Cinta modeladora: usar da forma errada oferece riscos à saúde
A cinta modeladora caiu no gosto de muitas famosas que, vira e mexe, surgem nas redes sociais usando a peça para deixar a silhueta mais desenhada. Isso, por sua vez, fez com que diversas pessoas passassem a adotá-la com o objetivo de mudar o formato do corpo.
De acordo com o fisioterapeuta Félix Neto, essa é uma falsa ideia a respeito da função da cinta, uma vez que ela, na verdade, só tem essa ação enquanto estiver vestida.
A seguir, o profissional explica para que a peça serve realmente e como ela é usada a favor da saúde.
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Para que serve a cinta modeladora?
A cinta modeladora é uma peça que funciona como um arcabouço – ou seja, uma espécie de estrutura –, que tem como principal função a sustentação.
“Existem dois tipos: totalmente de tecido ou com aspas de acrílico”, explica Neto.
De acordo com o profissional, dentro do contexto de saúde, a cinta modeladora ou compressiva costuma ser usada em pós-operatórios da região abdominal. Já para fins estéticos, ela auxilia a desenhar a silhueta e vestir melhor certas roupas.
“Ela serve como molde durante seu uso. Então, ao usar a cinta modeladora e a roupa por cima, claramente ela terá a função de um arcarboso de tecido, conseguindo comprimir a sua pele e fazendo com que a silhueta fique mais acinturada”, ele diz.
“Contudo, ela não molda definitivamente. É só durante o seu uso”, completa.
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Afinal, faz mal usá-la?
Neto afirma que, sem indicação médica, o uso da cinta modeladora pode ser danoso para a saúde.
“Atualmente as pessoas estão muito voltadas para o campo da aparência. Com isso, muitas vezes elas utilizam uma medida compressiva maior, que pode apertar tanto a pele que acaba por compactar vasos sanguíneos e pequenas veias”, alerta o profissional.
E continua: “Como resultado, isso pode comprometer a circulação sanguínea da região onde a peça está”.
Além disso, ainda há contraindicações para o uso da peça. De acordo com o fisioterapeuta, não se deve usar em casos de:
- Ferimentos abertos;
- Pequenos cortes na região;
- Pessoas com alergia a certos tecidos;
- Diabetes;
- Hipertensão;
- Colesterol alterado;
- Má-formação.
Por fim, o principal risco da cinta para a saúde e para o corpo é, segundo Neto, seu uso por muito tempo.
“Ela pode danificar o tecido da pele, porque não permite que ela respire adequadamente, além de também prejudicar o funcionamento correto dos órgãos internos”, ele aponta.
“Para as pessoas com contraindicações clínicas, ela pode aumentar a pressão arterial por ter uma maior compressão da área, causando edemas e mais inchaço ainda nas partes do corpo que estão sem a cinta”, completa.
Cuidados necessários para usar cinta modeladora
O primeiro cuidado importante é com relação à higiene: tanto a pele, quanto a peça, precisam estar bem limpas antes do uso.
Também é preciso se atentar ao tempo de uso da cinta. O ideal, de acordo com o fisioterapeuta, é apenas para períodos curtos, como um evento ou alguma atividade pontual.
“Mas, se o uso for por motivo pós-cirúrgico, é necessário seguir a recomendação médica”, ele alerta.
“O ideal é usar se realmente houver um acompanhamento profissional, e não porque alguma amiga indicou, por exemplo. O especialista vai conseguir te indicar o melhor tecido, material, assim como orientar quando usar e higienizar a peça”, completa.
Fonte: Félix Neto, fisioterapeuta, esteticista e cosmetólogo.