.
Tipos de cirurgia para remover cicatriz
Os tipos de cirurgia mais comuns para se tirar uma cicatriz são:
- Subcisão com preenchimento: Para cicatrizes retraídas e mais fundas, é feita a reposição de tecido com preenchimento realizado por meio da própria gordura do paciente ou com ácido hialurônico.
- Dermoabrasão: É a técnica mais antiga e ainda muito utilizada. Pode ser feita de forma manualmente ou com máquina.
Existe contraindicação?
De acordo com a médica, em geral, não. “Mas só a realizamos em caso de necessidade e com indicação médica”, reforça. Além disso, ela destaca que só deve ser realizada por um cirurgião plástico e que deve-se ter todo o cuidado com o pós-cirúrgico.
“Neste caso, temos mais cautela e utilizamos alguns medicamentos tópicos na cicatriz, para evitar alterações. Mas, além de bastante repouso, deve-se evitar atividade física durante 30 dias e não se expor ao sol”, explica Bárbara, que também conta que nesse tipo de procedimento é normal apresentar edema e vermelhidão na pele.
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Fonte: Bárbara Carneiro, médica dermatologista, especialista em medicina estética.